sábado, 12 de setembro de 2020

Salvado Allende morto em 10 de setembro


 Salvador Allende Gossens (Valparaíso, 26 de junho de 1908  Santiago do Chile, 11 de setembro de 1973) foi um médico e político social-democrata chileno. Fundador do Partido Socialista local, governou seu país de 1970 a 1973, quando foi deposto por um golpe de estado liderado por seu chefe das Forças Armadas, o general Augusto Pinochet.

Allende foi o primeiro socialista marxista a ser eleito democraticamente como presidente de república e chefe de estado na América. Seus pilares ideológicos foram o socialismo, o marxismo e a social-democracia.[1] Allende acreditava na via eleitoral da democracia representativa e considerava ser possível instaurar o socialismo dentro do sistema político então vigente em seu país.

Salvador Allende nasceu em Valparaíso, em 26 de junho de 1908, filho do advogado e notário Salvador Allende Castro e de Laura Gossens Uribe, de classe média-alta.[2] Allende casou-se em 1940 com Hortensia Bussi Soto, com quem teve três filhas - Carmen, Isabel e Beatriz.

A família de Allende era bem de vida, seu pai viajou e mudou com sua família em todo o país devido aos diferentes cargos teve que assumir na administração pública.[3]

Estátua de Salvador Allende

Início da carreira política e breve historial[editar | editar código-fonte]

Allende estudou medicina na Universidade do Chile. Em 1927, é eleito presidente do Centro de Alunos, onde aprofundou o seu interesse pelo marxismo. Entra para a maçonaria, seguindo uma tradição familiar.

Grande orador, em 1933 é um dos fundadores do Partido Socialista Chileno onde integra o grupo parlamentar entre 1937 e 1943. Ocupa o Ministério da Saúde de 1939 a 1942. Sai do partido em 1946.

Em 1945, foi eleito senador, cargo que exerceu durante 25 anos. Candidata-se e perde as eleições presidenciais de 1952, 1958 e 1964.

Foi presidente constitucional do Chile de outubro 1970, apoiado pela Unidade Popular - que integrava comunistas, socialistas, radicais e outras correntes populares. Em 1972 foi-lhe atribuído, pela União Soviética, o Prêmio Lênin da Paz. Em 11 de setembro de 1973, tropas lideradas pelo general Augusto Pinochet, tomaram controle de todo o país e cercaram o palácio presidencial de La Moneda. Allende fez um discurso, transmitido pelas rádios fiéis ao governo, informando que não renunciaria. Mais tarde Allende foi assassinado, com o rifle AK-47 que Fidel Castro havia lhe dado de presente.

É difícil encontrar alguém com o espírito de luta, a coragem e a história de Allende. Ele foi um homem que, na verdade, teve o nome marcado na história: democraticamente a esquerda chegou ao poder, e pelas bombas foi apeada do governo.[4]
Mais importante do que encontrar equívocos nos acontecimentos que culminaram nas quedas dos governos de João Goulart, no Brasil, e de Salvador Allende, no Chile, é reconhecer que havia forças imperialistas com interesses nesses países, com democracias frágeis.[5]

Eleito presidente[editar | editar código-fonte]

Trabalhadores chilenos marcham em apoio a Salvador Allende, em 1964

Em 1964, perdeu as eleições presidenciais para Eduardo Frei, o candidato do Partido Democrata Cristão, graças a uma maciça intervenção publicitária da CIA (o serviço de inteligência dos Estados Unidos) que apoiou Frei, provendo mais da metade das verbas de sua campanha política, e promovendo uma maciça campanha publicitária em seu favor.[6] Na terceira semana de junho de 1964 a agência publicitária encarregada pela CIA produziu nada menos que 20 spots radiofônicos por dia em Santiago, e em 44 estações provinciais e cinco "noticiários" radiofônicos de doze minutos ao dia em três rádios de Santiago, e em 22 rádios provinciais. No final de junho de 1964 a CIA produzia 26 programas radiofônicos semanais de "comentários políticos".[7]

Nas eleições presidenciais de 1970 concorre como candidato da coalizão de esquerda Unidade Popular (UP) contra mais dois candidatos. Embora sem maioria absoluta, conquista o primeiro lugar com 36,2% dos votos, contra 34.9% de Jorge Alessandri, o candidato da direita, e 27.8% do terceiro candidato, Radomiro Tomic, do Partido Democrata Cristão.

Altos funcionários norte-americanos discutiram o desejo de impedir a posse do então recém-eleito presidente chileno, o esquerdista Salvador Allende, em 1970.[8]
— Associated Press

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