11/03/2017
O melhor e pior jornal do mundo publica hoje declarações do ministro do STF pela “desmitificação” do caixa dois.
É um absurdo !
Nós socialistas, sonhamos em transformar tudo “de cima abaixo”, mas estamos a nos resignar, com dificuldade, a reformas que nunca se fazem.
Entre elas, a política, estrutural, pela qual o PT procurou criar a partir do voto popular uma constituinte exclusiva, visando o financiamento público de campanha, e só ele. Ao que disseram alguns que as “contribuições não contabilizadas” eram uma fatalidade...
Mas a ministra, que ora preside o STF, sempre se manifestou em voto, creio que na época do julgamento do mensalão, dizendo, afirmativasmente, que o caixa dois é crime.
Escreve-se, lá no jornal, as palavras do ministro :
“Segundo o presidente do TSE, as investigações da Lava-Jato revelaram a existência de quatro tipos de situação: “Temos a doação plenamente legal. Tem essa chamada doação legal entre aspas, (oriunda de) propina. Temos a doação irregular, informal, caixa dois, que não teria outro vícios. E podemos ter também essa doação irregular, informal, (oriunda de) propina, portanto com o objetivo de corrupção”.
Imagino que, após terem sacrificado o PT no governo, com a Lava-Jato, o feitiço virou contra o feiticeiro, e procura-se salvar a governabilidade sem o pleito direto pelo menos !
E se cria um arremedo do meu Lukcás, quando no seu “Legalidade e ilegalidade” cogita das ordens jurídicas da burguesia e do proletariado a conflitar em níveis de desconstrução da estrutura capitalista, quando se procura evitar de um lado “ater-se à legalidade a qualquer custo” e, de outro, a aderir ao “romantismo da ilegalidade”.
É claro que, inclusive após, o período ditatorial, sempre recente e ainda mal historiado, não se deseja a máscara fascista do capital, a “doutrina do choque”.
Deseja-se, então, preservar a democracia , mais que a governabilidade... daí que urge o sufrágio universal direto e, depois dele, a mesma constituinte que fará a reforma estrutural da política com financiamento público de campanha e a regulamentação do “lobby” parlamentar.
Em pleno “supremismo” vem o ministro com tais falas ? Tudo é político e, por isso, mesmo elas sabem a sócio-democracia da qual se mostra adepto. Pois concorramos... de novo nas urnas.
Seria assim.
Fernando Neto
PT RJ nº1741303
Ilvaneri Penteado - Jornalista - Rio de Janeiro
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