sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A vida do Zé Augusto


Sou José Augusto Azeredo nascido no Morro Santo Antonio em Cachoeiro de Itapemirim ES

onde cresci ao lado da casa da família do cantor Roberto Carlos, especialmente de seu irmão mais velho. O primo do Roberto planejou um encontro nosso já adultos e o Zunga pelido de infância do cantor. Porém dois meses antes ele morreu num acidente automobilístico e o encontro ficou na saudade.

E por que até hoje todos, amigos, conhecidos, clientes, parentes e personalidades me chamam de Zé Augusto?

Porqiue Yuri, meu primogenito a primeira palavra que falou foi um grito: Zééééééé. Dai a mãe dele me chamou de Zé e o resto do mundo também

Aos 4 anos, recordo-me vividamente de meu pai me ensinando a ler enquanto lia o Jornal Vanguarda. Mais tarde, aos 5 anos, iniciei meus estudos em um colégio administrado por freiras, e aos 6, fui admitido precocemente no primeiro ano primário.

Aos 7 anos, meus pais se separaram, e minha mãe passou a viver com um idoso sírio chamado Felipe Kafuri, cuja família acolhedora fortaleceu meu amor pela leitura, especialmente através dos livros de Monteiro Lobato.

Concluí meu curso de contabilidade aos 17 anos, seguindo a vontade pragmática de minha mãe, e aos 19, fui recrutado pelo Exército Brasileiro, onde enfrentei desafios significativos, inclusive sendo preso por discordâncias políticas.

Minha vida tomou um novo rumo quando conheci Armando Carneiro Vaz, um agrônomo, que me encaminhou para trabalhar em um escritório técnico de agricultura. Lá, conheci o Dr. Caldas Brito, que me introduziu ao PSB, marcando o início de minha jornada política. Conheci diversas figuras influentes, incluindo líderes sindicais e ativistas políticos como Enéias, Arlindo Lemos de Oliveira, e Yvon de Araújo Yungtay.

Minha participação política intensificou-se quando me envolvi com o PCB e o movimento sindical, fundando o Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo e contribuindo para o jornal Folha Capixaba.

A ascensão do regime militar em 1964 marcou um ponto crucial em minha vida política. Participei ativamente da resistência, liderando greves e enfrentando a repressão do Estado. Após a queda do governo, retomei minhas atividades na Cia. Ferro e Aço, continuando a luta pelos direitos dos trabalhadores.

- Prisão e tortura

Na manhã de 5 de abril de 1970 fui preso por agentes da OBAN e fiquei lá por duas semanas. Com uma refeição pela manhã para ficar a disposição dos torturadores o dia inteiro.

Depois fui transportado para Vitória ES onde fiquei por 6 meses. Fui colocado numa cela para pessoas com doenças infecciosas. Cheguei tão maltratado que o sargento que me recebeu chorou.

Depois transferido para a Ilha das Cobras numa cela rochosa que minava água onde Tiradentes havia ficado. Depois para Ilha das Flores, para DOPS do Rio e DOPS SP onde fiquei por uma semana.

Minha advogada Rosa Maria Cardoso visitava-me na Ilha das Cobras 2 vezes por semana e fez questão de comparecer ao STM para meu julgamento. Fui condenado a 2 anos de prisão embora estivesse preso já há 4 anos.

Dai fui libertado sem lenço e sem documentos para ser preso pela policia como indigente, mas tal não aconteceu salvo pelas Freiras que mantinham pensão para familiares de presos políticos.

- Vinda pra SP

Em novembro de 1969 conheci a Carmen Nishijima com quem vim morar em São Paulo no agosto de 1980. Aqui chegando conheci Yukitaka Mito que conseguiu mesa para mim num escritório de advogados de Annibal Ferandes.

Em novembro de 1969 conheci a Carmen Nishijima , minha companheira e com quem vim morar em São Paulo no agosto de 1980. Aqui chegando conheci Yukitaka Mito , membro do PCB que perguntou qual profissão eu tinha , ele tbem tinha um diploma de técnico contábil e viu a possibilidade de iniciarmos juntos a Asteca . Iniciamos os trabalhos em uma mesa do escritório de Aníbal Fernandes , mestre e doutor da USP, considerado na espoca um dos maiores especialistas em previdência no país e amigo do Mito do partidão . Vimos ali , com o início da abertura política do país , uma oportunidade de além de militarmos , darmos suporte técnico aos sindicatos .

A militância política foi fundamental para o desenvolvimento da nossa empresa, pois além de possuirmos expertise técnica, tínhamos uma visão política das situações, o que nos diferenciava dos demais escritórios contábeis. Ao longo dos anos, especializamo-nos em contabilidade para sindicatos, uma área pouco explorada e ainda subestimada nas faculdades, principalmente no que diz respeito ao terceiro setor e à contabilidade sindical. Por exemplo, fui eu quem entrou em contato diretamente com o então Ministro do Trabalho (inserir nome) e sugeri a necessidade de um código específico para licença maternidade das mulheres sindicalistas (confirmar detalhes com Maria).

De boca em boca, como era comum antigamente, a Asteca foi crescendo, especialmente pela confiança que a contabilidade deve inspirar, sobretudo no meio sindical. Diversas categorias nos procuraram, incluindo bancários, médicos, metalúrgicos, trabalhadores da construção civil, professores, entre outros. Além disso, diversas pastorais da igreja também se tornaram nossos clientes e permanecem conosco até os dias de hoje.

Passamos a ter clientes de outras cidades e até de outros estados, o que nos levava a realizar visitas regularmente. Anteriormente, era comum eu e Jansen realizarmos essas viagens juntos, mas infelizmente ele morreu, e André passou a me acompanhar nessas jornadas. Atualmente, evito viagens longas, porém, a equipe da Asteca continua a realizar essas visitas, mantendo o contato próximo e atendendo às necessidades dos nossos clientes.

Cheguei no Sindicato dos Químicos em abril, creio, de 1983, ao mesmo tempo que Vera Venturini falecida em 5 de janeiro passado e que brigava com diretores do Sindicato, e mais meio mundo menos comigo. Verinha me adorava e a recíproca era verdadeira.

Segundo Juvenil que foi Diretor de Administração a única unanimidade nesse Sindicato é o Zé Augusto do que muito me orgulho.

Outros grandes amigos na Diretoria foram o Geraldão que desapareceu no mundo e Luiz do Rodhia, além de Luizão e Gersinho. E o amigo e companheiro Paulão. E ainda o querido Banhara.

Conheci o Agenor em abril de 1983, batemos um papo e ele me chamou para ser o contador desse sindicato, Ela era originário das "Comunidades Eclsiais de Base".E daí em diante foi meu "garoto propaganda". Qualquer dirigente sindical que precisava de um contador ele logo dizia: "chama o Zé Augusto".

Depois do Agenor Narciso passaram pela presidência os seguintes companheiros:

Remigio Todeschini (com quem briguei muito e depois tornamo-nos grandes amigos)

Sérgio Novaes o Serjão já falecido (com quem briguei muito e depois tornamo-nos grandes amigos)
Paulo Lage o Paulinho com quem nunca briguei e somos grandes amigos.
Raimundo Suzart com quem me dei bem e somos grandes amigos até hoje. Com Raimundo tomava muito vinho e Juvenil sempre sugerindo que fosse guaraná.
José Evandro atual presidente.

Continuo unanimidade lá.

Zé Augusto

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