quinta-feira, 24 de março de 2016

Crônica da OAB

24/03/2016

Em 27/8/80, ainda sob a ditadura, eu trabalhava na rua Santa Luzia. Era médico perito do Inamps. De seus funcionários, não de segurados, para liçenças, transferências e aposentadorias integrais ou proporcionais. Único emprego e única situação.

O golpistas ainda resistiam, com alguns presos políticos. Não me lembro bem, acho estes últimos faziam greve de fome.

Pois, naquela bela manhã, sentado em minha mesinha, ouvi um estrondo !

Era a bomba que tinham colocado na OAB do Rio de Janeiro, ali perto. Eu ouvi aquele som. Depois, soube o que significava.

Alguém que se supõe visava Eduardo Seabra Fagundes, encaminhara pelo correio uma bomba que acabou por atingir e matar dona Lyda.

Nunca me esquecerei daquele ruído. Havia nele, ainda há, em sua evocação traumática, a implicação dos fatos associados e informados à memória pessoal. E à memória histórica.



Fernando Neto
PT RJ nº 1741303

Fonte : Ilvaneri Penteado - Jornalista - Rio de Janeiro

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