quarta-feira, 19 de junho de 2019

Agroquímicos acima de tudo, agrotóxicos acima de todos



Enquanto isso, dona Tereza Cristina, a ministra sinistra, dificulta os registros dos produtos biológicos no Ministério da Agricultura


As armas biológicas sempre existiram como forma de exterminar inimigos, paz ou guerra. São milhares os microrganismos e toxinas, desenvolvidos em laboratórios, capazes de matarem seres vivos. Felizmente, ainda são poucos os relatos confirmados de sua utilização. Os mais notórios remontam à Segunda Guerra Sino-Japonesa, entre as décadas de 1930 e 1940, utilizadas pelos nipônicos.

Criação e armazenamento foram proibidos em 1972 e ratificados em 1997 pela Convenção sobre Armas Biológicas, assinada por 150 países, inclusive o Brasil. Seu uso ainda é temido em ações de bioterrorismo.

O mesmo temor se repete com as armas químicas, quando em conflitos. É de fácil memória o Iraque de Saddam Hussein (1937-2006) e seu arsenal, até hoje procurado e não encontrado pelos norte-americanos. As secretas armas de destruição em massa que motivaram a destruição de um país.

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Com as químicas o busílis é outro. Predomina a utilização de gases tóxicos. Já na Primeira Guerra Mundial aparecem usadas pelos alemães, em fosgênio, cianureto e gás mostarda. Os mesmos germânicos as repetem no Holocausto, em câmaras de gás usando Zyklon B, um pesticida à base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio.

Seguem-se ataques químicos em 1988, no Curdistão iraquiano; em 2002, pelos chechenos, em Dubrovka, Moscou; ano 2013, no ataque do governo sírio, arredores de Ghouta, próxima a Damasco, que matou mais de 1.500 pessoas.

Mais cinicamente, nos vinte anos de Guerra do Vietnã (1955-1975), em bombardeios de napalm contra populações civis vietnamitas. Se quiserem, peço os testemunhos do escritor Joseph Conrad (“Coração das Trevas”) ou do cineasta Francis Ford Coppola (“Apocalypse Now).

Pois é, caridosos leitores e leitoras (“obrigado por lerem até aqui”), tematizamos conflitos, guerras, morticínios, futuros tecnológicos com potencial para destruir enormes parcelas da vida no planeta.

Mas só?

Na agricultura, os agroquímicos e agrotóxicos dominaram a produção e o consumo de insumos. Necessários? Em países tropicais e semitropicais, em parte, sim, mas não na intensidade em que são usados, se é que, realmente, em diversas culturas, sejam imprescindíveis.

Creio que não, pelos testes e experimentos que acompanho em campo com produtos naturais e orgânicos que resultam em produtividades semelhantes aos plantios convencionais, sem comprometerem o meio ambiente e a microbiota dos solos.




É fácil deduzir: se os produtos biológicos, quando para o mal, são capazes de exterminar vidas humanas e a fauna terrestre, por que não teriam o mesmo efeito se estudados e adaptados a matar pragas e doenças das plantas sem o uso de agroquímicos e agrotóxicos?

Vocês poderão conhecê-los, caseiros ou não, e verificar sua efetividade. Um problema: Dona Tereza Cristina, a ministra sinistra, dificulta seus registros no Ministério da Agricultura, o que não faz com os químicos e tóxicos.

Vejam a insanidade e, talvez, a podridão. Na edição de outubro de 2018 da revista Globo Rural, matéria de Vinícius Galera, pinço o seguinte trecho: “segundo o ministério da Agricultura (MAPA), o mercado de biológicos é composto de biofertilizantes sem registro (…) registrados como fertilizantes ou caseiros”.

Verdade. E por quê? Porque o MAPA faz desses registros uma insanidade burocrática e financeira. Mentira. E por quê? Várias multinacionais, ricas em recursos e massa de divulgação, partem para dominar esse irreversível futuro, enquanto startups e pequenas empresas nacionais, inovadoras, têm funeral anunciado.

Aos que lutam, boa sorte.

Carta Capital

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