Globo, Moro, Veja, Folha, Estadão.
Moro, Lava Jato.
Quem vai indenizar Lula pela tortura imposta a ele no caso do apartamento do Guarujá?
Quanto?
Tem preço?
Tanta difamação, tanta perseguição, tanta informação falsa — para afinal a PF concluir que o apartamento não é de Lula?
É um caso icônico dentro do golpe.
Antes, e acima de tudo: o fim da história deveria ter sido o prólogo. Antes de massacrar Lula e família, antes de vazar maldades para manchetes canalhas, a PF tinha que investigar direito o caso.
Quantos recursos teriam sido poupados, para falar em dinheiro público?
Num mundo menos imperfeito, até os leitores seriam indenizados por terem sido tão manipulados e mal informados.
Mas este nosso mundo moldado por uma plutocracia abjeta é muito, muito imperfeito.
Nesta história, a medalha de ouro vai para a Globo. Foi o Globo que começou a campanha. Lembro a primeira vez que li uma “reportagem” no Globo.
Deus, transeuntes eram citados. “Vi Lula um dia aqui”, coisas do gênero. As evidências eram patéticas.
E em meio a esse descalabro jornalístico, capas de revistas, manchetes de jornais, minutos intermináveis no Jornal Nacional, aulas de moral por comentaristas em todas as mídias.
A isso se dá o nome de jornalismo de guerra.
O fim da farsa mostra também quanto Lula acertou em recorrer à ONU. É caça. Vale tudo contra ele, sob os olhares complacentes, ou até cúmplices, dos magistrados do STF.
Um pedido de desculpas é o mínimo que Globo, Moro, Folha etc deveriam fazer.
Mas isso não acontecerá. A imprensa vai esconder em espaços nanicos a notícia. Vai fingir que nada ocorreu. Que tudo foi rotineiro, banal, dentro das regras elementares do jornalismo. Os fatos é que erraram, para usar a grande expressão de Nelson Rodrigues.
E assim vai se encerrar um capítulo exemplar da infame campanha movida pela mídia e por Moro contra Lula.
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Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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