sábado, 5 de novembro de 2016

Cuidado, meus amigos jovens e os nem tanto

Acho que uma epidemia de "conselheiro" atacou-me neste final de semana.

Depois de aconselhar a todos procurarem - e frequentarem - Urologistas, pousou na mente uma outra necessidade, a de aconselhar aos jovens, aos nem tanto, meus filhos aqui inclusos, também, fazerem uma visitinha maneira aos cardiologistas.

Aconteceu isso, com base em dois fatos importantes ocorridos em minha vida.

Tinha em São Paulo, e aqui ainda não residia, um grande amigo chamado Júlio Fernando Toledo Teixeira. Advogado bem sucedido, advogado de presos políticos, advogado de posseiros, Júlio despontava bem na advocacia da pauliceia. Sem falarmos que, advogado de preso político costumava ganhar da maioria dos defendidos, a amizade deles. Advogado de posseiros ganhava, às vezes, churrascos comemorativos se e quando vencesse o pleito. Logo, não era bem por aí que Júlio se dava bem, financeiramente, na advocacia.

Mas, Júlio era um grande cara, amigo do peito, pessoa sensível e sempre disposta a ajudar quem estava na pior. Ficamos amigos pela minha qualidade de ex-preso político. Vá lá que isso seja qualidade, mas foi tal circunstância que nos levou a amizade e a consolidou num tempo muito curto.

Daí Júlio queria que eu viesse para São Paulo e que fosse morar em seu apartamento, na Liberdade. Nessa época, morar em São Paulo estava nos meus planos, por outra razão: construir o partido comunista na classe operária. E São Paulo, me supunha, seria o melhor lugar para começar essa tarefa no Brasil.

Encurtando a história: no dia 15 de novembro de 1979, junto com Valdo e Carlito tomávamos umas geladas num bar com mesas na calçada, defronte o prédio onde o ele residia. Daí Valdo foi atender a um telefonema em seu apartamento. Era alguém, dizendo que o Júlio havia morrido. Valdo não acreditou e ainda ficou p. da vida com aquilo que achava ser uma sacanagem. 

Passou algum tempo e novo telefonema. Desta vez ele acreditou e fomos até Santos para onde o corpo do Júlio estava sendo transferido. Júlio Fernando tinha apenas 32 anos e, fazia 3 meses havia visitado o cardiologista saindo liberado. Pois é, morreu fulminado por um enfarto aos 32 anos de idade, em Peruíbe, caindo morto na mesma hora.

Recentemente, foi a vez do nosso querido amigo Chicão. Com 29 anos de idade, passeava pelo Chile quando, também, foi acometido de um enfarto fulminante, morrendo instantaneamente. Já comentei o fato aqui neste Blog. Francisco Haddad, amigo certo das horas incertas, do Yuri e meu por tabela, nada indicava que morreria tão certo.

Por isso, na quinta feira passada, alertei meus filhos Yuri e Yvon para procurarem um cardiologista. Não custa nada fazer uma consultazinha. Se a "máquina" estiver em ordem, tudo bem. Se não, as providências devidas começam a fluir. Além dessa consulta, manda o bom senso, principalmente os jovens que têm uma hereditariedade de doença cardíaca vinda dos pais e avós, frequentarem, quando nada anualmente, um cardiologista.

Os exemplos do Júlio e Chicão, citados aqui, não significam regra, de maneira alguma. Apenas mostram que tal possibilidade chega até às pessoas muito jovens. Aos "nem tanto", então, nem se fala. A possibilidade da doença é real, muito real.

Assim, sugiro aos jovens, aos meia-idade, e os que estão envelhecendo ou já chegaram lá, procurarem com a frequência que o juízo mandar o especialista. Pode ser que de nada adiante e você morra assim mesmo.

Mas, também pode ser que, você garanta a existência, com qualidade de vida, e passe dos 80...

Lembrem-se, problemas coronarianos não levam apenas ao enfarto. Levam, ao derrame cerebral que, é muito pior. Cujas consequências costumam trazer danos que atazanarão demais a sua existência.

Cuide-se, amigão. Procure levar em vão a voz da experiência. Meu pai dizia que, "se conselho fosse bom não se dava, vendia-se". Mas, ninguém perde nada avaliando um conselho.

José Augusto Azeredo

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