O controverso e espalhafatoso empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, volta com força aos noticiários.
Por Edilmo Lima (27/05 -19h00)
Hang, que já foi condenado por Fake News em processo movido pelo reitor da UNICAMP Marcelo Knobel, foi alvo da polícia federal (em 27/05) acusado de financiar a disseminação de notícia falsas e “mensagens defendendo a subversão da ordem e incentivando a quebra da normalidade institucional e democrática.
Dono de uma fortuna estimada em 20 bilhões de reais, o véio da Havan, como é chamado o empresário, está sendo acusado de participar de uma rede de Fake News, que ajudou a semear o ódio e interferiu, segundo especialistas, diretamente no resultado da eleição presidencial de 2018, com a eleição do candidato de extrema direita Jair Bolsonaro.
Bilionário “patriota”
Hang inicia seu império com uma pequena loja de atacado de tecido em Brusque (SC) em 1986, juntamente com seu sócio Vanderlei Lima, daí o nome Havan.
No início dos anos 1990, beneficiado pela abertura comercial promovida pelo governo Collor de Melo, o “patriota” Hang, começa a importar tecidos e outros itens de baixo valor agregado e distribuir para todo o país.
Mas apesar de seu ódio ao Partido dos Trabalhadores e aos ex-presidentes Lula e Dilma, foi na gestão desses que Hang consolidou seu império.
Segundo reportagem da FSP, os anos de 2011 foram especialmente produtivos para Hang, quando ele inaugurou 15 lojas.
Em 2012 ele conseguiu alcançar a marca das 50 e começa a expandir para São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.
Em 2014, a empresa abriu 24 megalojas em Minas, Rondônia e Pará.
Frota de aviões de cerca de 600 milhões de reais
Hang, apesar de insistir num patriotismo com seus cafonas ternos verdes e gravatas amarelas, nos negócios, jamais coloca o Brasil “acima de tudo”.
Como já vimos acima, inicia sua arrancada empresarial com a importação de tecidos e outras quinquilharias de baixo valor agregado.
Mesmo em sua vida pessoal, o empresário não é muito dado a produtos nacionais, principalmente quando se trata de aviões.
Segundo o site Aeroin, Hang possui três jatos e três helicópteros de primeira linha, além de um baita hangar.
“Só da parte automotora temos aí o equivalente a quase US$ 120 milhões em equipamentos” – diz o site
Desses aviões, o mais caro deles e o mais novo da frota e talvez o mais vistoso, não é nenhum fabricado pela brasileira EMBRAER, mas sim um Bombardier Global 6000, fabricado pela empresa canadense de mesmo nome, com um preço de tabela de 63 milhões de dólares (cerca de 330 milhões de reais).
Além desse vistoso jato, Hang possui ainda mais dois jatos: um Bombardier Challenger 350, com matrícula PR-HNG e outro jato, um Learjet 45, de prefixo PR-HVN. Esse é um avião menor que tem capacidade para até nove pessoas. Esse jato é o xodó do empresário e ostenta nele, “patrioticamente” a pintura com as cores da bandeira brasileira, apesar de ser uma aeronave fabricada nos EUA.
Mas o espírito de Ícaro do empresário não para por aí, Hang tem mais 3 helicópteros.
Ainda segundo o site Aeroin, são dois helicópteros Leonardo (anteriormente Agusta-Westland), variantes da série AW-109, com capacidade para até 9 pessoas e geralmente usado em deslocamentos mais curtos e o terceiro deles um helicóptero AW-109SP que estava chegando, quando a matéria foi escrita, pelo Aeroin, em 29 de outubro de 2019.
Apesar da fortuna e do luxo de suas aeronaves, Hang é metido em muitas controversas e processos judiciais sendo que até já foi condenado por sonegação e evasão de divisas.
Em relação à pandemia que estamos passando, o empresário afirmou ser histeria e ameaçou demitir 22 mil funcionários “Do jeito que estão as coisas eu posso ter que demitir meus 22 mil empregados e fechar o negócio. Eu não dependo da Havan, vou para o exterior, ou para a praia. Depois que esta crise passar ninguém vai conseguir dar vida para este defunto [o Brasil])” - disse o véio da Havan em vídeo.
Em contraposição ao véio da Havan a empresária e concorrente Luiza Trajano, do Magazine Luiza declarou que manter o funcionários nesse momento é importante. "O que a gente está pedindo é que, neste primeiro momento, que as empresas não demitam. Acho que demitir neste momento é levar desespero – declarou a empresária ao UOL debate.
Edilmo de Oliveira Lima
Liderança Química do ABC
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