por Paula Delgado
publicado 15/11/2018 17h00, última modificação 14/11/2018 15h10
A falta de planejamento e a irresponsabilidade financeira punem os grandes clubes do estado
Divulgação

À exceção do Flamengo, os demais pagam o preço da má gestão
O futebol do Rio de Janeiro, que foi a menina dos olhos de ouro do Brasil, tem se auto-sabotado e passado vergonha dentro e fora dos gramados.
Nas cinco últimas rodadas encerradas do Brasileirão, somente o Flamengo teve aproveitamento maior que 50%, enquanto o atual líder Palmeiras alcançou 73,3%.
Na tabela do campeonato a gente vê que a situação não está fácil para os times cariocas. Fluminense e Botafogo estão embolados no meio da tabela, mas não estão tão longe do Z4. A quatro rodadas do fim, a diferença entre o 17°, o Chapecoense, e eles é de quatro pontos.
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O coração dos vascaínos tem um misto de tristeza e medo, pois o time está a um ponto da zona de rebaixamento. O Flamengo está bem colocado, no terceiro lugar, mas a falta de reposta aos altos investimentos irrita os rubro-negros.
As últimas conquistas dos clubes cariocas foram o Campeonato Brasileiro de 2012, pelo Fluminense, e a Copa do Brasil de 2013, pelo Flamengo.
A escassez de títulos é um reflexo da crise financeira e de gestão que está instalada há um bom tempo nesses clubes, exceto no Flamengo que desde 2015 conseguiu por as contas em dia, mas continua a dever troféus.
A culpa não é exclusiva da administração atual. O despreparo, a irresponsabilidade e a falta de planejamento das anteriores fizeram as coisas tomarem as proporções que tomaram. Com os atrasos nos salários em diversos setores, o estado deplorável dos estádios, a falta de centros de treinamento ao nível do que esses clubes poderiam e deveriam dar o resultado não seria diferente do sucateamento atual do futebol carioca.
A crise no Flamengo é outra, porque tudo aparenta estar em ordem no clube. Mas a crise que o clube enfrenta não se pode tocar, é a crise física, de técnico, de confiança, de vontade que o elenco e toda a equipe enfrentam.
Só dinheiro não resolve. Isso envolve todos, exige um modificação coletiva de pensamento, de postura em campo. É jogar pra ganhar e não para não perder.
O futebol carioca vive do passado e se alimenta de esperança sustentada pelo amor. O torcedor continua firme, pois não se pode mudar o que está no sangue, mas ele sofre por ver o que tanto ama se perdendo.
Carta Capital
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