sábado, 3 de janeiro de 2015

2015 chegou. Vamos à luta, Companheiros!

Estamos em 2015, a Presidenta foi empossada em seu segundo mandato, o novo Congresso vai começar a funcionar. Contra o povo, se ficarmos enrustidos em nossas casas, nas empresas, nas fábricas, nas agências bancárias, nos sítios, nas escolas, nos clubes de futebol, enfim, onde haja lugar para ficarmos "na moita", fingindo que não está acontecendo nada.
Como muitos e muitos jovens pequenos burgueses ficaram durante a Ditadura: jogando futebol, torcendo pela Seleção do Médice, cuidando de estudar, de fazer carreira na faculdade e ou nas empresas onde trabalhavam, melhor dizendo, onde cuidavam de sua vida, e só. Fingindo que, os lutadores e lutadoras pela liberdade que eram presos, torturados, estupradas e mortos, não existiam... E que hoje, saíram do armário - ainda por cima posando de valentes - contra os trabalhadores e pregando a volta de nossos algozes ao Poder. A volta das prisões politicas, das torturas, dos estupros e dos assassinatos, muitos deles designados com o eufemismo de "desaparecimentos"...
Mas, esse mesmo Congresso poderá ser a favor do povo, se tivermos a coragem política necessária para partirmos para as ruas, enfrentarmos - de cabeça erguida - a repressão, e gritarmos bem alto, para que, todos os membros dos novos parlamentos escutem (federal e estadual), do Judiciário, ministros e secretários de estado, dos partidos políticos, o que exigimos, sim, eu disse EXIGIMOS deles:

a) Reforma Política com voto em lista partidária, e nos Programas Políticos que cada partido apresentar, e aprovação do Financiamento Público de Campanhas Eleitorais e de crime hediondo para o financiamento privado de candidatos, partidos e campanhas eleitorais. Isto resolve tudo? Claro que, não, mas reduzirá a "maracutáia" em mais de 70%.

b) Estimular a plantação e consumo de Produtos Orgânicos com uma Reforma Agrária voltada à criação de Pequenos Produtores Rurais às margens das cidades em geral, das estradas federais e estaduais, e das grandes cidades em particular, Os pequenos e médios produtores rurais são os principais fornecedores de alimentos para a população, cerca de 80% deles, portanto, estimulá-los a produzirem sem a utilização de pesticidas, fertilizantes, transgênicos, enfim, sem essa parafernália de produtos químicos que dão lucro para a Monsanto e envenenam os trabalhadores rurais e o nosso povo.

c) Instituir o Passe Livre, posto que, a criação da Viação Aérea Gol pela família Constantino, detentora de empresas de ônibus na capital de São Paulo, demonstra, cabalmente, o alto nível de lucratividade dessas empresas de transporte urbano no Brasil, com o Ministério Público, e a Polícia Federal, obrigando-as a abrir suas Planilhas de Custos e contabilidade ao Movimento Passe Livre e às Centrais Sindicais.
E, basta perguntarmos a quem interessa que o trabalhador chegue em determinados horários ao seu trabalho. Basta avaliarmos, se os bancos podem abrir suas portas, cobrar juros, faturar "a dedéu", embolsar nossa grana, se os bancários não estiverem lá; se os industriais podem produzir uma mísera mercadoria se os operários não estiverem a postos no horário certo; se os comerciantes poderão vender um grão de arroz sequer, se os comerciários lá não estiverem quando as portas das mercearias, supermercados, lojas, shopping centers, etc. abrirem...
Portanto, eis aí os contribuintes que devem arcar com os custos do transporte urbano.
Porque a escola pública pode funcionar sem cobrar, e os Postos de Saúde, Clínicas e Hospitais Públicos podem atuar sem cobrar? Se é assim, ninguém precisa pagar pelo transporte urbano de passageiros, não é? Por que os primeiros podem ser gratuítos e o segundo não?
d) Reforma Urbana visando, realocar a habitação dos trabalhadores, colocando-os para viver próximo de onde trabalham, o que, além de tornar a vida deles mais confortável e barata pelo menor tempo consumido no trajeto casa-trabalho-casa, produzirá efeitos radicais na chamada Mobilidade Urbana. O fluxo de veículos se reduzira em muito, os congestionamentos tenderão a desaparecer, a poluição, com o trânsito mais veloz e com reduzido número de veículos será infinitamente menor, e assim por diante.
Portanto, a realização de um Reforma Urbana que traga a residência dos trabalhadores para perto de onde trabalham solucionará, não só o problema da habitação como, simultaneamente, da Mobilidade Urbana.
e) A assistência médico-hospitalar baseada no regime de Convênio Médico, instituída e estimulada pela Ditadura Civil e Militar de 1964, é inviável a longo prazo. Tais Convênios utilizam, cada vez mais, a rede pública de saúde, e, todos eles, marcham para uma futura e possível falência. O progresso tecnológico, a informática. invadiu, também, a área da saúde, tanto como as demais outras. Aí, de um lado, os exames tornam-se cada vez mais caros. De outro, os médicos, tanto pressionados pela preguiça quanto pelo ensino médico e pelas empresas de assistência, recorrem, mais e mais, aos exames sofisticados, cujo resultado é encarecer crescentemente o exercício da medicina.
Por que, os Conselhos de Medicina e grande parte dos médicos repudiam o Mais Médicos com especial destaque para os médicos cubanos? Porque estes aprenderam na faculdade e levam ao cotidiano a prática da medicina preventiva, infinitamente mais barata e eficaz que a curativa. Mas esta última dá mais certo nas áreas pobres, onde a preocupação com o sofisticado é infinitamente menor que em Moema... Aqui, funciona o médico que fica 5 minutos com o paciente e evita, sequer, a colocar as mãos nele...
f) Precisamos reintroduzir na sociedade e no Ministério e Secretarias de Educação o conceito de Ensino Público quer predominou no Brasil, a exemplo da Saúde Pública, até 1964. Se a "educação é dever do estado" como está escrito por aí a fora, então vamos voltar as verbas da educação para a escola pública. E mais, num primeiro momento, vamos concentrar as verbas públicas no antigo Curso Primário até o Colegial. Quando o Poder Público puder garantir para todos os brasileiros esses 12 anos iniciais de estudo, aí sim, poderá voltar suas preocupações para dar a esse pessoal o estudo universitário. Claro que, ninguém está pregando abrir mão da pesquisa e do ensino acadêmico. De modo algum. O que não podemos e fingir que estamos dando educação básica aos nossos filhos e colocá-los, com base fraca, num ensino "superior" tão fraco quanto o antecedente.
Vamos ficar por aqui, companheiros, porque o assunto é longo, polêmico e apaixonante. No futuro, voltaremos a ele. Mas, para conquistarmos tudo isso, seja polêmico ou não, teremos que mobilizar os trabalhadores nas fábricas, no comércio e nos bancos. Mobilizar os camponeses e trabalhadores rurais. Os estudantes. As parcelas democráticas das camadas médias efetivamente interessadas na conquista e ampliação das liberdades democráticas e sindicais. Sem levarmos milhões de trabalhadores às portas dos parlamentos, das cúpulas do judiciário e frente aos ministérios e secretarias de estados, ficaremos a ver navios. Ah, nosso povo quer mais direitos, mais reivindicações e mais liberdades? Claro que quer. Basta discutirmos com ele o assunto em cada fábrica, cada agência bancária, cada escola, cada lugar onde estiver um trabalhador. Lembro-me, muito bem que, quando trabalhava em fábrica, uma possível mentira minha valia muito mais que 10 verdades gritadas nos aparelhos dos carros de som. Basta lembrarmos a eles que o PL da Terceirização poderá ser aprovado, e assim, revogada, na prática, a CLT, que todos irão as ruas. Basta, repito, termos a coragem e disposição política necessária para a luta.
Como diria Marx, "Trabalhadores Uní-vos"!
José Augusto Azeredo

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