O 2º Congresso da IndustriALL Global Union, realizado na cidade do Rio de Janeiro, chegou ao fim na sexta (7) e o balanço é mais que positivo para o sindicalismo brasileiro. O diretor de Comunicação do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Valter Sanches, foi eleito secretário-geral da organização. O comitê executivo da IndustriALL é formado por 60 pessoas de todas as regiões do mundo e o mandato dura quatro anos.
Valter avalia que o grande desafio da nova diretoria será “usar os recursos dos maiores Sindicatos para ajudar os que mais precisam, sobretudo aqueles dos países do sudeste asiático, da África e da América Latina”. “Precisamos aproveitar nossa visão de mundo diferente da dos europeus, para redirecionar um pouco essa percepção da organização”, diz.
Há outros brasileiros na direção da IndustriALL, como Edson Dias Bicalho, secretário-geral da Federação dos Químicos de São Paulo (Fequimfar) e presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru. Ele já compunha a direção da entidade e foi um dos coordenadores do 2º Congresso.
Em entrevista à Agência Sindical, Bicalho disse que a nova diretoria assume a gestão comprometida em combater o trabalho precário e fortalecer o movimento sindical. “Ainda há muita exploração do trabalhador ao redor do mundo e muita discrepância em relação à atuação sindical. Nosso objetivo é fortalecer os Sindicatos política e financeiramente para que eles tenham reais condições de lutar pelos trabalhadores”, afirma.
Edson também falou sobre o momento político pelo qual o Brasil passa e que tem impactado fortemente a classe trabalhadora. “Durante o Congresso, tivemos a oportunidade de debater e compartilhar muitas experiências. Os ataques aos direitos trabalhistas vêm numa onda crescente em todo o mundo. A solidariedade internacional entre a classe trabalhadora é fundamental”, destaca Edson.
A presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT (CNQ), Lucineide Varjão, foi eleita co-presidente da América Latina e Caribe da IndustriALL. Em nota à imprensa, ela destacou que a nova gestão “intensificará a atuação para o combate ao trabalho precário em todo o mundo e lutará para inverter a lógica da concentração de riqueza".
Mulheres - Outra brasileira a integrar a alta direção do Sindicato global é Mônica Veloso, vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM/Força Sindical). Ela foi eleita para presidir o Comitê de Mulheres, que teve formalizada sua participação na direção executiva da organização.
“Nós sabemos que a divisão de poder é sempre algo muito complicado. Não é porque somos sindicalistas que lidamos melhor com isso. Só conseguimos este espaço pouco antes da realização do Congresso e com muita pressão”, disse à Agência.
Além de fortalecer a participação das mulheres na entidade, Mônica salienta a importância da luta pelo trabalho digno e o enfrentamento do capital internacional.
“Esta é uma luta que vai ao encontro do que estamos encabeçando no Brasil agora, que é nenhum direito a menos. O capital é internacional, mas ele nos afeta de forma localizada, com maior ou menor impacto, dependendo da força das entidades sindicais. A IndustriALL possui mais de 600 filiados, com presença em mais de 140 países. essa articulação é fundamental para que esta luta avance”, finaliza Mônica.
Os delegados presentes ao congresso debateram um plano de ação global focado no fomento das redes de trabalhadores, no combate ao trabalho precário, na defesa dos direitos trabalhistas e do emprego decente, com liberdade e autonomia para a atuação dos Sindicatos.
Repórter Sindical
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