quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Coluna do Fernando Neto : SEMPRE COM DILMA!

24/08/2016

Após o conveniente intervalo urdido pela história do capital, a qual sobre nós se reflete enquanto hegemonia do livre mercado, quando o cassino global nos desafia, deparamo-nos com os momentos decisivos do julgamento do “impeachment” no Senado.

Não se é contra o esporte ! Mas também sabemos, aqui na América Latina, como a Copa do Mundo já foi usada para alienar o povo dos acontecimentos políticos. Que o mesmo não nos ocorra com a Olimpíada ! Que ela não represente o esfriamento na luta que se fazia com tanto ardor contra o impedimento da presidente !

Ao retomar o assunto, creio que o tema mais marcante é a presença de Dilma no Senado. Alguém, de cínico, tentando minimizar o fato, há de dizer que o julgamento não tipifica crime que caracterize ré. 

O embate, porém, é duro e desigual. E de várias formas. Eleita diretamente pelo povo para o cargo de Presidente da República, coloca-se um regime frente ao outro; uma representação que se concentra em uma única pessoa e, outra, que se multiplica em muitas vozes e se enraiza em várias bancadas parlamentares, em vários “lobbies”.

Agora mesmo não se cogita do jogo ? Um pouco mais, e lá estaria ela também, se já não está, embrionária, a bancada do jogo.

Por mais que se diga, ou se faça, o poder executivo apresenta certas características que o legislativo não tem.

Mas não se trata só da moldura do quadro, quando quem estará a se defender, teria todo o direito de estar atacando ! De estar a inverter o sentido do erro judiciário em nome do povo que a elegeu e que não se reduz à classe média alta, mas inclui -sabidamente ! – os excluídos.

Recentemente, ao reler Sartre, fiquei surpreso com duas asseverações de sua filosofia de pós - guerra. Em o “ Ser e o Nada”, ele afirma duas aberrações :

1 ) A classe oprimida existe pelo olhar da classe opressora. E não lhe voltará olhar. Se voltar, haveria apenas uma troca de papéis, nada dialético.

2) A necessidade não alimenta a consciência de classe, não. Ela mais divide os homens e os lança uns contra os outros !

Não é a toa que esse Sartre, há outros bem melhores, termina a sua peça “Entre Quatro Paredes” com a frase :

“ O inferno são os outros!”

Quem está procedendo a infâmia do julgamento de impedimento da nossa primeira presidenta é essa mentalidade egoísta. Nega-lhe o idealismo, a generosidade e a honestidade, sobejamente conhecidas, e na disputa política, atém-se à legalidade a qualquer custo.

Embora o diálogo de surdos, ora acuse o jurídico, ora o político de injusto, o alicerce de tamanha injustiça histórica está nas virtudes da acusada. Logo deve ser condenada, e pela verve flatulenta e estereotipada dos que repisam a mesmice.

Dizem :

- O mal já está feito ! Nós é que não vamos abandonar tão ricos postos agora. Salvamos o Brasil !

Não salvaram ! Apenas procrastinam, mais e mais, pela história do capital global em acumulação e concentração. Apenas cedem à chantagem da especulação financeira. Apenas se alinham com os golpistas da grande mídia. Apenas dão continuidade ao sonho perverso dos ditadores de ontem a persistir na vigência pontual das suas anti-leis. 

Mas, em qualquer hipótese, não será um ponto final. A Fênix há de se erguer das cinzas !

A esperança do trabalhador são os líderes que o representam. E não se pode deixar de apelar para os senadores, sob a presidência do ministro do STF, quanto a simples apuração da verdade política ! 

Que cada palavra da presidente possa tocar-lhes o coração de cidadão !

Fernando Neto

PT RJ nº 1741303

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