O déficit do Governo Federal ocorre por razões muito diferentes daquelas apregoadas à exaustão pelos ideólogos do Capitalismo, seus economistas, jornalistas, "et caterva".
A questão que nos deve preocupar, e muito, é para quem o Governo está governando, Se para os pobres, para os trabalhadores, ou para os ricos, para os rentistas, para o Capital Financeiro.
Se governam para os pobres, a coisa acontece da seguinte forma: os Planos Econômicos governamentais são dirigidos no sentido de fomentar a produção de mercadorias e serviços. Porque, fomentando-a, o número de empregos cresce, a massa salarial idem, o valor individual dos salários também. Com o trabalhador tendo dinheiro no bolso, advinha o que acontece?
O consumo de mercadorias e serviços também cresce. Ao acontecer isto, temos nova rodada de aumento do número de pessoas empregadas, e com ela, o respectivo crescimento da massa salarial e do salário individual de cada trabalhador. Disso, o que teremos? Maior crescimento do consumo de mercadorias e serviços, ainda.
Não vou continuar demonstrando esse ciclo virtuoso, porque, se ele não vai ao infinito, no caso brasileiro, onde estamos longe de ter uma população com grande número de idosos, vai muito longe ainda. É só o leitor pensar nas inúmeras regiões pobres deste país, de norte a sul, dos 27% de jovens que Temer desempregou, e do quanto falta ainda para elas crescerem e se desenvolverem até chegar ao nível de Rio e São Paulo, por exemplo.
Se você empenha a direção central da economia nesse rumo, os capitalistas ganham dinheiro, e muito, porque suas fábricas produzem cada vez mais, suas lojas vendem cada vez mais, e os Bancos emprestam mais dinheiro.
Esse ciclo virtuoso favorece, e muito, também ao trabalhador. Existindo mais empregos o temor da dispensa é cada vez menor. Ao contrário, o trabalhador às vezes até gostaria de ser despedido para mudar para outro com remuneração ainda maior. Seus ganhos têm um sentido ascendente, o que faz com que, ele, e sua família, tenham uma existência melhor, mais confortável. Tenham acesso maior aos frutos do desenvolvimento tecnológico.
De outro lado, essa política favorece o caixa da Previdência Social. Não existe possibilidade de déficit porque, com um maior número de trabalhadores contribuindo, e com valores maiores, e seus patrões fazendo o mesmo, a arrecadação do INSS vai num crescendo constante. Diria de "vento em popa".
Com os trabalhadores consumindo cada vez mais, a Receita dos Impostos cresce também, seja no nível federal, quanto no estadual e no municipal.
E por que seria que os Financistas não gostam dessa política e tratam de varrer os dirigentes nacionais que a praticaram nos últimos 12 anos?
Primeiro, porque o “Tio Sam” não quer. Esta politica não bate com seus interesses, inclusive o geopolítico que não prevê um Brasil potente, E o Capital Financeiro é essencialmente imediatista. Para ele, supostamente, não veria sentido algum na produção de mercadoria. Só pensa nas duplicatas, promissórias, e outros documentos de crédito como se eles pudessem existir e crescer continuamente à margem da produção de mercadoria e serviços.
Mas, como estamos vendo agora no Brasil, e nos países europeus, claro que, sem inflação, (sem emprego e sem consumo de mercadoria e serviços) os juros crescem e o valor dos ativos financeiros fica estável.
Mas, até quando? Infinitamente? Claro que não. A Crise de 2008, que levou muitos Bancos, Empresas Financeiras, e outras do naipe à falência, ao regime de recuperação de falência, e até mesmo ao desaparecimento mostra que, um número infinito de papeis emitidos com base em um único, não consegue sobreviver eternamente. E quando lhe falta o chão, a "casa vem abaixo".
Se você não sabe, o que causou a crise de 2008 foram os bancos estadunidenses emitirem zilhões de papeis bom base numa única promissória assinada por um cidadão de lá que comprou uma casa. Isso é como o “conto” da pirâmide. Os primeiros ganham os milhões demais ganham ferro...
O que fez acontecer em novembro passado, aqui no Brasil, um déficit primário de R$ 38 bilhões, o pior resultado para este mês desde 1997? "Só" a política da burguesia aloprada praticada por um Governo com credibilidade e propostas abaixo de zero.
Taí pra você escolher trabalhador.
Pense bem que a situação boa em que você viveu até 2015 não veio de Deus coisa nenhuma. Veio de uma política posta em prática nos 12 anos anteriores para você ter emprego decente, ter renda, e crescer na vida.
Vamos de Temer, com desemprego crescente, capando todos os seus direitos trabalhistas e previdenciários, tirando o "feijão de sua panela", rebaixando o seu salário e outras desgraças mais que ele mesmo anuncia a cada dia que passa?
Ou vamos adotar um novo Plano Econômico voltado ao crescimento da economia, dos empregos e salários, das garantias dos direitos trabalhistas e previdenciários, do Petróleo é Nosso, da soberania nacional, do Pre Sal para os brasileiros financiando nossa educação e saúde, do Brasil parceiro dos BRICS e de um Merco Sul de respeito, com um Governo identificado com os trabalhadores e respeitado no concerto internacional?
Como dizia um babaca num programa de TV tão babaca quanto ele:
"Você decide!"
José Augusto Azeredo
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