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segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A Revolução Socialista de Outubro ; 103 anos




Em 25 de outubro de 1917 o Cruzador Aurora disparou tiros de seus canhões anunciando a revolução


Aconteceu, simultaneamente,em Petrogrado (depois Leningrado e hoje São Petersburgo) e Mosou.
Os Sovietes de Operários e Soldados e Sovietes de Camponeses atenderam prontamente ao chamado e foram para as ruas vencer os resistentes guardas brancos, tomando palácios, ocupando fábricas e repartições públicas, navios da armada que não atenderam a convocação revoltosa, enfim, todos os espaços públicos e privados.


Essa insurreição durou 10 dias, chamados pelo escritor norte americano John Reed que se encontrava na Rússia, na ocasião, de "10 dias que abalaram o mundo" titulo de sua obra na qual conta os acontecimentos revolucionários.


O que eram os Sovietes?


Eram organizações populares que congregava o povo insatisfeito com a miséria e a violenta repressão desencadeada pelo Czar sobre o povo que reclamava contra a fome e a miséria então reinantes, contra os baixos salários, a falta de direitos trabalhistas, enfim contra o "temerismo" aplicado sobre os russos pelo Império.


Em fevereiro de 1917 houve uma primeira revolução liderada pelos Mencheviques que, uma vez no Poder puseram em prática uma política de conciliação que em nada resolvia os problemas sofridos pelo povo.


Veio então a revolução de outubro, pelo antigo calendário, ou 7 de novembro pelo calendário gregoriano posteriormente adotado pelo Governo Soviético.


Os soviéticos procuraram atende as grandes reivindicações da massa:


Com uma Reforma Agrária entregaram pequenas parcelas de terra aos camponenes que passaram a de denominar Kolkozes. E criraram grandes propriedades agrícolas, exploradas em moldes capitalistas e denominadas Sovikozes. Nelas os que lá trabalhavam não eram proprietários das áreas, mas assalariados que entregavam a produção para o Poder Soviético comercializá-la. Os produtos alimentícios eram baratos. O caro na União Soviética era o preço da Vodka, proposiltalmente para combater os excessos de álcool na população.


Todas as demais propriedades foram socializadas. Ninguém podia ser proprietário de imóveis urbanos ou rurais. Os apartamentos tinham aluguel que variavam de 1 a 3%, de acordo com a qualidade do imóvel, sobre o salário dos ocupantes.


No trabalho as férias de 30 dias de descanso integral eram obrigatória para todos. Quem entrava em férias tinha que fazer exame médico anual, como condição para ingressar no período de descanso nas colônias de férias das empresas. O regime de trabalho era de 8 horas diárias. Todos tinham direito, automaticamente, a aposentadoria. E os trabalhadores tinham direito ao emprego permanentemente, ou seja, não podiam ser despedidos, eram proibidas as demissões.


Também, à escola para os filhos e com período diário integral. Refeições diárias eram servidas gratuitamente nas escolas e lá também praticados esportes em determinados horários. Como todas as crianças eram obrigadas a ir para a escola, minha velha mãe dizia que os comunistas, além de tomar as crianças dos pais, ainda "comiam criancinhas". 


Inquirido sobre isso na Casa Branca, Kruschev respondeu ao mandatário norte americano que lhe dirigiu tal pergunta, assim: "os soviéticos não comem criancinhas. Os capitalistas sim, comem a comida das criancinhas." Boa, ha ha ha;


E a assistência à saúde com atendimento nas Clínicas de cada empresa ou nos hospitais. Só podiam comprar medicamentos portando receita médica, e os medicamentos eram gratuitos.


Tudo isso, além de ler nos livros, ver no cinema, tive oportunidade de conferir sua realidade pessoalmente, durante os dois anos que vivi em Moscou estudando no Instituto de Ciências Sociais. Não se tratou de lorota de comunista deslumbrado, não.


Enfim, fica a pergunta: como é que desfrutando de toda essa atenção e estabilidade na vida, os soviéticos concordaram em trocar pelo capitalismo?


Ah, uma boa pergunta, cuja resposta fica para outra oportunidade. Seria muito longa. Porém, enquanto isso, vão pensando nas causas para me ajudarem numa discussão futura.

Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Revolução de Fevereiro
A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de 1917.
Em 23 de Fevereiro (C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes.
No dia 27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.[4]
Temendo uma repetição do Domingo Sangrento, o Grão-Duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau II assinou sua abdicação.
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe Georgy Lvov[6], um latifundiário, e tendo Alexander Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, comprometido com a manutenção da propriedade privada, e interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar[8]. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em abril (C.J.), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes[9].
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Nas cidades, conselhos operários foram criados na maioria das empresas e fábricas. A Rússia ainda continuava na guerra.
Revolução de Outubro ou Revolução Vermelha[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Revolução de Outubro

O cruzador Aurora, navio que ajudou os bolcheviques a conquistar São Petersburgo, na época...
A segunda fase, conhecida como revolução de Outubro, teve início em novembro de 1917.
Em sua passagem pela Alemanha, retornando de seu exílio na Suíça, Lenin negociou com o governo alemão o recebimento de 40 milhões de goldmarks para finaciar sua revolta.[10] A atuação de Aleksandr Parvus foi decisiva para esta negociação, ele que, durante anos, buscou ajuda do Império Alemão para financiar revoltas na Rússia.[11] [12] Nas Teses de Abril, Lenin deixava claro seu desejo de tirar a Rússia da grande guerra, o que era vital para os alemães.[10] Financiando os bolcheviques, os alemães pretendiam derrubar o governo provisório, o que forçaria a Rússia a retirar-se da guerra, encerrando as atividades na frente Oriental permitindo ao Deutsches Heer (exército imperial alemão) concentrar todas as suas forças na frente Ocidental.[10]
Na madrugada do dia 25 de outubro os bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev e Radek, com a ajuda de elementos anarquistas e Socialistas Revolucionários, cercaram a capital, onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado. Muitos foram presos, mas Kerenski conseguiu fugir[6]. À tarde, numa sessão extraordinária, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo[6], dominado pelos bolcheviques. O Comitê Executivo do mesmo Soviete de Petrogrado rejeitou a decisão dessa assembleia e convocou os sovietes e o exército a defender a Revolução contra o golpe bolchevique. Entretanto, os bolcheviques predominaram na maior parte das províncias de etnia russa. O mesmo não se deu em outras regiões, tais como a Finlândia, a Polônia e a Ucrânia.

...e atualmente, como museu em São Petersburgo.
Em 3 de novembro, um esboço do Decreto sobre o Controle Operário foi publicado. Esse documento instituía a autogestão em todas as empresas com cinco ou mais empregados. Isto acelerou a tomada do controle de todas as esferas da economia por parte dos conselhos operários, e provocou um caos generalizado, ao mesmo tempo que acelerou ainda mais a fuga dos proprietários para o exterior. Mesmo Emma Goldman viria a reconhecer que as empresas que se encontravam em melhor situação eram justamente aquelas em que os antigos proprietários continuavam a exercer funções gerenciais. Entretanto, este decreto levou a classe trabalhadora a apoiar o recém-criado e ainda fraco regime bolchevique, o que possivelmente teria sido o seu principal objetivo. Durante os meses que se seguiram, o governo bolchevique procurou então submeter os vários conselhos operários ao controle estatal, por meio da criação de um Conselho Pan-Russo de Gestão Operária. Os anarquistas se opuseram a isto, mas foram voto vencido.
Era consenso entre todos os partidos políticos russos de que seria necessária a criação de uma assembleia constituinte, e que apenas esta teria autoridade para decidir sobre a forma de governo que surgiria após o fim do absolutismo. As eleições para essa assembleia ocorreram em 12 de novembro de 1917, como planejado pelo Governo Provisório, e à exceção do Partido Constitucional Democrata, que foi perseguido pelos bolcheviques, todos os outros puderam participar livremente. Os socialistas revolucionários receberam duas vezes mais votos do que os bolcheviques, e os partidos restantes receberam muito poucos votos. Em 26 de dezembro, Lênin publicou suas Teses sobre a assembleia constituinte, onde ele defendia os sovietes como uma forma de democracia superior à assembleia constituinte. Até mesmo os membros do partido bolchevique compreenderam que preparava-se o fechamento da assembleia constituinte, e a maioria deles foram contra isto, mas o Comitê Central do partido ordenou-lhes que acatassem a decisão de Lênin.
Na manhã de 5 de janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembleia constituinte foi dissolvida à bala por tropas leais ao governo bolchevique. A assembleia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários. Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo.

Soldados e civis se manifestando durante a Revolução, em 1917.
Durante este período, o governo bolchevique tomou uma série de medidas de impacto, como:
Pedido de paz imediata: em março de 1918 foi assinado, com a Alemanha, o Tratado de Brest-Litovski,[4] no qual a Rússia abriu mão do controle sobre a Finlândia, Países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), Polônia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como de alguns distritos turcos e georgianos antes sob seu domínio. A saída da Rússia da Grande Guerra, era o objetivo alemão ao financiar o movimento bolchevique.[13]O II Reich pôde então iniciar a ofensiva da Primavera na frente Ocidental e, esteve próximo de vencer a I Guerra Mundial, o que só não foi possível devido a deficiências logísticas e pela entrada dos EUA no conflito.[12]
Confisco de propriedades privadas: grandes propriedades foram tomadas dos aristocratas e da Igreja Ortodoxa, para serem distribuídas entre o povo.
Declaração do direito nacional dos povos: o novo governo comprometeu-se a acabar com a dominação exercida pelo governo russo sobre regiões tais como a Finlândia, a Geórgia ou a Armênia.
Estatização da economia: o novo governo passou a intervir diretamente na vida econômica, nacionalizando diversas empresas.[4]
Ver artigo principal: Guerra Civil Russa
Durante o curto período em que os territórios cedidos no Tratado de Brest-Litovski estiveram em poder do Exército Imperial Alemão, as várias forças antibolcheviques puderam organizar-se e armar-se. Estas forças dividiam-se em três grupos que também lutavam entre si: 1) czaristas , 2) liberais, eseritas ("SR's", socialistas revolucionários) e metade dos socialistas e 3) anarquistas. Com a derrota do Império Alemão em 1919, esses territórios tornaram-se novamente alvo de disputa, bem como bases das quais partiriam forças que pretendiam derrubar o governo bolchevique.[14]
Ao mesmo tempo, Trotsky se ocupou em organizar o novo Exército Vermelho.[15] Com a ajuda deste, os bolcheviques mostraram-se preparados para resistir aos ataques do também recém formado Exército polonês, dos Exércitos Brancos de Denikin, Kolchak, Yudenich e Wrangel (que se dividiam entre as duas primeiras facções citadas no parágrafo anterior, ver: Movimento Branco), e também para suprimir o anarquista Exército Negro [16] de Nestor Makhno durante a Revolução Ucraniana e a Revolta de Kronstadt, ambas de forte inspiração anarquista. A terceira força que atuou no conflito foi nacionalista Exército Verde.[16] No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição no governo.[14]

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