"Mas haveremos também de dizer mais. Diremos a eles que, nesse tempo tão duro, desfilamos pelas ruas com uma rosa na mão, uma rosa vermelha, a desafiar orgulhosa a estupidez e o ódio, a ignorância e a intolerância. Haveremos de dizer para eles que foi uma rosa vermelha em nossa mão, uma rosa rubra, encarnada, quem enfrentou e venceu o tempo do medo e do ódio."
Adolescente, contei nos bolsos o pouco dinheiro e comprei uma rosa para a candidata a namorada. O dinheiro, escasso, mal e mal para um botão solitário e encarnado. A vendedora, talvez penalizada da minha miséria e comovida com a minha paixão, conseguiu enfeitar de tal forma aquele botão de rosa que ele ficou, aos meus olhos de iniciante, a flor mais maravilhosa que havia visto.
Eram ainda, aqueles, tempos sombrios, de finalzinho da ditadura, mas havia uma aurora brigando com as trevas, um dia teimando em nascer, e eu carregava comigo toneladas de confiança no futuro.
Portal Vermelho

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