sexta-feira, 22 de junho de 2018

AMOR NOS TEMPOS DE CÓLERA Pode não ser nada disso


19 de junho de 2018 às 12h12 


foto: Victor Iglesias/Free Images 


por Marco Aurélio Mello 

Pai e filho estudam para a prova. 

É sexto ano do ensino fundamental II. 

Para os coroas, como eu, equivale à quinta série do primário. 

A disciplina? História. 

O tópico? Roma. 

Estudar as civilizações depois de tantos anos é interessante. 

E chocante, por constatar que pouca coisa mudou nestes últimos 3 mil anos. 

Veja só: 

Quem tinha terras produtivas tinha fortuna e poder político. 

Quem não tinha terras, mas tinha um padrinho rico, intermediava as relações entre quem mandava e quem obedecia. 

Quem não tinha terras servia a quem tinha. 

E quem tinha, ou dívida, ou era prisioneiro de guerra, virava escravo, incluindo seus dependentes. 

Portanto, pela ordem havia: patrícios, clientes, plebeus e escravos. 

Trazendo para o Brasil de hoje: 

Há a plutocracia, que controla o poder político. 

Há os prepostos: com cargo eletivo, funcionários públicos concursados ou de alto escalão e setores da classe média servil, que juntos fazem o “serviço sujo”. 

Há os pequenos comerciantes e trabalhadores intelctuais e braçais “livres”. 

E há os escravizados, quase todos pretos. 

Só para relembrar, rapidamente: 

A capital do império surgiu no cento da bota, a penílsula itálica, por volta de 750 anos antes do nascimento do redentor, Jesus Cristo. 

Diz a lenda que a origem do que veio a ser o império Romano deveu-se aos irmãos Remo e Rômulo, dois bebês abandonados, alimentados por uma loba que, adultos, tomaram o poder. 

O crescimento de Roma teria se dado na base da propaganda. 

Muito em função da aptidão pelo comércio e pelas boas relações com os fenícios do norte da África. 

Além dos etruscos, considerados povos originários, foram atraídos à região os úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e gregos. 

Depois do curto período monárquico, veio a República, regime que lá desembocou no império e que inspirou as democracias modernas. 

Mas como funcionava aquele regime? 

Quem governava era o Senado. 

Só quem podia ser senador eram os patrícios mais velhos. 

De tanto a plebe (soldados e comerciantes) reclamar, abriram espaço para dois representantes destes. 

Em situações de ameaça interna ou externa o Senado nomeava um único representante. 

Assim nasceu a figura do imperador. 

A simplificação se deve ao fato de que trata-se de uma prova de sexto ano. 

Quando ele crescer vai ver que não é nada disso, hehehe…. 

Hoje o Império é outro: o da América do Norte. 

A Itália, a quem devemos parte de nossa miscigenação, cultura e culinária também nos deu o anarquismo, o trabalhismo, o fascismo, a República, as relações clientelistas (entre patrícios e clientes), a corrupção, a Operação Mãos Limpas, o Belusconi, o Sérgio Moro e, ao que tudo indica, nos dará em breve um Supremo Soberano, na figura de um imperador, ou imperadora. 

Muito em breve. 

Minha aposta? Carmén, a bizarra. 

Viomundo



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