Em 8 de março de 1857, houve a primeira greve nos Estados Unidos gerida somente por mulheres tecelãs. As operárias da fábrica de tecidos “Cotton - Nova Iorque”, decidiram em assembléia , paralisar os trabalhos , na reivindicação do direito à jornada de 10 horas (a carga horária diária de trabalho delas era de16 horas ) e melhores condições de trabalho .
Os proprietários da empresa utilizaram então , dos seus poderes absolutos , para acionar a força policial , a fim de debelar a manifestação daquelas trabalhadoras do setor têxtil .
O modo usado para reprimir o movimento foi feito de maneira tão violenta que , as operárias viram-se forçadas a refugiarem-se dentro da fábrica , na tentativa de se defenderem da truculência policial .
Aproveitando-se disso, trancaram-nas no local e atearam fogo no prédio fabril . As 129 tecelãs que lá estavam – covardemente presas por seus algozes – não conseguiram escapar do incêndio . Morreram todas carbonizadas, marcando assim , uma das páginas mais trágicas da luta das trabalhadoras em Defesa dos Direitos Humanos das Mulheres .
Em 1910, na II Conferência Internacional de Mulheres , realizada na Dinamarca, foi sugerido como homenagem a essas mártires do inicio do século 20, operárias de Nova Iorque, assassinadas por lutarem pela igualdade de direito entre os sexos e pela busca de uma cidadania PLENA para as mulheres , que o dia 8 de março fosse declarado Dia Internacional da Mulher . Mas , só a partir de 1975 esta data começou a ser comemorada no mundo inteiro , quando a ONU declarou a década de 75 a 85 como a década da mulher . Logo após , em 1977, a Unesco reconhece oficialmente o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher , em homenagem às 129 operárias queimadas vivas .
O dia serve para reafirmar a cada ano que nenhuma das nossas lutas foi em vão .
Maria Áurea (Recife)
Fonte: Tortura nunca mais
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