Para começar vou relembrar duas frases conhecidíssimas sobre o assunto. Tão conhecidas quanto ignoradas:
Uma é "Só o amor constrói", da qual desconheço o autor.
E a segunda foi proferida cerca de 20 séculos por um revolucionário palestino “a quem chamam de Jesus Cristo”: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”
Ambas, certa e totalmente desconhecidas e ignoradas pela Globo e mídia anciã, mais, certos pastores e padres pentecostais...
Na época da guerra nos Bálcãs, devidamente promovida pela CIA e sequazes, precisamente no Kosovo, vi na TV uma cena dolorosa e altamente instrutiva, até mesmo para os dias de hoje no Brasil. Quando a vi, e ouvi, no passado tão distante, jamais pensei, até hoje, que iria mencioná-la numa matéria sobre ódio aqui em nossa terra.
Apareceu a cena de uma jovem chorando sobre o cadáver do seu noivo, assassinado pelos familiares delas. Razão do assassinato: ele era muçulmano e ela católica. Dizia a jovem entre soluços, mais ou menos nestas palavras, o seguinte: Mas nós moramos juntos, aqui, há mais de 50 anos e nunca ninguém matou ninguém, porque isso agora? Porque “agora” os EUA e o capitalismo queriam acabar com qualquer influência socialista, mais débil que fosse, naquela região.
Em São Paulo, também, nunca tivemos, nos últimos 50 anos, notícias de pessoas agredirem ciclistas, quebrarem suas bicicletas, esmurrarem-nos, derrubarem-nos, chutarem suas costelas e cabeças, inclusive na charmosa Av. Paulista. Sem dúvida que, nos últimos anos, quando os jovens e nem tanto se aventuraram a andar de bicicleta nesta Cidade, inclusive na mencionada avenida algums ciclistas foram atropelados, uns só feridos e alguns até mortos. Mas, ao que se sabe, nada intencional, tudo seria produto da falta de atenção de motoristas e quiçá dos próprios ciclistas.
Lembro que no dia da formatura do meu filho Yuri há muitos anos, na USP e em Psicologia, o Diretor da Faculdade não pode comparecer ao evento porque havia morrido em um atropelamento na Paulista quando passeava com sua bicicleta. Ninguém chegou a dizer na época que o fato seria proposital.
Mas, agora não. São atos criminosos, fascistas, acompanhados de xingamentos, e as ofensas de natureza política: seu petista f.da p, comunista, vermelho, etc. e tal. Não é preciso ser muito perspicaz para deduzir de onde proveio e provém o incitamento a tanto ódio. CLARO QUE DA MÍDIA CAPITANEADA PELA CENTRAL DO ÓDIO que todos estamos cansados de conhecer.
Nem na Ditadura de 1964 tivemos este tipo de acontecimentos, Pelo que lembro a Ditadura não incentivou a criação de milícias nazistas como agora. Os nossos candidatos a uma vindoura SS, estão saindo a campo, por aí, treinando, quem sabe, para futuras "noites dos cristais".
Recentemente Reinaldo Del Doctore, graduado em Odontologia e Direito. Servidor Público na área da saúde, manifestando seu desgosto contra o ódio reinante hoje na sociedade brasileira, e contra a barbaridade do afastamento de Dilma, postou matéria no Brasil 247, exatamente em 31 de agosto passado, dizendo, entre outras coisas, o seguinte:
"Se o "por causa de política" se refere ao fato de esses amigos ou parentes fazerem apologia (ainda que de forma velada) à desigualdade, ao racismo, à concentração de renda, ao sexismo, à xenofobia, à discriminação, à humilhação simbólica de classes desfavorecidas, à regressão do país à condição de colônia ou a estupidezes semelhantes (a lista é longa), faço questão absoluta de tomar providências para nunca mais ver pela frente esses "amigos" e para só encontrar esses parentes em inevitáveis eventos familiares (interagindo o mínimo possível). Cansei da eterna concertação, do "deixa disso", do "vamos conversar".
Ou seja, os de cá estão cansando e o ódio passa a ser respondido com ódio, também, por este lado. Mas o pior será quando esse mesmo ódio chegar, e já está chegando, até as Favelas, aos Cortiços, às Regiões Periféricas. Se esse povão descer os morros, sair de seus cortiços, pular os riachos fétidos da periferia e marchar em direção à Avenida Paulista e aos Jardins, além do, no dizer do meu filho mais velho, "vale encantado de Vila Madalena", a coisa ficará feia. E não tenham dúvidas disso. Para consertar, depois, não será nada fácil, não haverá "Rota" que de conta...
Quem não acredita deve torcer para que Lula seja preso ou assassinado. Quando Chávez foi preso na Venezuela, o povão veio firme para o centro, libertou-o e pôs pra correr os golpistas, lá também, das camadas médias e ricaços que vivem da indústria petroleira. No Brasil, fato semelhante ocorreu por ocasião do suicídio de Getúlio.
Não aposto no "quanto pior melhor". Para que, não é?
Por mais de 50 anos defendi ideias de esquerda, lutei por elas nos sindicatos e na política, sem ficar mal com parentes e amigos. Convivi todo esse tempo com eles "numa boa". Mas, agora estou sentindo que parece as coisas estarem mudando. Desconfio alguns "do lado de lá" estarem me evitando. Mas, ainda assim, não retribuirei o ódio com ódio.
Sou da paz, da paz, mas. claro que. sem humilhação, sem doação de nossas riquezas aos Estados Unidos, sem a “Ponte para o Século XIX” do Temer e sua turma de delatados como ele, sem a PEC 241, e outras barbaridades mais que os golpistas promovem.
Par e amor, "bicho"!
José Augusto Azeredo
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