quarta-feira, 27 de julho de 2016

Sobre o 26 de Julho

No dia 24 passado escrevi neste Blog sobre o suicídio de Getúlio Vargas. Algo sobre o que o precedeu, e as consequências imediatas dele. Ainda como consequências, voltarei ao assunto em 11 de novembro próximo.


Mas, o que é o 26 de julho? Na minha cidade natal existiam, ainda quando criança e adolescente, e lá residia, duas Bandas de Música. Uma, a adotada pela elite local chamava-se, pomposamente, "Lira de Ouro". A outra, a dos pobres e negros, conhecida como "26 de Julho". E, companheiros, até hoje não sei o porque do "26 de Julho". Pretendo colocar-me a tarefa de, quando retornar a Cachoeiro de Itapemirim ver se a Banda "26 de Julho" ainda existe e, qual o motivo desse nome.

Mas, meu objetivo hoje não é falar sobre Banda de Música. 

Hoje, dia 26, é a data da criação do Movimento 26 de Julho, por Fidel e Raul Castro, mais o médico argentino que percorreu toda a América Latina em uma motocicleta e findou seu giro nos braços desse movimento que também ajudou a construir, na companhia dos dois revolucionários já, por mim, citados antes, e de Camilo Cienfuegos, Juan Almeida e outros 140 ou 144 revolucionários. 

Ah, desculpem pois ia me esquecendo do nome do médico argentino. Era, como todos sabem, o Dr. Ernesto Guevara, mais conhecido com Tche Guevara

Por sinal, há muitos anos passados, o nosso querido companheiro Dr. David Capistrano Filho, revolucionário comunista, quando Prefeito da cidade de Santos, mudou o nome do Hospital gerido pela municipalidade para "Dr, Ernesto Guevara". Não é demais dizer que, quando perdeu as eleições naquela cidade, o nome escolhido por Davidzinho para o hospital foi rapidamente substituído pelo time de reaças que o derrotou eleitoralmente. Claro que, a população pagou muito caro pela substituição desastrada desse prefeito e médico dos mais competentes e dedicado aos menos favorecidos, elogiado a mão cheias por dr. Adib Jatene, e paga até hoje por isso.

Mas, vamos voltar à Cuba, mais precisamente, ao Movimento 26 de Julho.

O M-26-7 foi fundado no México, em meados de 1953. Ele se organizou em forma celular, clandestina, através de toda Cuba e encabeçou - juntamente com o PSP (Partido Socialista Popular) e o Diretório Revolucionário 13 de março - a luta contra o governo de Fulgêncio Batista. Em 1961os 3 grupos, conjuntamente, formaram as ORI (Organizações Revolucionárias Integradas), base do Partido Comunista Cubano (1965), lembrando que, a Revolução Cubana foi vitoriosa em 1º de janeiro de 1959.

E foi criado depois da libertação de Fidel Castro da prisão em que estava mantido devido ao evento que ficou conhecido como Assalto ao Quartel Moncada. Quando Fidel foi libertado da prisão foi criado o Movimento 26 de Julho.

Por ocasião do Assalto ao Quartel Moncada, de Santiago de Cuba, e ao "Carlos Manuel de Céspedes", de Bayamo, que marcou o início da caminhada até o poder por Fidel Castro e seus companheiros, fundaram o Movimento.

A Revolução Cubana notabilizou-se pela implantação de uma série de programas assistencialistas sociais e econômicos, notadamente alfabetização e acesso universal a saúde. Diga-se de passagem que, hoje, não existe sequer um analfabeto na Ilha, e seu sistema de saúde é um dos mais aperfeiçoados, e universal do mundo.

O apoio soviético, então, possibilitou aos cubanos enfrentarem as ameaças estadunidenses surgidas em função de algumas medidas anti-capitalistas, democráticas que foram sendo desenvolvidas pelo Governo de Cuba. Na prática, as agressões imperialistas não deram outra chance aos Revolucionários Cubanos senão enveredarem pelo caminho do socialismo. 

É bom que se diga, ter o Movimento 26 de Julho, em suas origens, apenas um programa de democratizar e desenvolver a sociedade cubana. A radicalização posterior decorreu dos acontecimentos que vieram em seguida aos primeiros atos do governo revolucionário de Cuba.

Em 1954, Batista foi reeleito e, posteriormente, em um ato de reconciliação, Fidel Castro foi libertado. Fidel foi viver uns tempos no México. Em novembro de 1956, formou o "Exército Rebelde". .De volta a Cuba, tinham apoio suficiente da população para desenvolverem as ações revolucionárias.

Em 1959 começaram as primeiras reformas, especialmente em matéria de reformas industriais e a nacionalização dos bancos. 

Após este triunfo, as políticas econômicas de Cuba deixaram tão alarmados os Estados Unidos que estes romperam relações diplomáticas com o país. Cuba, então, estabelece relações abertas com a União Soviética.

Em 1962, espiões americanos descobriram a presença de mísseis nucleares em Cuba. Este é o princípio da crise dos mísseis. Em seguida, os Estados Unidos bloquearam a costa cubana. Após 13 dias à beira de uma guerra nuclear, o problema fora resolvido, mas os Estados Unidos decidem bloquear totalmente a ilha. Um ano depois os Estados Unidos impuseram um embargo ao comércio com Cuba, que foi recentemente removido pelo próprio Estados Unidos. Este embargo proíbe outros países que mantêm relações com os Estados Unidos de estabelecerem relações comerciais com Cuba. 

Em virtude do embargo e ao longo do tempo, a economia cubana tornou-se dependente da União Soviética e outros países comunistas. A queda do Muro de Berlim, nesse sentido, representou um duro golpe para a economia cubana, porque todo o comércio com outros países comunistas desapareceu.

Recentemente, o governo Obama restabeleceu relações diplomáticas e comerciais com Cuba, cuja concretização, na prática, seria o levantamento do embargo comercial condenado por quase todos os países do mundo na ONU, o que não ocorre devido a maioria Republicana no Congresso dos EUA anti comunista até a medula.

Mas, as dificuldades que o capitalismo enfrenta em nivel mundial, e a luta pela democracia, certamente contribuirão para a vitória de Cuba.
Zé Augusto


Asteca Assessoria e Consultoria




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