sábado, 14 de setembro de 2019

Editorial: Como está sua saúde mental?

O Banco Santander foi condenado a pagar indenização de R$ 274 milhões por dano moral coletivo porque submetia os bancários e as bancárias a metas abusivas de produção, que aumentaram o índice de adoecimento mental ocupacional. Em outra ação, o Santander foi condenado a pagar uma multa de R$ 1 milhão por prática de assédio moral.


Na categoria metalúrgica, o cenário também é assustador pela quantidade de denúncias que chegam ao sindicato sobre lideranças colocarem pressão abusiva por produção. Além de pautar as empresas por melhores condições e ritmo de trabalho, também há o caminho das ações jurídicas necessárias, conforme cada caso.

Além de lesionar fisicamente e prejudicar a saúde mental dos trabalhadores, algumas empresas contam com as novas reformas aprovadas recentemente para utilizarem de mecanismos para lucrar sem se importar com a vida de seus trabalhadores. Após adoecer, o trabalhador ainda corre o risco de ser substituído por outro, que entrará recebendo salário menor.

Os auxílios do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) ficam cada vez mais escassos para quem necessita de afastamento por doença ocupacional. Ao invés de ir em defesa da população, o governo Bolsonaro extinguiu o Ministério do Trabalho. Essa foi uma das primeiras medidas do presidente.

As fiscalizações nas empresas ficaram prejudicadas. Assim como sofrem por falta de investimento, Brasil afora, o Ministério Público do Trabalho. Ainda para tirar qualquer poder de defesa e de direitos dos trabalhadores, Bolsonaro ainda persegue os sindicatos. Tenta, a qualquer custo, dificultar as ações sindicais contra as violações aos preceitos constitucionais.

Mas que Constituição, não é mesmo? Vemos diariamente o desrespeito do governo à soberania do país e à dignidade humana. Um presidente que está do lado de torturadores e da ditadura. É motivo de vergonha por grande parcela da população tanto no país quanto no exterior, como um presidente menor e raso.

Não importa quanto temos que lutar, mas essa maré vai virar para acabar com esses ataques ao trabalho decente, à saúde e à vida digna.

Nossas bandeiras continuam sendo pela justiça, por igualdade, contra a discriminação racial, homofóbica e contra a violência de gênero.

Vamos fazer a transformação possível, nos unir e mobilizar. É urgente lutarmos do mesmo lado e enxergarmos quem é o nosso verdadeiro inimigo. Não é o colega ao lado e sim quem retira direitos, quem apoia a tortura, quem dissemina o ódio, quem vai minando a sua dignidade!

Denuncie irregularidades, dialogue e lute por uma sociedade mais justa. Ficar parado ou calado é atestar incapacidade para sonhar um futuro melhor.


Nenhum comentário:

Postar um comentário