Os metroviários de São Paulo realizam na manhã de hoje (19), a partir das 9 horas, ato público contra a privatização das Linhas 5-Lilás (Capão Redondo - Brooklin) e 17-Ouro (monotrilho Morumbi - Congonhas). O protesto ocorre na Bolsa de Valores, Centro da Capital, mesmo após decisão do juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública, suspender o processo de licitação marcado para esta sexta. A manifestação conta com a participação de outras categorias, estudantes e movimentos sociais.
A decisão do magistrado contemplou pleito da bancada do Psol da Câmara Municipal, em conjunto com o Sindicato dos Metroviários de São Paulo e a Federação Nacional dos Metroviários.
Os metroviários denunciam que, além dos prejuízos aos trabalhadores e usuários, o leilão promovido pelo governo tucano de Alckmin é um jogo de "cartas marcadas" entre o Metrô e o Grupo CCR – Via Quatro, o mesmo que já administra a Linha 4-Amarela.
"A privatização das linhas 5 e 17 é continuidade do processo que começou com a linha 4, de tirar a responsabilidade do Estado com o transporte público e transformá-lo em mercadoria. Parte disso é a terceirização nas bilheterias, que avança, pagando-se salários de R$ 800,00 e sem direitos trabalhistas", denuncia o coordenador do Sindicato da categoria, Wagner Fajardo.
GREVE - Os trabalhadores do Metrô de São Paulo realizaram ontem (18) forte greve de 24 horas contra a privatização, que afetou as linhas Azul, Verde, Vermelha, Lilás e Prata. O Sindicato informou que a adesão ao movimento chegou a 75% do efetivo operacional. Os metroviários repudiam a precarização do trabalho. Na linha 4, por exemplo, as condições são piores e os trabalhadores recebem salários menores.
Em comunicado distribuído à população durante a greve, o Sindicato dizia: "Há forte adesão da categoria ao movimento contra a entrega das linhas à iniciativa privada, a terceirização das bilheterias e as demissões. Estamos denunciando à sociedade que o processo de privatização tem várias irregularidades e a licitação é um jogo de cartas marcadas".
A entidade aponta vício no edital. "Se a CCR não ganhar agora, ganha depois. Em 2017 o leilão foi cancelado pelo governo. Só entendemos o motivo agora. Nesse novo edital, adicionaram um item permitindo a quarteirização. Portanto, caso a CCR não seja vencedora, poderá ser contratada depois e sem nenhuma licitação", alerta Fajardo.
O secretário de Transportes, Cláudio Pelissioni, teve dificuldades em desmentir o vício no processo licitatório ao ser questionado pela rádio Bandeirantes, ontem.
Mais informações: www.metroviarios.org.br
Agência Sindical
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