
Em retribuição aos parceiros-doadores, os verdadeiros mantenedores deste projeto, proponho para 2020 na Carta Maior, a criação de um espaço de interação entre os parceiros, buscando a soma das nossas forças.
Provisoriamente, este espaço se chamará Núcleo de Debates e Formação de Ideias para o Brasil. Ele funcionará como um fórum de debates virtual. Será possível criar grupos de discussão (salas virtuais) e debater temas diversos, considerados fundamentais. E como estaremos entre companheiros, vamos também criar um eixo, voltado exclusivamente ao compartilhamento de eventos, livros, filmes, inclusive a produção dos participantes deste fórum.
Partimos da necessidade cada vez mais urgente de nos mantermos conectados. Apenas parceiros-doadores poderão entrar neste espaço, reduzindo os riscos de termos infiltrados no grupo.
Assim que o ambiente virtual estiver pronto – a previsão é fevereiro –, vocês terão à disposição um espaço de interação virtual, utilizando os dados e o e-mail fornecido no cadastro (se você ainda não se cadastrou, cadastre aqui).
Caso você não seja parceiro-doador, confira as possibilidades de doação. Este projeto e tantos outros precisarão de recursos. Participe e nos ajude a ampliar nosso número de parceiros-doadores.
Esta é uma forma de participação democrática cuja ausência pode estar na raiz de muitas de nossas mazelas.
A História apertou o passo. A ânsia por participação está nas ruas da Argentina, do Chile, do Equador, da Bolívia, da Colômbia, de Honduras, Hong Kong, Paris, Londres etc. Estranhamente no Brasil, destruído em menos de um ano, não tem ninguém nas ruas.
Qual a razão? Atrevo-me a afirmar que é a despolitização da esquerda brasileira, por isso precisamos LER e DEBATER, e deixar de pensar que a luta política se faz exclusivamente no Twitter, WhatsApp ou Facebook, instrumentos de dominação do Império; ou no Congresso Nacional.
O ano de 2020 será decisivo. Iniciativas como esta são difíceis, mas não fazer nada é muito pior. E se cruzarmos os braços, a direita levará de lavada as eleições municipais, podendo ganhar um enorme número de prefeituras e um número absurdo de vereadores, com todas as consequências possíveis que advirão daí.

A Carta Maior, foi fundada em 2001. Era o início da rede mundial de computadores no Brasil. O Facebook foi lançado em 2004, o YouTube em 2005 e o Twitter, em 2006. No dia 28 de janeiro de 2020 completaremos 19 anos. O GOLPE de 2016, nos atingiu violentamente, quase nos levando ao desaparecimento. Porém, nossos leitores não permitiram que isso ocorresse e nos trouxeram até aqui. Agora precisamos avançar, criando outras formas de comunicação.
Se você valoriza o que obtém da Carta Maior e quer mais, junte-se a nós com uma doação, para que possamos crescer e fazer o jornalismo que é necessário e que os próximos anos nos exigirão. Doe 1 real por dia (R$30,00 mês) e se puder doe mais. Precisamos de todos.

Confira abaixo os Cinco pontos para uma agenda de esquerda, com as contribuições recém-chegadas dos nossos parceiros-doadores:
Cinco pontos fundamentais de uma agenda de esquerda
1. Cultura democrática e cidadania plena
Novo pacto federativo, a partir da defesa irrestrita dos princípios e do arcabouço legal da Constituição de 1988, repudiando qualquer menção a um “novo AI-5”, com fiscalização estendida à sociedade, com voz e voto;
Comunicação democrática e representativa da nossa diversidade, voltada à circulação das nossas riquezas culturais, científicas, artísticas. Uma comunicação que proteja os fatos da instrumentalização de forças econômicas, sejam políticas ou religiosas, garantindo: pluralidade de vozes e de opinião, lugar do contraditório, presunção da inocência, decodificação inteligível dos dados e fatos que nos cercam. Com este fim urge: combater ao monopólio por meio da regulação da mídia que tem deveres para com a sociedade brasileira; rever contratos de concessão de TV e de rádio; estimular canais comunitários e populares e uma TV efetivamente pública e representativa dos interesses nacionais; multiplicar os canais de canais de notícias; apresentar um projeto que combate a mídia hegemônica.
Cidadania plena e união dos movimentos sociais, por meio de estratégias que estimulem a participação dos brasileiros em organizações sociais, partidos políticos, sindicatos, instâncias locais da gestão pública. Foram citados: reativação de conselhos municipais; criação de um fórum pluripartidário composto pelos movimentos sociais; campanhas de defesa da ação política e da cultura democrática, incluindo defesa do voto e do sistema democrático; ampliação dos canais de participação popular nos três níveis – municipal, estadual e federal.
2. Combate às desigualdades sociais
Educação pública, universal e de qualidade em todos os níveis (da creche à universidade), concebida como direito fundamental, e não como comércio. Foram elencados os riscos da militarização das instituições de ensino; e encaminhadas propostas de federalização do sistema educacional no país, foco em uma educação libertária que ensine “para a vida” e não seja apenas uma educação voltada ao mercado.
Controlar o roubo promovido pelas elites, com imposição de duras regras ao verdadeiro cassino do sistema financeiro no Brasil. Reforma tributária progressiva, imposto sobre grandes fortunas, criação de faixas de IR para pessoa física (sugeriram até 40%), adoção de imposto progressivo também sobre o consumo, taxação de lucros e dividendos, menores taxas para pequenos e médios produtores, combate à evasão e paraísos fiscais; e outras medidas propulsoras da distribuição de renda.
Retomada dos direitos trabalhistas, com revogação de todas as políticas do atual e do governo anterior relativas ao mundo do trabalho. Proteção aos trabalhadores do campo, aos uberizados nas cidades, ou em situações precárias. Aumento do salário mínimo. Liberdade de associação e políticas de fortalecimento dos sindicatos.
3. Proteção da vida e da liberdade
Saúde gratuita e universal, em particular, a defesa, fortalecimento e expansão do Sistema Único de Saúde (SUS). Segurança alimentar, com estímulo à agricultura familiar, financiamento integrado e fortalecimento dos produtores orgânicos, campanhas de combate ao uso de agrotóxicos no país; adoção da política de Renda Mínima (de um salário mínimo). Acesso à água e saneamento como direitos humanos. Seguridade social e retomada das políticas sociais, com revogação de todas as medidas tomadas pelo atual governo e governo anterior, das reformas da Previdência, do congelamento previsto no Teto de Gastos; retomada das políticas sociais implementadas durante o governo Lula, em particular, as de combate à miséria.
Defesa do meio ambiente, com a construção de uma cultura ambiental, que passe por educação, aumento da fiscalização, resgate do Ministério do Meio Ambiente, interação entre os movimentos e organizações ambientais. Demarcação de terras e apoio irrestrito à luta dos povos indígenas que estão travando verdadeira guerra em defesa de suas terras e do desenvolvimento sustentável. Formação de comissões por bacias hidrográficas de meio ambiente.
Sistema de Justiça próximo ao Direitos Humanos, desde o controle das forças policiais e de segurança pública, por meio de reformas de currículo, desmilitarização das polícias, combate aos abusos, às milícias e à corrupção; controle e punição implacável dos que promovem o genocídio da juventude negra e, também, daqueles promovem o seu encarceramento em massa. Reforma urgente do Judiciário, fortalecendo práticas que impeçam tamanha violência e, também, golpes contra governos eleitos, como o que estamos vivendo, daí a observação precisa de nossos parceiros, quanto à necessidade de recuperação moral e qualitativa da Justiça no Brasil, que poderia ter início com a suspenção de Sérgio Moro, um aceno fundamental à retomada do Estado Democrático de Direito;
Combate ao fascismo, acompanhamento, denúncia e punição de qualquer de suas expressões, da calúnia ao assassinato. Repúdio às investidas ditatoriais de Jair Bolsonaro; à criminalização da luta social; ao ataque contra o Estado laico pela bancada da Bíblica, entre outras. Política de proteção à vida dos jovens (lazer, educação e trabalho), política de cotas e de combate da violência contra os negros, as mulheres e LGBTIs. Apoio irrestrito à agenda feminista contra o feminicídio.
4. Soberania nacional e desenvolvimento
Retomada da política de integração Sul-americana e dos países do Atlântico Sul, bem como do Mercosul. Retomada dos bens da Nação alienados – leia-se privatizados – durante o golpe, promovendo a reestatização de empresas. Revogação do Teto de Gastos e das medidas neoliberais tomadas por Paulo Guedes, visando a diminuição do estado de bem-estar social; desenvolvimento comprometido com a sustentabilidade ambiental, diminuição das desigualdades e estímulo ao desenvolvimento tecnológico do país. Retomada de todas as políticas sociais tiradas da população.
Reforma política e eleitoral em busca de novas formas de ampliar a representação popular, pensar o financiamento das atividades e campanhas políticas. Combate aos inimigos internos; controlar a corrupção dentro das estruturas partidárias, com política de transparência nas doações e apresentação, de modo objetivo, de propostas passíveis de serem fiscalizadas na sociedade.
Política industrial e tecnológica para atender a defesa do país. Diretrizes para bancos e empresas estatais serem instrumentos da promoção do desenvolvimento nacional. Promover formas alternativas, não capitalistas, da economia, estimulando projetos e formas de vivência alternativas, por exemplo, que combatam o consumismo. Discussão de formas alternativas de relação de produção. Incentivo ao cooperativismo.
Reforma agrária com financiamento, incentivos à economia solidária e políticas de estímulo a pequenos e médios produtores (em particular, a agricultura orgânica).
Sistema Ferroviário Nacional.
Reforma Urbana, com moradia para todos e regulamentações mais justas no uso da terra e do solo. Transporte urbano enquanto direito social (tarifa zero) e a partir de energia renovável. Conhecimento científico e tecnológico voltado à melhoria da vida nas periferias.
5. União das nossas forças
Frentes e fóruns, construção de uma Frente Ampla de Esquerda, com candidatura única à presidência da República em 2020; e de um Fórum pluripartidário com inclusão de movimentos sociais, em torno de um plano comum.
Ampliação da base progressista em setores como Forças Armadas, setores médios e pequenos do empresariado, e entre os evangélicos.
Autodiagnóstico e busca por participação mais programática e menos calcada na imagem de lideranças.
Comunicação interna e externa via:
Fortalecimento do trabalho nas redes sociais, a partir de metodologias de comunicação e mobilização, mostrando o desmonte do Estado, dos direitos, das mentiras, o golpe e respondendo aos anseios do povo;
Programa de formação política massiva e permanente, com organizações de base distribuídas em todo país;
Divulgação ampla de uma agenda positiva de esquerda tendo no horizonte o Socialismo;
Apresentação de diretrizes de curto, médio e longo prazo para um novo governo progressista no Brasil.
Divulgação de comparativos entre governos Lula-Dilma x Temer-Bolsonaro.
Aos leitores-parceiros que queiram participar, basta informar o e-mail aqui e clicar em avançar.
É com estas ideias, portanto, que me despeço aqui.
A partir de 2020, vocês estarão construindo um programa político de governo para o nosso Brasil.
Aos cristãos, desejo um Feliz Natal.
E a todos vocês, um excelente Ano Novo.
Sigamos juntos,
Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior
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