24/05/2017
Como anteriormente, agora na rota do retrocesso, impõem-se a solução da crise institucional pelas as eleições diretas.
Então, sou obrigado a dizer não às eleições indiretas !
Supõe-se, que quando se pedem as diretas, são as diretas que se pedem, e não as indiretas.
Por que ? Porque a coalisão feita pelo governo de esquerda mostrou-se suscetível a um processo de corrupção generalizada.
A programática dos partidos de esquerda, por si só, não envolve a corrupção. Eles são contra a corrupção.
O que é corrupção ? Algo que vai dos “mais-valores” interno e externo, até os lucros do capital financeiro especulativo.
Definindo assim a essencialidade do que combatemos, devemos lembrar aquela alternativa da pítia : “ Reforma ou revolução”.
Ora, a inexistência da Internacional, orgânica e forte e de condições espontaneístas para a revolução mundial se fazer em nosso país, a prescrição seria a reforma.
E como fazê-la com o governo, a nação e a mídia infiltrados pelos interesses dos capitalistas, essencialmente corruptos? Já em fase do manipular a história através das flutuações do pregão das bolsas? Já em fase dos lucros do capital financeiro especulativo?
Os políticos desacreditados por traírem a sua sagrada representação popular, contudo foram eleitos pelo povo. Daí aquele dito vulgar que diz o povo tem o governo que merece.
Mas, lembremos, uma das maiores conquistas democráticas, que é a Constituição de 1988, reza que “todo o poder emana do povo”.
A representação política desmoralizada pela corrupção sistêmica, é o povo, que pode e deve votar, para não só corrigir os seus erros, mas se exercitar assim na democracia para amadurecê-la.
Pois, só votando, ele exerce o seu direito de governar a si mesmo, embora por representação.
Quanto mais ele vota, tanto mais ele é livre! Tanto mais pode errar, mas também acertar, em suas novas escolhas!
Eleições indiretas são o alvo de governabilidades sem democracia; eleições diretas são democracia com governabilidade.
Manter os que lá estão nos levará a persistir no erro pelo temor da catástrofe com que a burguesia, as oligarquias – e até as monarquia! – encaram as mudanças em favor de todas as classes sociais.
Entendo que a saída do atual presidente, mais as eleições diretas é a melhor solução. Seguiriam-se as reformas que a coalisão impediu, afinal! A Constituinte exclusiva para a reforma política, a regulamentação dos “lobbies” parlamentares etc.
A programática da esquerda é a maior interessada na justiça social, quer desgastada pela luta desigual no governo, quer iniciando de novo do zero através de partidos virgens no embate da má-fé.
Não seria assim ?
Fernando Neto
Ilvaneri Penteado - Jornalista - Rio de Janeiro
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