sexta-feira, 25 de março de 2016

Trabalhadores e Juventude ocupam ruas e praças


Passamos a observar nos últimos 30 dias, mais diretamente, ação política de trabalhadores e jovens, especialmente estudantes nestes últimos, E, ao que tudo indica, tratar-se de ações políticas das massas de caráter espontâneo. Parte delas mobilizadas por Diretórios Acadêmicos ou Sindicatos individualmente falando, sem a participação direta de Centrais Sindicais, ou do Movimento de Mobilização Popular,

Paralelamente, observamos uma posição de recuo ou de paralisação política do MPL, uma vez que os companheiros integrantes desse Movimento se intitulavam, em 2013 e antes, como apolíticos. Todavia, ao reivindicarem em grandes concentrações populares o passe livre no transporte urbano, estavam realizando, sim, uma ação política, embora não partidária. Na ocasião tive oportunidade de discutir com alguns jovens, entre eles, meus filhos, que sem organização, ou seja, sem partido, o movimento iria morrer na praia... Ainda não morreu mas, parece estar sem perspectivas no momento atual.

Chamou-me atenção para essa questão da ação de massas espontâneas ou quase, um fato ocorrido com os estudantes da PUC. Houve lá um ato pelo Estado de Direito e Garantias Constitucionais, no dia 14 do corrente do qual participaram, entre outros, Chico Buarque, André Singer, e Alexandre Padilha. O pessoal da Direita foi tentar melar o acontecimento com jovens e carros buzinando, além do tradicional bater de panelas que as madames ricas mandam suas domésticas fazerem. Claro que a grande massa de jovens que acompanhava o ato na rua, pelo TUCA estar lotado, escorraçaram os adversários.

Na segunda 21, foi a vez da Direita tentar fazer um ato pró-impeachment barrado pelos estudantes democratas que teriam ameaçado confronto. Foi o bastante para a Polícia Militar intervir com bombas de gás lacrimogênio, de efeito moral e bala de borracha. Uma delas acertou a cabeça de um jovem que foi hospitalizado por isso. 

Ha, ha, aí, na terça, os estudantes pela democracia fizeram um ato defronte a PUC com milhares deles. Saíram, então, em passeata, descendo pela Rua Monte Alegre, entrando pela Itapicuru e subindo a Cardoso de Almeida. Quando a passeata ultrapassava o primeiro quarteirão da Cardoso, ainda havia jovens em frente à PUC para descer a Monte Alegre. E cantavam aos berros: "não acabou, não acabou, vai acaba, vai acabar a Polícia Militar". Isto, com carros da PM seguindo-os.

Acho que a Globo, Veja, Estadão e Folha exageraram na dose, e sua campanha golpista está deixando o povão alerta, de que, não são os objetivos delas os dele. Por isso, a multiplicação de atos espontâneos contra o golpe e os golpistas. Aviso ao jornalista da Globo que ameaçou o juiz Teori de que ele iria apanhar na rua. Se os golpistas, como ele, não avaliarem melhor a realidade, são eles que correrão tal risco.

Escrevi ontem, para meu amigo Izildo que, estamos caminhando para uma situação, quando nada, pré-revolucionária. Quando as massas vão para a rua, sem chamamentos e sem transporte gratuito como ocorreu no dia 13 passado, a coisa está ficando grave, a crise política está se aguçando por demais...

Um outro fator de agravamento da crise é a entrada nela de parte dos empresários financiando o golpe, isto segundo Paulinho da Força, e segundo vimos no Frango Assado. Lá, lojinhas satélites distribuindo convocações para o dia 13 em papel e impressão de primeira. A FIESP, presidida Paulo Skaf que, diga-se de passagem, não é industrial e sim um pelego golpista, posiciona-se claramente pelo Golpe. Seus dirigentes estão com a cabeça em 1964...

Acho que aqueles que clamam pelos militares estão enganados. O segundo pronunciamento que vi deles, o comandante do Exército pregava a legalidade, o nacionalismo, e a defesa das Instituições. É esperar pra ver. 

Outro pronunciamento que lí, dias passados, foi um Coronel falar que as Forças Armadas são nacionalistas, pela Petrobrás, pelo Pré-Sal, e por uma política externa independente.

Pois é, diante disso tudo espero que as forças democráticas consigam uma rápida saída para a crise, pela esquerda, e o mais rápido possível. Sobretudo, por meios pacíficos. Com o andar atual da carruagem, poderemos estar marchando para uma guerra civil, com intervenção dos "marines" e tudo como no século passado.
José Augusto Azeredo









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