sexta-feira, 1 de maio de 2015

Inspirar-se nos Mártires de Chicago e derrotar o PL 4330

"1º de Maio de 1886: Os Mártires de Chicago
August Spies  A. Parsons  L. Lingg  G. Engels  A. Fischer
"A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos
 é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo
 contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da
natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca,
 produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas,
 sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem
para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo".
Albert Parsons
O capitalismo sempre tentou impor sobre a classe operária a mais desenfreada escravidão. À custa de muita luta, sangue e sacrifício, os trabalhadores foram arrancando suas conquistas. A jornada de trabalho de oito horas foi uma delas. Ela se deve às heróicas lutas dos operários de todo o mundo, em séculos passados, que através de vigorosos movimentos de massa buscavam obter melhores condições de trabalho. Até então, a voracidade e a ganância dos capitalistas impunham jornadas desumanas que chegavam a 18 horas diárias.
GREVE - Essas mobilizações desembocaram na greve geral de 1º de maio de 1886 nos principais centros fabris dos EUA, com a participação de centenas de milhares de operários. A greve foi vitoriosa. Em algumas empresas os operários conquistaram as oito horas, em outras conseguiram reduzir a jornada. Mas os parasitas não admitiam ceder. Armaram ciladas e provocaram choques para quebrar o movimento.

Em Chicago, uma das cidades mais industrializadas do mundo, se produz o episódio mais trágico. No dia 3 de maio de 1886, a polícia disparou contra os grevistas, deixando um saldo de seis mortos e quatro feridos
. No dia seguinte, os operários da cidade organizaram uma gigantesca manifestação de protesto contra o massacre. Durante a manifestação, a repressão voltou a se abater violentamente contra os trabalhadores. Estes reagem e a polícia voltou a disparar, provocando um grande número de mortos e feridos. Os líderes da manifestação foram presos e acusados de lançar bombas contra a polícia: August Spies, Albert Parsons, Adolph Fisher, George Engels, Luis Lingg, Miguel Schwab, Oscar Neebe e Samuel Fielden.

PROTESTOS - No dia 11 de novembro, Spies, Engel, Fischer e Parsons foram levados para o pátio da prisão e executados. Lingg não estava entre eles, pois suicidou-se. Seis anos depois, o governo de Illinois, pressionado pelas ondas de protesto contra a iniqüidade do processo, anulou a sentença e libertou os três sobreviventes. Em 1889, o Congresso de Paris da II Internacional, em homenagem aos trabalhadores de Chicago, declarou o Primeiro de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.
Honra, fibra e compromisso de classe na defesa feita pelos mártires de Chicago:
"Se com o nosso enforcamento vocês pensam em destruir o movimento operário – este movimento de milhões de seres humilhados, que sofrem na pobreza e na miséria, esperam a redenção – se esta é sua opinião, enforquem-nos. Aqui terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de  vocês, em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês não poderão apagá-lo!" August Spies, em sua última defesa.
 "A propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais, que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao homem para sempre. Este e não outro é o objetivo do socialismo.". Albert Parsons
 "Creio que chegará o tempo em que haverá mais inteligência e sabedoria, no qual vencidas as barreiras da iniqüidade e da injustiça, o sol da verdade e da justiça venha iluminar o Mundo Emancipado"  Samuel Fielden
 "Enquanto os trabalhadores estiverem escravizados economicamente, eles nunca serão livres politicamente" George Engels
"Nos acusam de conspiradores, mas na verdade apenas profetizamos, e publicamente, uma grande revolução social" Miguel Schwab
"Confessarei meus crimes: O primeiro foi publicar um jornal de notícias e literatura de trabalhadores, uma vez que acredito que os trabalhadores devam se educar a si próprios. Ajudei os padeiros, caixeiros e cervejeiros a se organizarem para que conseguissem a redução da jornada de 16 para 10 horas diárias. Por meus crimes, peço que me enforquem" Oscar Neebe".   
Fonte : Boletim Eletrônico nª 36 da CONTICON-CUT
Pois é, companheiros, em que pese a Declaração de 1889 da Internacional Socialista haver declarado o 1° de maio como Dia Internacional dos Trabalhadores, e este ser comemorado no mundo inteiro, em um determinado e único país o Dia do Trabalhador não é comemorado lá nesta data. Que País e Este, como diria Francelino Pereira? O Estados Unidos...

Mas, o que interessa mesmo é vermos acima os exemplos e as vontades politicas expressadas pelos trabalhadores de Chicago em 1886, os quais, por isso mesmo, foram alvos de violentos massacres por parte da polícia a mando dos capitalistas, e nos inspirarmos neles. Alguns foram assassinados, digo, executados, no pátio da prisão, de imediato. Devido aos protestos e as lutas dos trabalhadores, os outros líderes sobreviveram.
Hote, temos a luta pelas 40 horas da jornada semanal de trabalho. Temos, ainda, a luta contra o roubo de direitos dos trabalhadores ocasionados pelas últimas Medidas Provisórias que precisamos reverter. Mas, acima de tudo isso, a classe operária precisa centrar o fogo de seus esforços na luta contra o PL 4330, cuja aprovação no Congresso vem sendo bancada pelos industriais, comerciantes, banqueiros e latifundiários através dos "seus" congressistas,comandados pelo pastor Eduardo Cunha.

Na verdade, o que os representantes dos patrões no Congresso querem, simplesmente, é a eliminação de direitos dos trabalhadores, tais como, o Aviso Prévio, as Férias, o 13° Salário, o Salário Maternidade, as Horas Extras e seus adicionais, e outros mais inscritos na CLT e frutos de duras lutas da classe operária. Enfim, os comandados do Pastor e da Burguesia querem revogar a CLT e, quiçá, a própria Lei Áurea.
Em consequência, devem os Trabalhadores e Sindicalistas ocuparem às ruas e praças deste País, aos milhares, melhor, aos milhões, e concentrarem-se frente ao Congresso e ao Poder Judiciário para exigirem a manutenção de todos os direitos arduamente conquistados com suas lutas desde os fins dos anos 1930 até hoje, e das liberdades democráticas e sindicais, como vias para alcançarem a realização de todas as suas mais sentidas reivindicações, e assim, mostrarem a eles sua real disposição de luta!
Creio que, esta, é a principal tarefa do Movimento Sindical nos dias de hoje. Para tanto, os sindicalistas, os dirigentes sindicais, e toda a militância, deve discutir dentro das empresas com seus companheiros de trabalho, orientando-os e alertando para a trama da direita contra seus direitos e contra a democracia. Em cada bairro, discutirem isto com seus vizinhos. Nas escolas, com seus colegas de estudo, a mesma coisa. E ainda,  nos clubes de futebol; nos quartéis com seus camaradas. Enfim, em todo lugar onde se concentrem os trabalhadores e seus filhos.
Avante, companheiros, contra o PL 4330, contra o fascismo e pela Democracia!
Fonte: Editorial do Asteca Informa

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