sábado, 21 de outubro de 2017

Fotógrafo consegue capturar exato momento em que cobra tenta evitar ser engolida por um sapo

A última coisa que essa infeliz serpente viu provavelmente foi o flash da câmera quando o fotógrafo capturou a incrível imagem de sua cabeça aparecendo dentro da boca desse sapo. O flagrante foi provavelmente ao acaso. A câmera foi disparada em um momento em que o sapo estava boquiaberto. E, de forma inesperada, dentro da garganta do sapo estava outra cabeça, pertencente a uma pequena cobra, suas mandíbulas também estendidas, no que talvez fosse o seu último suspiro.





O usuário do Reddit EstusFiend compartilhou a foto em 16 de outubro, com o título “One Last Scream In the Abysssss (Um último grito no abismo – os “sss” são uma brincadeira com o sibilar feito pelas cobras)”. Um usuário do Google Plus publicou a foto em novembro de 2016 e reivindicou a propriedade da imagem, mas como a foto apareceu sem crédito na internet antes dessa afirmação, é incerto quem é realmente o fotógrafo.

A serpente engolida provavelmente não se manteve viva por muito tempo – embora a presa de um sapo geralmente seja engolida com vida e lute para sobreviver, uma vez que a boca do sapo fecha, o fim vem rapidamente, diz Jonathan Kolby, diretor do Centro de Resgate e Conservação Anfíbia de Honduras.

“É fácil imaginar que engolir um animal vigorosamente lutando prejudicaria o sapo”, explicou Kolby. “Mas, depois de ser engolida, a maioria das presas provavelmente sufoca e morre dentro de um minuto ou dois enquanto são espremidas e mantidas no lugar pelos músculos no trato digestivo do sapo”.

E não é incomum que uma cobra esteja no menu de um sapo, acrescenta Kolby.

“Os sapos de árvores costumam consumir uma grande variedade de presas, incluindo cobras e até roedores, tudo de acordo com o tamanho da boca deles”, disse ele.


O sapo foi identificado como uma sapo de árvore verde australiano (Litoria caerulea) em um tweet postado em 16 de outubro por Jodi Rowley, curador de Biologia de Conservação de Anfíbios e Répteis do Museu Australiano e da Universidade de Nova Gales do Sul. Em outro tweet, Rowley sugeriu que o esôfago do sapo parecia menor do que se poderia esperar para um animal com uma boca tão grande, mas provavelmente ele estava contraído porque a cobra ainda estava sendo engolida.

A cobra parece ser um filhote, de acordo com Paul Oliver, pesquisador de pós-doutorado na Universidade Nacional Australiana. Isso faz com que essa interação seja incomum, já que muitas cobras são diurnas – ativas durante o dia – e os sapos são noturnos, explica ele.

“Parece improvável que tenha ocorrido naturalmente, mas várias coisas improváveis ​​acontecem na natureza”, disse Oliver ao site Live Science em um e-mail.

Uma possibilidade é que a ação humana “pode ter desempenhado um papel no encontro da cobra com o sapo, mas, posteriormente, os instintos do sapo para comer qualquer coisa pequena assumiram o controle”, disse Oliver, que estuda a sistemática e a evolução dos sapos e lagartos.

Na verdade, sapos de árvores são chamados por alguns de “labradores do mundo dos sapos”, por causa de seus hábitos alimentares indiscriminados. Eles são conhecidos por tentar comer “quase qualquer coisa que eles possam colocar em suas bocas”, diz Kathleen Doody, pesquisadora da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Queensland, na Austrália.

Independentemente disso, da perspectiva do sapo, ter sua refeição tentando fazer o caminho de volta pela sua garganta provavelmente não é uma experiência agradável. Mas há exemplos ainda mais extremos de uma refeição tornando-se desastrosa para sapos, Kolby disse ao Live Science.


As larvas de besouro Epomis, que se parecem com larvas tentadoras para um sapo com fome, são na verdade carnívoros mortais que se alimentam de seus futuros predadores, conta Kolby. As larvas atraem os sapos agitando suas antenas, depois atacam suas poderosas mandíbulas, prendendo-se no sapo e consumindo-o vivo, relata ela.

A serpente na foto de alguma forma conseguiu sair da boca do sapo e alcançar o caminho da liberdade? Provavelmente nunca saberemos. Mas por um momento ela lutou, de acordo com a lente do fotógrafo. [Livescience]



POR: JÉSSICA MAESEM: 21.10.2017 | EM ANIMAIS, PRINCIPAL










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