sexta-feira, 7 de novembro de 2025

CEM ANOS QUE ABALARAM O MUNDO


CEM ANOS QUE ABALARAM O MUNDO


Departamento de História (FFLCH) da Universidade de São Paulo – Cidade Universitária – 3 a 6 de outubro de 2017
                                                                                                  3ª. Feira / 3 de outubro
9:00 hs. (AH): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO ENTRE O MITO E A HISTÓRIA: Osvaldo Coggiola (USP) Debatedor: Rodrigo Ricupero
9:00 hs. (ANS): MARX E A RÚSSIA: Danilo Nakamura, Ricardo Martins Rizzo, Paulo Barsotti, Luis Antonio Costa
9:00 hs. (AG): POPULISMO E MARXISMO NA RÚSSIA: Lúcio Flavio de Almeida, Cláudio Maia, André Keysel, Henrique Canary, Ramón Peña Castro
9:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO RUSSA E OS EUA: Sean Purdy, Mary Anne Junqueira, Elizabeth Cancelli, Rodrigo Medina Zagni
9:00 - 13:00 (SV): Comunicações Livres
14:00 hs. (AH): A CONTROVÉRSIA ENTRE ESLAVÓFILOS, OCIDENTALISTAS E EURASIANISTAS: Angelo Segrillo, Giuliana Teixeira de Almeida, Priscila Nascimento Marques, Lucas Simone
14:00 hs. (AG): REVOLUÇÃO SOVIÉTICA, MEIO AMBIENTE E ORGANIZAÇÃO ESPACIAL: Elvio Rodrigues Martins, Ruy Moreira, Carlos Walter Porto Gonçalves, Douglas Santos
14:00 hs. (ANS): A REVOLUÇÃO SOVIÉTICA E A EDUCAÇÃO: Ana Paula Hey, Ítalo de Aquino, Roberto Lehrer, Julio Turra, César Minto
14:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO RUSSA E A EMANCIPAÇÃO DOS JUDEUS: Arlene Clemesha, Saul Kirschbaum, Samuel Feldberg, Jayme Brener, Miriam Oelsner
14:00 hs. (SV): O SILÊNCIO DOS VENCIDOS: OS COMUNISTAS E A REVOLUÇÃO DE 1930: Marcos A. Silva, Heloísa Faria Cruz, José Carlos Barreiro, Marco Aurelio Garcia, Sergio Alves de Souza
14:00 hs. (CPJ): A REVOLUÇÃO DOS ESCRAVOS: UM BECO SEM SAÍDA? Norberto Guarinello (USP) Debatedor: Uiran Gebara da Silva
17:00 hs. (AH): REVOLUÇÃO RUSSA E INTELECTUAIS BRASILEIROS: Luiz Bernardo Pericás, Deni Rubbo, Rafael Bivar Marquese, Angelica Lovatto
17:00 hs. (AG): ROSA LUXEMBURGO, GEORG LUKÁCS, WALTER BENJAMIN E A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO: Isabel Loureiro, Jorge Grespan, Francisco Alambert, Wolfgang Leo Maar
17:00 hs. (ANS): UMA “REVOLUÇÃO CONTRA O CAPITAL”? GRAMSCI E A REVOLUÇÃO RUSSA: Álvaro Bianchi (Unicamp) Debatedor: Cícero Araújo
17:00 hs. (CPJ): A NOVA POLÍTICA ECONÔMICA (NEP) 1921-1929: Joana Salem Vasconcellos, Marcos Cordeiro Pires, Luiz E. Simões de Souza, André Martins, Glaudionor Barbosa
17:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO E A URSS EM CONTRACULTURAS: Adrián Pablo Fanjul, Andréia Menezes, Larissa Locosselli, José Mauricio Rocha  
17:00 hs. (SV): A REVOLUÇÃO HÚNGARA DE 1919: Tibor Rabockzai (Universidade de São Paulo) Debatedor: Everaldo de Andrade
19:30 hs. (AH): A CULTURA E AS ARTES NA UNIÃO SOVIÉTICA: Clara de Freitas Figueiredo, Marcos Napolitano, Thyago Marão Villela, Peterson Pessoa, Luiz Renato Martins
19:30 hs. (ANS): A QUESTÃO AGRÁRIA NA RÚSSIA: Ariovaldo U. de Oliveira, Manoel Fernandes, Carlos Borba, Valéria De Marcos, Gilmar Mauro
19:30 hs. (AG): 1917 EM SÃO PAULO, GREVE GERAL: Gilberto Maringoni, Cláudio Batalha, Christina Roquette Lopreato, Luigi Biondi, Eujacio Silveira, Bruno Rodrigo, com estreia do filme 1917, a Greve Geral, de Carlos Pronzato, e relançamento de O Ano Vermelho de Luiz Alberto Moniz Bandeira
19:30 hs. (CPJ): A REVOLUÇÃO RUSSA E AS EDIÇÕES MARXISTAS: Marisa Midori Deaecto, Lincoln Secco, Flamarion Maués, Dainis Karepovs
19:30 hs. (AUDIG) A REVOLUÇÃO RUSSA E O MODERNISMO BRASILEIRO: Francisco Alambert (USP) Debatedora: Priscila Figueiredo
19:30 hs. (SV): CHE GUEVARA E A REVOLUÇÃO RUSSA: Roberto Massari (Fundação Internacional Che Guevara) Debatedor: Luiz Bernardo Pericás
4ª. Feira / 4 de outubro
9:00 hs. (AH): REVOLUÇÃO RUSSA E REVOLUÇÃO ALEMÃ: Luiz Enrique V. de Souza, Felipe Demier, Fabio Mascaro Querido, Gilson Dantas
9:00 hs. (ANS): A REVOLUÇÃO RUSSA E O CINEMA: Marcos A. Silva, Mauricio Cardoso, Wagner Pinheiro Pereira, Alessandro Gamo, Eduardo Morettin
9:00 hs. (AG): A REVOLUÇÃO RUSSA E O EXTREMO ORIENTE: Andrea Longobardi, Wladimir Pomar, Luciano Martorano, Shu Sheng, Fernando Leitão, Edgardo Loguercio
9:00 hs. (CPJ): JOHN REED, GEORGE ORWELL E OUTRAS ESCRITAS SOBRE A REVOLUÇÃO: Daniel Puglia, Marcos César de Paula Soares, Tercio Redondo, Rosângela Sarteschi, Matheus Cardoso da Silva, Lucca Eduardo Maldonado
9:00 hs. (AUDIG): A PSICOLOGIA SOVIÉTICA: PAVLOV, LURIA, VIGOTSKY, LEONTIEV: Miriam Garcia Mijares, Marilene Proença R. de Souza, Fraulein Vidigal de Paula, Maria Luisa S. Schmidt
9:00 - 13:00 (SV): Comunicações Livres
14:00 hs. (AH): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E OS BÁLCÃS: Savas Matsas (Centro Christian Rakovsky, Atenas) Debatedor: Rodrigo Medina Zagni
14:00 hs. (ANS): DA COMUNA AOS SOVIETS, DE MARX A MARCUSE: Wolfgang Leo Maar (Universidade Federal de São Carlos) Debatedora: Sara Albieri
14:00 hs. (AG): A DERROTA DO OUTUBRO ALEMÃO: Isabel Loureiro (Unesp) Debatedora: Rosa Rosa Gomes
14:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E O MUNDO ÁRABE E MUÇULMANO: José Farhat, Malcon Arriaga, Aldo Sauda, Paulo Farah, Osvaldo Coggiola
14:00 hs. (SV): CAPITAL FINANCEIRO E IMPERIALISMO, GUERRA MUNDIAL E REVOLUÇÃO: Edmilson Costa, Sofia Manzano, Apoena Cosenza, Fátima Previdelli
14:00 hs. (CPJ): O PODER SOVIÉTICO E AS POTÊNCIAS OCIDENTAIS: Virgílio Arraes (UnB) – Reginaldo Nasser (PUC-SP) Debatedor: Daniel Gaido
17:00 hs. (AH): URSS E REVOLUÇÃO MUNDIAL: REVOLUÇÃO PERMANENTE? Daniel Gaido (Universidad de Córdoba) Debatedor: João Machado
17:00 hs. (AG): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E A FRANÇA: Gérard Goujon (Éducation Nationale, França) Debatedor: Carlos A. Zeron
17:00 hs. (ANS): REVOLUÇÃO SOVIÉTICA E REVOLUÇÃO ESPANHOLA: Antônio Rago, Ana Lúcia Gomes Muniz, Fernando Camargo, Ivan Rodrigues Martin, Ismara Izepe de Souza
17:00 hs. (CPJ): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E O IMPÉRIO OTOMANO: Heitor Carvalho Loureiro, José Farhat, Ramez Philippe Maaluf, Nelson Bacic Olic, Soraya Misleh
17:00 hs. (SV): 1989-1991: FIM DO MARXISMO? Mariano Schlez (Universidad del Sur, Argentina) Debatedora: Paula Marcelino
17:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E A HOMOSSEXUALIDADE: Wilson Honório da Silva (Faculdades Integradas Guarulhos) Debatedoras: Amanda Palha e Gisele Sanfroni 
19:30 hs. (AH): REVOLUÇÃO RUSSA E INTELECTUALIDADE EUROPEIA: Vladimir Safatle, Paulo Arantes, Michael Löwy (CNRS, França)
19:30 hs. (ANS): O BOLCHEVISMO: AVATAR POLÍTICO OU ALTERNATIVA HISTÓRICA?  Jorge Altamira (Universidad Obrera, Buenos Aires) Debatedor: Antonio Bertelli
19:30 hs. (AG): A URSS E A REVOLUÇÃO CUBANA: Áquilas Mendes, Ramón Peña Castro, Carlos Alberto Barão, José R. Mao Jr, Stella Grenat (Universidad de Buenos Aires)
19:30 hs. (CPJ): O PCB E A UNIÃO SOVIÉTICA: Milton Pinheiro, Carlos Fernando Quadros, Marcus Dezemone, Augusto Bonicuore, Marly Vianna
19:30 hs. (SV): REVOLUÇÕES: AS ESQUINAS PERIGOSAS DA HISTÓRIA: Valério Arcary (IFECT) Debatedores: Valter Pomar e Ana Carolina Ramos
19:30 hs. (AUDIG): CONSELHISTAS, ANARQUISTAS E REVOLUÇÃO RUSSA: Elena Schembri, Felipe Correa, Gabriel Zacarias, Ricardo Rugai
5ª. Feira / 5 de outubro
9:00 hs. (AH): REVOLUÇÃO E CIÊNCIA SOVIÉTICA: Pedro Ramos, Gildo Magalhães, João Zanetic, Marcia R. Barros da Silva, Francisco A. Queiroz, Douglas Anfra
9:00 hs. (AG): LITERATURA RUSSA E REVOLUÇÃO: Arlete Cavaliere, Noé Oliveira Polli, Fatima Bianchi, Mário Ramos Francisco Jr
9:00 hs. (ANS): OS ESPORTES NA UNIÃO SOVIÉTICA: Flávio de Campos, Luiz Henrique de Toledo, Wagner X. Camargo, José Carlos Marques
9:00 hs. (AUDIG): OPOSIÇÃO DE ESQUERDA E TROTSKISMO NO BRASIL: Tullo Vigevani, Dainis Karepovs, José Castilho Marques Neto, Felipe Gallindo, Iram Jácome Rodrigues
9:00 (CPJ): AS REBELIÕES ANTIBUROCRÁTICAS NA EUROPA ORIENTAL: João Pedro Bueno, Francine Iegelski, Osvaldo Coggiola, Tibor Rabockzai
9:00 (SV): Comunicações Livres
14:00 hs. (AH): AS MULHERES NA REVOLUÇÃO RUSSA: Joana El-Jaick Andrade, Alana Moraes, Daniela Mussi, Diana Assunção, Iole Ilíada
14:00 hs. (ANS): O BOLCHEVISMO, A COMINTERN E A QUESTÃO NEGRA: Emerson Santos, Wilson Honório da Silva, Eduardo Januário, Fernando Frias, Aruã de Lima, Claudiceia Durans, Muryatan Barbosa
14:00 hs. (AG): A PSICANÁLISE NA RÚSSIA: Renata Udler Cromberg, João Augusto Frayze-Pereira, Paulo Sérgio de Souza Jr, Eduardo Kawamura
14:00 hs. (AUDIG): OS SURREALISTAS E A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO: Michael Löwy (CNRS, França) Debatedores: Jorge Grespan e Alex Januário
14:00 hs. (CPJ): ITÁLIA: CONSELHOS OPERÁRIOS E PARTIDO COMUNISTA: José Luiz del Roio, Lincoln Secco, Elisabetta Santoro, Homero Santiago
14:00 hs. (SV): HUMOR RUSSO E HUMOR SOVIÉTICO: Elias Thomé Saliba (Universidade de São Paulo) Debatedor: Francisco Alambert
17:00 hs. (AH): A UNIÃO SOVIÉTICA E A ÁFRICA: Marina Gusmão de Mendonça, Leila Hernandez, Maria Cristina Wissenbach, Tânia Macedo, José Luiz Cabaço, Carlos Alberto Barão
17:00 hs. (AG): LYSSENKO E O DRAMA DA GENÉTICA SOVIÉTICA: Boris Vargaftig (ICB – USP) Debatedores: Carlos Winter e Fabio Andrioni
17:00 hs. (ANS): A REVOLUÇÃO TURCA E A RÚSSIA SOVIÉTICA: Sevtap Demirci (Instituto Atatürk - Universidade Boğaziç) Debatedor: Heitor C. Loureiro
17:00 hs. (CPJ): LENIN E LENINISMO: O QUE FAZER? Anderson Deo, Antonio Carlos Mazzeo, Valério Arcary, André Ferrari
17:00 hs. (AUDIG): FIM DO COMUNISMO OU COLAPSO DA MODERNIZAÇÃO? Carlos A. Toledo, Anselmo Alfredo, Marildo Menegat, Ivan Cotrim
17:00 hs. (SV): HISTORIOGRAFIA SOVIÉTICA E HISTORIOGRAFIA BRITÂNICA: Mauricio Parisi (USP) Debatedor: Milton Pinheiro (UNEB)
19:30 hs. (AH): A INTERNACIONAL COMUNISTA, DA COMINTERN AO KOMINFORM: Everaldo Andrade, Antonio Bertelli, Antonio C. Mazzeo, Sean Purdy
19:30 hs. (AG): O ESTADO NA SOCIEDADE SOVIÉTICA: Alysson Leandro Mascaro, Camilo Onoda Caldas, Silvio Luiz de Almeida, Luiz Felipe Osório
19:30 hs. (ANS): PERESTROÏKA: PORQUE NÃO DEU CERTO? Lenina Pomeranz (Universidade de São Paulo) - José Arbex (PUC)
19:30 hs. (CPJ): FIDEL CASTRO E CHE GUEVARA ENTRE LENDA E REALIDADE: Luiz Bernardo Pericás (USP) Debatedor: Áquilas Mendes
19:30 hs. (SV): O COMUM E O COMUNISMO, ONTEM E HOJE: Jean Tible, Henrique Parra, Ricardo Teixeira, Tatiana Roque
19:30 hs. (AUDIG): VANGUARDAS RUSSAS MODERNISTAS E REALISMO SOCIALISTA: Rubens Machado, Francisco Foot Hardman, Quezia Brandão, Valentim Facioli
. Feira / 6 de outubro
9:00 hs. (AH): A EXPERIÊNCIA JURÍDICA SOVIÉTICA: Guilherme Cortez, Jorge Souto Maior, Márcio Bilharino Naves, Marcus Orione, Carolina Catini
9:00 hs. (AG): REVOLUÇÃO SOVIÉTICA E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO (LENIN E TAYLOR): Afrânio Catani (USP) Debatedores: Angela Lazagna e Gilson Dantas
9:00 hs. (ANS): REVOLUÇÃO RUSSA E PENSAMENTO LATINO-AMERICANO: Gilberto Maringoni, Igor Fuser, Gabriela Pellegrino Soares, Vinicius Moraes, Flavio Benedito
9:00 hs. (CPJ): A REVOLUÇÃO RUSSA E O BRASIL: Frederico Duarte Bartz, Felipe Castilho de Lacerda, Christiano Britto Monteiro, Rosana de Moraes, Lucca Eduardo Maldonado
9:00 hs. (SV): A RÚSSIA DE PUTIN E A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO: Joimar de Castro Menezes (Universidade São Judas Tadeu) Debatedora: Lidiane Rodrigues
9:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO RUSSA NAS LITERATURAS HISPÂNICAS: Margareth Santos, Pablo Gasparini, Gabriel Lima, Graciela Foglia
14:00 hs. (AH): PCB, PC do B, TROTSKISTAS, PT: AS METAMORFOSES DO COMUNISMO BRASILEIRO: Rodrigo Ricupero, Murilo Leal, Pedro Pomar, Carlos Zacarias, Eduardo Almeida
14:00 hs. (ANS): GEOPOLÍTICA E GEO-HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO SOVIÉTICA: André Martin, Erivaldo C. de Oliveira, Rafael Duarte Villa, Valter Pomar, Wanderley Messias da Costa
14:00 HS. (AG): O STALINISMO: SOCIALISMO OU ANOMALIA HISTÓRICA? Breno Altman, Waldo Melmerstein, Darlan Montenegro, Zilda Iokoi, André Singer
14:00 hs. (CPJ): GUERRA FRIA E HEGEMONIA DO DÓLAR: Maria Lucia Fattorelli (Auditoria Cidadã da Dívida) Debatedores: Leda Paulani e José Menezes
14:00 hs.. (SV): CHILE 1973: FIM DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA? Enio Bucchioni, Horácio Gutiérrez, Plinio de Arruda Sampaio Jr, Fabio Luis Barbosa
14:00 hs. (AUDIG): O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS E A “REVOLUÇÃO DOS CRAVOS”: Raquel Varela (Universidade Nova de Lisboa) Debatedora: Vera Ferlini
17:00 hs. (AH): O FIM DA URSS: ANÁLISE DAS CAUSAS: Angelo Segrillo, Gilson Dantas (UnB), Robério Paulino (UFRN), Martin Hernandez, Lívia Cotrim
17:00 hs. (AG): REVOLUÇÃO RUSSA E AMÉRICA LATINA: Fernando Sarti, Everaldo Andrade, Felipe Deveza, Yuri Martins Fontes, Mateus Fiorentini
17:00 hs. (ANS): A ESQUERDA NO BRASIL HOJE: João Batista de Araújo (Babá), Valério Arcary, Mauro Iasi, Guilherme Boulos, Breno Altman, José Maria de Almeida (Zé Maria), Gilmar Mauro
17:00 hs. (AUDIG): HISTÓRIA E REVOLUÇÃO: CEM ANOS DE ERIC HOBSBAWM: Lincoln Secco, Francisco Alambert, Fernando Novais, Marcos A. Silva
17:00 hs. (SV): LÊNIN E A REVOLUÇÃO RUSSA: Vladimir Palmeira (Faculdades Honório Alonso) Debatedor: Francisco Miraglia
17:00 hs. (CPJ): MÚSICA E REVOLUÇÃO SOVIÉTICA: José Geraldo Vinci de Moraes (USP) Debatedor: Antonio C. Mazzeo
19:30 hs. (AH): A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E O SÉCULO XXI: Jorge Altamira, Savas Matsas, Plinio de Arruda Sampaio Jr, Valter Pomar, Eduardo Almeida
19:30 hs. (AG): O “BLOCO SOCIALISTA”, BALANÇO ECONÔMICO: José Menezes Gomes, Gilson Dantas, Leda Paulani, Vitor Schincariol, Edgardo Loguercio
19:30 hs. (ANS): CLASSE OPERÁRIA E REVOLUÇÃO: O PROLETARIADO AINDA É AQUELE? Ricardo Antunes, Iram Jácome Rodrigues, Ruy Braga, Raquel Varela
19:30 hs. (AUDIG): IMPERIALISMO E REVOLUÇÃO, ONTEM E HOJE: Virgínia Fontes (Universidade Federal Fluminense), Lúcio Flavio de Almeida (PUC), Antônio Roberto Espinosa (Unifesp), Regina Gadelha (PUC)
AH: Anfiteatro de História - AG: Anfiteatro de Geografia - ANS: Anfiteatro Nicolau Sevcenko - CPJ: Sala Caio Prado Júnior - SV: Sala de Vídeo - AUDIG: Auditório de Geografia
Comissão OrganizadoraOsvaldo Coggiola, Jorge Grespan, Sean Purdy, Everaldo de Andrade, Milton Pinheiro, Francisco Alambert, Angelo Segrillo, Lincoln Secco, Rodrigo Ricupero, Luiz B. Pericás, Adrián Fanjul, Maria Luisa Schmidt
Apoio: Laboratório de Estudos da Ásia (LEA), GMarx, Boitempo Editorial, Programa de Pós-Graduação em História Econômica, NEPH (Núcleo de Economia Política e História Econômica), Centro de Estudos Africanos, LUDENS, CAHIS, CEDHAL (Centro de Demografia Histórica da América Latina), NACI - Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional, Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina (PROLAM), Consulado Geral da República da Turquia
Inscrições: http://cemanosrevolucaorussa.fflch.usp.br/                                     
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John Reed e "Os 10 dias que abalaram o mundo"


Dia 17 passado transcorreram os 100 anos da morte de John Reed. O amigo @+55 85 8822-7383 me mandou este ótimo perfil biográfico do autor de Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, escrito por Germano Parés. Aproveito para recomendar o excelente Reds, filme de Warren Beatty focado nos últimos dias de sua vida.


PARA NÃO ESQUECER – 17 DE OUTUBRO DE 1920

MORRE JOHN REED

(Ernesto Germano Parés)

Conheço poucas pessoas na esquerda, principalmente entre os mais velhos, que não tenha lido o livro “Dez dias que abalaram o mundo”, de John Reed! Mas este não é o seu único trabalho e poucos conhecem sua história. 

John Reed era jornalista e, como tal, testemunhou muitos acontecimentos importantes da história. Nasceu em 1887, na cidade de Portland (EUA) mas foi estudar na Universidade de Harvard logo que conseguiu. Terminou seu curso, em 1910, e embarcou em um navio de carga com destino à Europa e conheceu Londres, Paris e Madrid. Quando voltou aos EUA foi trabalhar como editor em uma revista sobre política internacional.

Reed era uma pessoa bem comum e tinha hábitos simples. Gostava muito de comer e beber, mas tinha uma preferência por estar perto do povo, dos trabalhadores, e isso fazia seus colegas se afastarem dele e até escreverem coisas criticando-o.

Em 1912 tomou conhecimento de que em Lawrence, Massachusetts, durante uma manifestação dos operários de uma fiação apoiada pelo Partido Socialista, 25 mil operários de uma fábrica na outra margem do rio Hudson, se manifestavam exigindo oito horas de trabalho diário. E a polícia, como sempre, não economizou em cacetadas! Reed, como era sua maneira de ser, juntou-se aos manifestantes, sendo preso durante quatro dias. Aprendeu muito com os grevistas e, depois de solto, foi um dos organizadores de um desfile que reuniu mais de 100 mil manifestantes no Madison Square Garden em defesa do direito de greve. Escreveu sobre a greve no jornal “The Masses”.

Em 1914 foi duramente atacado por Walter Lippmann, editor da revista “New Republic”, que escreveu sobre ele: “Por temperamento, ele não é um escritor profissional ou repórter. Ele é uma pessoa que gosta de si mesmo” E desferiu um golpe: “Reed não é imparcial e tem orgulho disso”. 

A resposta de Reed foi imediata: “Se imparcialidade significa conivência com a elasticidade na versão dos fatos contados pelos poderosos e pelos sanguinários, então sou parcial, pois estou sempre do lado da verdade e da civilização”.

No mesmo ano, 1914, Pancho Villa liderava uma rebelião de camponeses no México quando Reed foi enviado como correspondente. Em pouco tempo, tornou-se próximo do líder revolucionário. Os relatos apaixonados de Reed estão no seu livro “México Rebelde”, um dos melhores que já li por sua proximidade e intimidade com os rebeldes.

Mal voltara aos EUA e acontece, no Colorado, o Massacre de Ludlow, onde mineiros em greve foram abatidos pela Guarda Nacional a mando da família Rockefeller (não, eu não estou enganado, é a família do badalado Rockefeller). Tudo o que aconteceu foi devidamente registrado no seu livro “A Guerra do Colorado”.

Em 1914 tem início a Primeira Guerra Mundial e Reed escreve “And here are the nations, flying at each other's throats like dogs… and art, industry, commerce, individual liberty, life itself taxed to maintain monstrous machines of death” (“Aqui estão as nações, a se lançar aos pescoços umas das outras como cães… e a arte, a indústria, o comércio, a liberdade individual, a própria vida são taxadas para sustentar monstruosas máquinas de morte”.)

Foi procurado por grandes jornais que desejavam enviá-lo à Europa para fazer a cobertura da guerra e acabou aceitando o convite da revista The Metropolitan. 

Mas John Reed era uma pessoa diferente. A bordo do navio que o levava para a Europa, viajando na primeira classe, tomou conhecimento de mais de três mil italianos viajando no porão do navio e fez amizade com alguns. 

Esteve na Inglaterra, Países Baixos e Alemanha. Depois foi para a França, andando pelos campos de batalha: chuva, lama, cadáveres. O que mais o deprimiu foi o patriotismo exacerbado de ambos os lados, até em alguns socialistas, como H.G. Wells na Inglaterra.

Voltou aos EUA por pouco tempo e, em 1915, embarca para a Europa. Dessa vez conheceu a Rússia. Viu vilas sendo queimadas a saqueadas pelos soldados do czar para massacrar os judeus russos.

Volta para casa e, percebendo o clima de guerra, escreve um breve artigo onde diz que o inimigo para o trabalhador estadunidense eram os 2% da população que recebiam 60% da riqueza nacional. “Nós defendemos que o trabalhador prepare-se para se defender do inimigo. Esse é o nosso preparativo”.

Reed era socialista, membro ativo do Partido nos EUA, e ficava incomodado pela maneira como os trabalhadores na Europa e EUA estavam sustentando a guerra. 

Em 1917 ele recebe a notícia de que uma revolta na Rússia havia derrubado o czar e que uma revolução estava em marcha. “Finalmente, toda uma população se negou a continuar a carnificina e se revoltou contra a classe governante”, escreveu.

Com sua esposa, Louise Bryant, partiu para a Finlândia e Petrogrado. Os revolucionários estavam nas ruas e os operários tomavam as fábricas, viu soldados que se recusavam a lutar na guerra e viu o crescimento do soviete de Petrogrado. Entre os dias 6 e 7 de novembro a revolução avançava rapidamente e os revoltosos se apossavam das estações ferroviárias, telégrafo, telefone e correios.

Ele ainda voltou aos EUA e, em menos de dois meses, pegou todas as suas anotações e escreveu o famoso “Dez dias que abalaram o mundo”. 

Voltou à Rússia, em 1919, e denuncia as tentativas dos governos ocidentais de invadir o país para impedir o avanço do socialismo. Mas Reed já estava desgastado e doente. Muito febril, tinha delírios e os médicos descobriram que ele contraíra tifo. 

John Reed morreu em um hospital de Moscou, no dia 17 de outubro de 1920. Seu corpo foi sepultado perto do Kremlin na Praça Vermelha, com honras de herói, sendo o único estadunidense a quem tal honra foi concedida.

A primeira edição do livro tem prefácio de Lenin que escreve “Recomendo-o, sem reservas, aos trabalhadores de todos os países. É uma obra que eu gostaria de ver publicada aos milhares de exemplares e traduzida para todos os idiomas...”

VIVA JOHN REED E O SEU COMPROMISSO PERMANENTE COM A LUTA DOS TRABALHADORES!

Contribuição do Prof. Tato
 Asteca Contabilidade, Assessoria e Consultoria

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

O que a Asteca pode fazer por você

Se os companheiros estão pensando que esta frase é de minha autoria estão enganados. Ela foi cunhada pela amiga Neusa, quando editava e imprimia o Boletim Asteca Informa, naquela época, ainda impresso em papel, a partir do segundo semestre de 1997. Faz tempo, heim?


quarta-feira, 20 de julho de 2016

E, assim, nasceu o tal de "O que a Asteca pode fazer por você”.

Bem, após estas reminiscências vamos ao que interessa hoje. Ou seja, o que a Asteca pode ou poderia fazer por você, agora. Por sua entidade, claro. Seja ela uma entidade sindical, seja uma cooperativa, seja uma entidade do movimento popular, ou alguma das clássicas ONG´s, Organizações Não Governamentais. Como vimos antes, a Asteca se dedica a atender a todas aquelas entidades que, para usar um modismo atual, seriam Organizações do Terceiro Setor.

E ela atua nessa área desde maio de 1981, portanto, há mais de 40 anos, sim, nada menos de 40 anos!

Dessa forma, por mais que todos aqui fossemos burros, teríamos nesse tempo todo de ter aprendido alguma coisa do meio, não é mesmo?

Um detalhe: o Zé Augusto, além de contabilista, além de "jurista da classe operária", foi, ainda, sindicalista nos seus áureos tempos de juventude. Nunca exerceu um cargo de dirigente de entidades sindicais de operários, mas, militava ativamente no meio, participando de TODAS as assembléias do seu sindicato, sendo escolhido pelos trabalhadores para as comissões que, se tornavam necessárias, enfim, como se diz na gíria, "sendo ouvido e cheirado" para tudo. Inclusive, teve a honra de, com outros trabalhadores, ser um dos fundadores do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo, lá pelos idos dos primeiros anos de 1960.

Para não dizer que nunca exerci cargo sindical, a bem da verdade, fui Tesoureiro no final dos anos 1950 do Sindicato dos Contabilistas do ES. E, fui Presidente da Cooperativa dos Metalúrgicos entre 1963 e 1966, quando os militares, promoveram minha demissão da Cia. Ferro e Aço de Vitória e da Cooperativa, por subversão, por sinal nunca comprovada...

Abro um parêntesis para explicar esta expressão “jurista da classe operária”. Na década de 1920. havia um marxista austríaco chamado Karl Kautsky. Este cidadão disse que o termo "intelectual" era o que deveria ser aplicado a aqueles que passaram pela Academia, diria eu, que tiraram a poeira dos bancos das faculdades. Já os teóricos do Movimento Operário e Comunista que, jamais passaram pelas academias, nem pelas calçadas delas, como é o meu caso, seriam os "teóricos da classe operária".

Assim, por escrever algumas mal traçadas linhas sobre teoria e prática do Movimento Operário e Comunista, e, pelo fato de haver estudado a fundo a legislação trabalhista brasileira, por uma decisão de assembleia do citado Sindicato dos Metalúrgicos, o qual não podia pagar advogado, lá atrás, anos passados, um companheiro de quem não me recordo o nome, dado meus conhecimentos de legislação trabalhista, segundo ele, comparáveis ao de advogado, chamou-me, parafraseando Kautsky, de "jurista da classe operária". Na prática, digamos, o conhecido “rábula”.

Abrindo outro parêntesis :Mas vim pra São Paulo, como todo mundo, em busca de trabalho e ainda porque aqui se concentrava o maior contingente da classe operária no Brasil, logo, o lugar ideal para a luta pelo socialismo em nossa pátria e no mundo.

Chegando aqui, fiz logo amizade com o companheiro Peninha, apelido que ganhou dos torturadores da Oban. E o companheiro empenhou-se valentemente para conseguir-me um emprego.



E nessa luta apresentou-me ao companheiro Yuktaka Mito (foto ao lado) que perguntou-me se queria montar um escritório de contabilidade, Respondi que sim, mas não tinha grana para tanto. Então ele disse mas eu tenho e arranjou uma mesa e colocou-me no escritório de advocacia de Annibal Fernandes então o maior advogado previdenciário do Brasil e destacado internacionalmente. E lá nascu a Asteca.

Com tudo isso somado, ou seja, a prática política e sindical de tantos anos, aliada ao trabalho de assessoria e consultoria desenvolvido nos últimos 41 anos, no meio sindical e do movimento popular, pudemos amealhar um rico baú de prática e conhecimento teóricos que nos dá suporte para assessorar os companheiros sindicalistas em suas lides, os dirigentes de entidades do movimento popular, das cooperativas de trabalhadores, e aos dirigentes daquilo que se convencionou chamar de Terceiro Setor.

Portanto, companheiros, nós aqui da Asteca somos trabalhadores de uma das poucas empresas especializadas no ramo político-sindical, em nível nacional. A Asteca possui clientes em vários estados da Federação, e dos mais variados tipos. E temos orgulho disso. Temos orgulho de determos um cabedal de conhecimentos teóricos e práticos que nos possibilita atender a clientela e aos amigos, com segurança, profundidade de saber, e honestidade intelectual acima de tudo. Quando não sabemos algo, temos a coragem política de dizer ao cliente ou ao consulente: "isto eu não sei, mas, vou pesquisar a responder no prazo mais breve possível". Ou seja, de maneira alguma enganamos nossos inquiridores.

De posse desse arsenal angariado ao longo de 35 anos de lutas podemos, preparar sua contabilidade; atender as necessidades da área de pessoal, fazendo a Folha, por exemplo, e dando as orientações pertinentes; e, o que é o mais importante, termos as respostas certas para todos seus questionamentos. Além disso, atuamos, ainda, na área de assessoria e consultoria, tirando suas dúvidas sobre problemas contábeis, problemas trabalhistas e previdenciários, problemas da legislação fiscal, da legislação sindical, e políticos. Político aqui, entendido como a política dos trabalhadores, e não a partidária.

E ainda, temos por costume respeitar a todos, independentemente de suas convicções políticas, partidárias, sindicais, religiosas, etc. Praticar a democracia, em qualquer campo, inclusive no trabalho, passa pelo respeito aos cidadãos e seus direitos de escolha.

Finalizando, gostaríamos de pedir sua atenção para o que vivemos no momento atual. Existe aí um Governo que não morre de amores pelo Movimento Sindical e Popular. Propõe a fiscalização das entidades sindicais pelo TCU. Porque, não sei, posto que, essas entidades não são mais atreladas ao Ministério do Trabalho como durante s Ditadura anterior, a de 64, pelo menos, ainda não.

Além disso, a partir do exercício de 2015 os livros Diário e Razão terão de ser encaminhados integralmente, e on line à Secretaria da Receita Federal. Se um Auditor fizer uma inquirição e não gostar de sua resposta, poderá decretar Fiscalização para os últimos 5 anos! Aí, é como costumo dizer, ele atira no que viu e mata o que não viu.

Portanto, nessas condições, sugerimos aos amigos leitores consultarem a fundo seus contabilistas, e, “não sentindo firmeza”, procurarem algum profissional com conhecimentos e experiência suficientes para que sua entidade “não fique pendurada na brocha”...

Eis aqui e em resumo a nossa história e de como nasceu a Asteca.

Aqui na Asteca, na Rua Dr. Costa Júnior 241, Água Branca, São Paulo, fones 11 3673-4855 e 11 97264-3021, estaremos a sua disposição. Se desejar visitar-nos, conhecer nossas instalações, e trocar ideias, além de saborear um bom cafezinho expresso, não se faça de rogado, venha conversar conosco. Pode estar certo que, independente de viés comercial, todos ganharemos com isso.
Zé Augusto

Asteca Contabilidade, Assessoria e Consultoria

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

JANSEN : Cartão de Ponto (SREP) : Perguntas e Respostas


A Portaria MTE 1.510 de 21 de agosto de 2009 estabelece que o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto 


- SREP é o conjunto de equipamentos e programas informatizados destinado à anotação por meio eletrônico da entrada e saída dos trabalhadores nas empresas, previsto no art. 74 da CLT. 


terça-feira, 1 de setembro de 2015         Jansen M. Cavalcante 

Registrador Eletrônico de Ponto - REP é o equipamento de automação utilizado exclusivamente para o registro de jornada de trabalho e com capacidade para emitir documentos fiscais e realizar controles de natureza fiscal, referentes à entrada e à saída de empregados nos locais de trabalho. 

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou em seu site uma lista de perguntas e respostas para melhor esclarecer sobre o assunto, abaixo reproduzidas: 

Perguntas e respostas Sobre as Novas Regras do Sistema de Ponto Eletrônico 

1. Quais são os principais pontos da Portaria MTE 1.510/2009? 

a. Proíbe todo tipo de restrição à marcação de ponto, marcações automáticas e alteração dos dados registrados; 

b. Estabelece requisitos para o equipamento de registro de ponto, identificado pela sigla REP (Registrador Eletrônico de Ponto); 

c. Obriga a emissão de comprovante da marcação a cada registro efetuado no REP; 

d. Estabelece os requisitos para os programas que farão o tratamento dos dados oriundos do REP; 

e. Estabelece os formatos de relatórios e arquivos digitais de registros de ponto que o empregador deverá manter e apresentar à fiscalização do trabalho. 

2. Quando a portaria entra em vigor? 

A Portaria MTE 1.510/2009 estabeleceu sua vigência a partir da data de sua publicação, 21/08/2009, exceto para o uso do REP, que se tornaria obrigatório após 1 ano, ou seja, a partir de 25 de agosto de 2010. No entanto, considerando a crescente demanda dos novos equipamentos, ocorreram várias outras prorrogações conforme tabela abaixo: 
........ 

3. Qual o prazo para a adaptação dos programas de tratamento dos dados de registro de ponto à portaria? 

A adaptação dos programas deve ser feita imediatamente. Como dito na questão precedente, a fiscalização terá caráter orientativo nos primeiros 90 dias de vigência da portaria. 

4. O uso de registro eletrônico de ponto passou a ser obrigatório? 

Não. O artigo 74 da CLT faculta o uso de registro de ponto manual ou mecânico. Porém, se o meio eletrônico for adotado, deverão ser seguidas as instruções da Portaria MTE nº 1.510/2009. 

5. Quais os principais requisitos do REP? 

a. Ter como finalidade exclusiva a marcação de ponto; 

b. Possuir memória das marcações de ponto que não possa ser alterada ou apagada; 

c. Emitir comprovante a cada marcação efetuada pelo trabalhador; 

d. Não possuir mecanismo que permita marcações automáticas ou restrições às marcações. 

6. O MTE especificará um modelo de referência de REP? 

Não. Cada fabricante de equipamentos deverá desenvolver seu equipamento. O MTE estabeleceu regras que devem ser seguidas, mas não especificará tecnologias para a implementação do REP. 

7. Quem atesta que o REP atende aos requisitos da Portaria MTE nº 1.510/2009? 

Órgãos técnicos credenciados pelo MTE serão responsáveis por certificar que os equipamentos atendem as normas vigentes, especialmente a Portaria MTE nº 1.510/2009. 

8. Será permitido o registro de ponto em terminal de computador? 

Não. O registro de ponto de forma eletrônica deverá ser feito obrigatoriamente por meio do REP. 

9. O empregador pode restringir o horário de marcação de ponto? 

Não. Nenhuma restrição à marcação é permitida. 

10. Se nenhum dado pode ser alterado ou apagado, qual o procedimento para marcações incorretas? 

O programa de tratamento admitirá a inserção justificada de informações, seja para a inclusão de marcação faltante, seja para a assinalação de marcação indevida. Porém, os dados originais permanecerão. 

11. O REP poderá emitir um comprovante de marcação de ponto por dia? 

Não. É obrigatória a emissão de um comprovante a cada batida. 

12. A emissão do comprovante é obrigatória desde já? 

Não. A emissão do comprovante só será exigida quando o uso do REP se tornar obrigatório. 

13. Após o prazo de 1 ano previsto na portaria, os equipamentos de registro de ponto que não sigam seus requisitos poderão continuar a ser utilizados? 

Não. Apenas serão permitidos os equipamentos certificados. 

14. Os relatórios e arquivos digitais, na forma padronizada prevista na portaria, já são obrigatórios? 

Sim, à exceção do Arquivo Fonte de Dados no formato previsto. Este, até que o REP torne-se obrigatório, será fornecido pelo empregador no formato produzido pelo equipamento atualmente em uso. 

15. Como o empregador poderá saber se o REP é certificado? 

Os equipamentos certificados serão cadastrados no MTE e poderão ser consultados por meio de seu sítio na internet. 

16. Haverá certificação para os programas de tratamento dos dados? 

Não. Caberá ao fornecedor dos programas garantir que estes atendem aos requisitos da portaria. Também cabe ao empregador usuário dos programas verificar a adequação destes à portaria. 

17. Quais os órgãos credenciados para a certificação de REP? 

O MTE está em processo de credenciamento dos órgãos. À medida que forem credenciados, o MTE fará divulgação por meio de seu sítio na Internet. 

18. Os fabricantes de REP deverão se cadastrar no MTE? 

Sim. O Cadastramento será feito pela internet, no sítio do MTE, em página que estará disponível em breve. 

19. Haverá cadastramento dos fornecedores de programas de tratamento de registros de ponto eletrônico? 

Não. Estes deverão apenas entregar ao empregador usuário Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade, que deverá permanecer arquivado à disposição da Inspeção do Trabalho. 

20. O empregador poderá desenvolver o seu próprio Sistema de Registro de Ponto Eletrônico (SREP)? 

Sim, desde que atendidos todos os requisitos previstos na portaria. No caso do REP, este deverá seguir os procedimentos de certificação do equipamento e cadastramento no MTE. O programa de tratamento também poderá ser criado pelo empregador, neste caso o responsável técnico assinará o Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade previsto na portaria, o qual ficará disponível para a fiscalização do trabalho. 

21. A portaria 1.510 trata do controle de acesso do empregado ao local de trabalho? 

Não. A portaria trata exclusivamente do controle de jornada de trabalho. O acesso ao local de trabalho, seja por catraca eletrônica ou qualquer outro meio, por empregados ou qualquer pessoa é determinado pelo poder diretivo do empregador sobre seu estabelecimento, respeitadas as restrições previstas na legislação. 

22. A portaria 1.510 franqueia ao empregado livre acesso ao local de trabalho, independente do horário? 

Não. O inciso I do art. 2º prevê que não haja qualquer restrição à marcação de ponto. A portaria não altera em nada o poder do empregador de controlar o acesso do empregado ao local de trabalho, nem de fazer cumprir a jornada do trabalhador. O SREP deve apenas registrar fielmente as jornadas efetivamente praticadas pelos empregados, ou seja os horários de início e término de jornada e de intervalos, quando não pré assinalados. 

23. A marcação de ponto poderá ser feita remotamente? 

Não. As marcações de ponto só poderão ser efetuadas diretamente no REP pelo empregado. 

24. O REP poderá se comunicar com outros equipamentos? 

Sim. O REP, desde que certificado por órgão técnico credenciado pelo MTE, poderá ser conectado a outros equipamentos, seja para enviar informações sobre os registros armazenados, seja para receber dados de identificação dos empregados para configuração. Dois pontos importantes a observar: 

a) O REP não pode depender de conexão externa para seu funcionamento, conforme inciso VII do art. 4º 

b) De acordo com o inciso VIII do art. 4º, não pode haver comunicação durante a marcação de ponto, compreendida como os passos descritos nas alíneas do inciso I do art. 7º- Ou seja, a comunicação com dispositivos externos só pode ocorrer quando o equipamento estiver em estado de espera e essa comunicação não deve afetar a disponibilidade do equipamento para que o trabalhador possa efetuar a marcação de ponto. 

25. O REP pode ter função de catraca eletrônica ou fazer parte dela? 

Não. O art. 3º prescreve que o REP será usado exclusivamente para o registro de ponto, portanto não pode ter outras funcionalidades. 

26. O REP deverá funcionar no mínimo 1.440 horas em caso de falta de energia? 

Não. O requisito de funcionamento de 1.440 horas em caso de falta de energia se aplica unicamente ao relógio interno do REP e não a todo o equipamento. 

27. Uma empresa poderá utilizar sistema eletrônico em um setor/estabelecimento e manual em outro? 

Sim. A Portaria 1.510/2009 disciplina apenas o sistema eletrônico. Não cria nenhuma restrição à utilização dos sistemas manuais e mecânicos. 

28. Poderão ser incluídas no REP informações sobre o horário de trabalho do empregado, férias, afastamentos, etc? 

Não. O REP serve unicamente como meio de marcação de ponto. Informações sobre o horário contratual do empregado e outras necessárias à apuração da jornada deverão estar disponíveis no Programa de Tratamento de Registro de Ponto. 

29. Se o horário do empregado não estará disponível no REP, como o equipamento identificará se uma marcação é de entrada ou de saída? 

O reconhecimento das marcações como entrada ou saída ao serviço será feita no Programa de Tratamento de Registro de Ponto com base na ordem em que são registradas. 

30. Uma vez que o empregado será identificado no REP pelo PIS, como fazer com o trabalhador recém admitido que ainda não possui número de PIS? 

Todo trabalhador precisa ter número de PIS, até para efeito de recolhimento ao FGTS e informação ao CAGED. Para o empregado de primeiro emprego, caso não possua PIS nos primeiros dias de trabalho, o controle poderá ser feito manual ou mecanicamente até que ele receba o seu número de PIS. 
Jansen Moreira Cavalcanti

Asteca Contabilidade, Assessoria e Consultoria

terça-feira, 7 de outubro de 2025

PT — uma história

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 30/07/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Comentários sobre o livro de Celso Rocha Barros


03 de setembro de 2024, 22:56 h


O PT é um partido sui generis ou uma típica agremiação social democrata de estilo europeu?

Quando o partido surgiu, os países centrais atravessavam mudanças fundamentais que afetaram sua base social tradicional de operários e trabalhadores de classe média: automação, novas técnicas de gestão, incorporação da telemática, fragmentação das cadeias produtivas, a crise fiscal do Estado, a queda da taxa média de lucro, a globalização e o neoliberalismo.

A social democracia estava no fim dos seus anos de glória iniciados ao fim da II Guerra Mundial. Se antes sua hegemonia impunha limites aos seus adversários, a partir da década de 1980 ocorreu o inverso. Afinal, quem implantou a política econômica neoliberal foi tanto a esquerda socialista de François Miterrand na França e Felipe González na Espanha, quanto a “nova” direita de Margaret Tatcher na Grã-Bretanha e de Ronald Reagan nos Estados Unidos.

Na América Latina o neoliberalismo se implantou na década seguinte com formas mais violentas. Quando os novos membros latino-americanos chegaram ao clube, carregaram o ônus da austeridade sem o bônus do Welfare State. Isso se traduziu num consenso frágil e efêmero que logo deu lugar à onda progressista do início do século XXI.

Por outro lado, a experiência de um partido de sindicalistas, católicos e grupos marxistas dissidentes afastou o PT nos anos 1980 de qualquer vínculo com o socialismo real. Embora a União Soviética ainda existisse e ninguém previsse seu fim próximo, ela também não oferecia mais um modelo de sociedade. Num contexto como aquele era de se esperar que os petistas recusassem tanto a chancela de comunistas como a de sociais democratas. A ideia de socialismo em suas sucessivas resoluções foi vaga e indeterminada.

O livro de Celso Rocha Barros perpassa os grandes debates internos dos anos 1980 e a travessia no deserto das derrotas da década de 1990. O autor mostra um PT que não estava predestinado a “dar certo”. Em alguns momentos ele repete: “o PT era muito fraco”; “o PT tinha tudo para dar errado”. Observa as crises das primeiras gestões municipais em virtude da divisão interna, indefinições ideológicas e falta de experiência. Celso Rocha Barros considerou um erro o PT não ter ido ao Colégio Eleitoral em 1985 e mostra que o PDT ajudou a eleger indiretamente Tancredo Neves e, ainda assim, foi competitivo em 1989, quase indo ao segundo turno.

Para o autor a disputa entre Lula e Leonel Brizola mostrava que a ascensão do PT a principal partido de esquerda brasileiro não era algo dado de antemão e se Brizola tivesse vencido em 1989 formaria um partido de âmbito nacional a partir do Estado e de cima para baixo, seguindo a velha tradição trabalhista. Ao mesmo tempo, Leonel Brizola não venceu exatamente porque não tinha aquele partido: “Embora o PT estivesse longe de ser a máquina bem ordenada das décadas seguintes, já era capaz de oferecer um mínimo de estrutura a Lula” (p. 155).

Leonel Brizola teria que resolver a quadratura do círculo, isto é: chegar ao poder para ter um partido, mas antes ter o poder para criar um partido. Esqueceu que Getúlio Vargas foi o revolucionário de 1930 antes de criar o PTB e ser o candidato de 1950. A votação de Brizola foi expressiva no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, Estados que ele já havia governado, mas teve 1,5% dos votos paulistas. Conclui o autor: “Ninguém se torna presidente do Brasil com apenas 1% do eleitorado paulista” (p. 156). Para ele, “parte importante do crescimento petista em sua origem havia se dado por conta do espaço vazio que Getúlio Vargas havia deixado em São Paulo” (p. 157).

O fato é que em 1989 o PT venceu o PDT no primeiro turno, mas não foi capaz de vencer o candidato direitista no segundo turno. O autor questiona a recusa do apoio de Ulysses Guimarães que, para ele, provavelmente teria garantido a vitória de Lula (p. 159), apesar da pífia votação obtida pelo PMDB.

A narrativa do livro reforça a abordagem típica da ciência política de que, inicialmente, o PT foi um partido operário e da classe média progressista que se espraiou a partir das greves metalúrgicas do ABC paulista e do seu entorno político. Entretanto, houve também a experiência de um partido que brotou em diversos pontos do país a partir de movimentos locais próprios. Ainda assim, a importância da Igreja Católica progressista e sua abrangência nacional foram bem aquilatadas no livro de Celso Rocha Barros. Como ele disse: a importância do catolicismo para a história do PT “é imensa” e os católicos, enquanto grupo, não se deixaram absorver pelo PT ou por suas tendências. O autor registra também as primeiras organizações de homossexuais e sua dinâmica interna, o movimento negro e o das mulheres.

A principal tese do autor é a de que “a história do PT deve ser entendida como parte do movimento global de formação de partidos operários, que (…) engendrou grandes legendas sociais democratas” (p. 54). Ele cita dois historiadores marxistas em apoio a essa ideia: Perry Anderson e Eric Hobsbawm. Para Celso Rocha Barros, no início da década de 1990 “o PT iniciara sua transformação em um partido de massas, semelhante aos partidos europeus baseados em sindicatos, que priorizaria vencer as eleições” (p. 181).

Celso desenvolve, em diálogo com meu livro História do PT, a tese de que o PT teve muito menos tempo para o seu aggiornamento social democrata do que os partidos europeus e expandiu sua base eleitoral não para a classe média e sim para os trabalhadores informais e de baixa renda. O que fez toda a diferença na sua história a partir do século XXI. Mas Celso Rocha Barros acrescenta àquela ideia, adstrita às classes sociais, a dimensão política. Ele demonstra que “o centro do qual os social democratas europeus se aproximaram no século XX era muito menos hostil à esquerda do que o centro em direção ao qual o PT tentaria se mover a partir dos anos 1990” (p. 183).

A social democracia remonta ao século XIX, mas sua experiência de governo decisiva (com algumas exceções) é posterior à Segunda Guerra Mundial e coincide com os trinta anos de crescimento econômico mundial. Essa experiência em muitos casos foi mais indireta do que direta. Fora da Escandinávia solidamente social democrata o Welfare State foi erguido por conservadores acuados pelos sindicatos e partidos reformistas da esquerda.

Em algum momento dos anos 1950 os políticos no poder dos principais países que representaram o pacto social democrata eram conservadores: Harold MacMillan (Gran Bretanha), De Gaulle (França), Adenauer (Alemanha Ocidental), Diefenbaker (Canadá) e os primeiro ministros democrata-cristãos italianos. Nenhum ousou desmantelar políticas sociais e a presença de uma oposição de esquerda de massas foi a condição sine qua non para isso.

Em nosso caso, Celso Rocha Barros diz: “Se o PSDB tivesse vencido a eleição de 2002, é provável que também utilizasse ao menos parte do crescimento proporcionado pelas commodities para retomar o investimento público (…). Por mais que petistas e tucanos reclamem da conclusão, os investimentos realizados pelos governos do PT e o ajuste da década de 1990 formam uma sequencia natural e de razoável sucesso” (p. 280).

Exatamente por isso, a visão que o autor tem do papel de Antonio Palocci é a de que foi “um dos grandes ministros da fazenda da história do Brasil” (p. 269) que ao sair do governo deixou a situação fiscal equilibrada, encaminhou reformas microeconômicas (da previdência à lei de falências), juros em queda e a dívida atrelada ao câmbio zerada. José Dirceu não teve a mesma sorte porque não teria havido um “plano real do sistema político”.

O autor elaborou uma síntese notável. Passamos assim pelo Plano Real e as mega privatizações que mudaram a estrutura patrimonial do capitalismo no Brasil (para o autor algumas delas foram boas, como no caso da telefonia; outras foram menos vantajosas, como a da Vale). Assistimos ao PSDB e ao PT tentando “comandar o atraso” do PFL, PMDB e agregados menores; o estelionato eleitoral de 1998, a vitória de Lula em 2002 e, a partir daí, uma história que é menos a do partido e mais a do governo e dos seus interlocutores políticos. Abandonamos os calorosos confrontos dos congressos do PT e viajamos para Brasília.

O autor sustenta essa opção no fato de que o “escândalo do mensalão” e a queda de Dirceu e Palocci deixaram o partido totalmente à mercê do Palácio do Planalto. Há uma ótima discussão da combinação do tripé macroeconômico tucano (câmbio livre, superavit primário e metas de inflação) com as fundamentais políticas sociais petistas, da retomada do papel indutor do Estado no segundo mandato do PT e da Nova Matriz Econômica de Dilma Rousseff. Tudo em linguagem para mortais e não para economistas.

A escrita ganha velocidade a partir da crise de junho de 2013 que, para o autor, não encontrou “expressão política institucional significativa” (p. 315). Aqui surge uma tese polêmica. A apropriação de grande parcela do rescaldo de junho pela direita é um fato. O Movimento Brasil Livre (MBL) foi o exemplar mais característico. Contudo, diz o autor que “Essa ‘nova direita’ poderia ter sido um fenômeno positivo. Por mais toscas que fossem suas formulações, era um embrião de uma direita política formada fora do Estado, o que era raro na história brasileira[i]. Se a democracia do país continuasse se consolidando, esse radicalismo de direita poderia ter sido canalizado em um projeto político consistente, como havia ocorrido com o PT ao longo de décadas” (p. 324).

Mas aconteceu algo que mudou tudo: o fracasso da austeridade fiscal do terceiro governo petista, a decepção de parte da sua base social e a disputa com o Congresso abriram uma crise de governo. Segundo o autor (p. 328), em março de 2016 o MBL percebeu uma movimentação nas redes virtuais em favor de atos contra Dilma Rousseff e deduziu que fosse uma iniciativa do Psol. Para se antecipar e roubar daquele partido a bandeira de uma oposição alternativa ao PT, o MBL convocou as manifestações de 15 de março de 2016, dando início ao processo que levaria ao golpe de 2016. Celso reconhece que o impeachment foi uma “falcatrua, uma manobra espúria”, mas não um golpe. Para ele, essa palavra deve ser preservada para designar o “tipo de coisa” que Jair Bolsonaro tentou fazer no Brasil: “uma intervenção violenta, seja da parte do Exército, das polícias ou de milícias particulares, para estabelecer um governo inconstitucional” (p. 345).

Estruturado em 16 capítulos, o livro não tem uma periodização explícita. Apesar da extensão (afinal são quase 500 páginas), acompanhamos a trajetória do PT desde a fundação até o início da campanha de 2022 conduzidos por um autor que lida com recursos novelescos, usa o flash back quando introduz suas personagens, a primeira pessoa se necessário e a segunda pessoa para invocar a cumplicidade com quem lê as partes mais intrincadas das disputas internas do PT. Ele percorreu inúmeras fontes, teses, livros, artigos de jornal e, particularmente, entrevistas com dirigentes do PT, políticos de outros partidos, técnicos do governo, acadêmicos e jornalistas.

Ao fim parece haver a saudade de um mundo político que não subsistiu. O autor se situa numa zona comum de (des) entendimento entre tucanos e petistas. Intelectualmente honesto, Celso Rocha Barros expõe suas contribuições sem deixar de reconhecer outras. Fez um livro acima de tudo aberto ao debate.


*Lincoln Secco é professor do Departamento de História da USP. Autor, entre outros livros, de História do PT (Ateliê). [https://amzn.to/3RTS2dB]

Publicado originalmente na Revista Teoria e Debate

Referência

Celso Rocha Barros. PT: uma história. São Paulo, Companhia das Letras, 2023, 486 págs. [https://amzn.to/3XoD8yd]



Lincoln Secco

Professor do deLipartamento de história da USP, é autor, entre outros livros, de História do PT (Ateliê)


Lincoln Secco
Professor de História da USP é autor, entre outros livros de História do PT (Atelie)

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