O electric honeycomb (favo de mel elétrico, em tradução livre), é um fenômeno curioso.
Ocorre quando uma carga de corona de alta tensão – a ionização do ar que envolve um condutor – é aplicada a partir de uma agulha vertical sobre o óleo em uma placa de aço. A superfície enruga-se em uma estrutura que se assemelha a um favo de mel, ou uma rosácea, aquela janela ornamental geralmente encontrada em catedrais – daí o nome.
Esse padrão é uma instabilidade causada pela acumulação de íons aplicando pressão na superfície do óleo, de baixa condutividade, entre os dois materiais condutores metálicos. À medida que os íons tentam aterrar, eles deixam o óleo mais e mais fino, para que possam passar por ele. Mas o óleo quer manter a estrutura de sua superfície, de modo que o padrão se forma.
E agora, pela primeira vez, alguém fotografou o movimento desses íons. E esse alguém é um adolescente de 17 anos do Paquistão.
O estudante do ensino médio Muhammad Shaheer Niazi, da Faculdade de Artes e Ciências de Lahore,teve que resolver o problema do favo de mel elétrico no Torneio Internacional de Jovens Físicos de 2016 na Rússia.
Ao retornar para casa, ele decidiu tentar fazer uma publicação – mas, para isso, ele precisava contribuir com a pesquisa e o conhecimento existentes. “Nós temos que adicionar algo novo para ser publicados, e eu apresentei dois novos fatores no fenômeno do favo de mel elétrico”, disse ele no programa de notícias do Paquistão NewsWise.
Para fotografar o movimento dos íons, ele usou uma técnica chamada fotografia Schlieren, um método óptico usado para ver densidades de fluidos. Não podemos, por exemplo, ver mudanças de temperatura ou gases no ar, mas já que eles refratam a luz, eles podem lançar sombras.
Quando os íons no experimento no favo de mel elétrico se movem da agulha condutora, eles criam um pequeno vento, e é isso que aparece nas fotografias de Niazi, como visto na imagem abaixo.
Ele também usou imagens térmicas para fotografar as mudanças de temperatura sobre o óleo à medida que os favos de mel se formam, aumentando e se espalhando diretamente debaixo da agulha. Estas mudanças de temperatura, o artigo ressalta, acontecem devido ao aquecimento residual de gás e a reações exotérmicas.
No entanto, eles também são um pouco desconcertantes. Ninguém mediu a temperatura antes, e de acordo com o físico Alberto T. Pérez Izquierdo, que escreveu um artigo sobre favos elétricos em 1997, o efeito de aquecimento é maior e menos nivelado do que o esperado. Mais pesquisas são necessárias para descobrir o porquê.
O artigo de Niazi foi publicado na revista Royal Society Open Science “Newton tinha 17 anos quando sua primeira pesquisa foi publicada na mesma publicação”, celebra Niazi. [Science Alert]
POR: JÉSSICA MAESEM: 15.10.2017 | EM BIZARRO, OUTRAS, PRINCIPAL
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