O momento é de grande incerteza no Brasil e no mundo.
Edilmo Lima
No Brasil, além da incerteza causada pela pandemia do Covid 19, temos também o Bozovid 17.
Para o primeiro vírus (Covid), que “prefere” os mais idosos, os que têm menos imunidade, estão sendo medidas não farmacológica, como o isolamento social, máscaras, higiene etc.
Além disso, estão sendo pesquisados remédios e vacinas que muito em breve, esperamos, que estejam disponíveis.
E o Bozovid, como combate-lo e tornar a sociedade imune a esse vírus exterminador do presente e futuro?
A principal vítima e o foco do Bozovid é a jovem (no Brasil) DEMOCRACIA, que ficou em coma profundo por anos.
Um dos filhos do presidente, o 03, chegou a declarar que não haveria mais uma questão sobre “se" uma ruptura democrática iria ocorrer, mas sim, "quando" iria ocorrer, dando como líquido e certo um golpe no país.
Os avisos e os recados estão sendo dados, os ataques aos direitos sociais, aos movimentos de sem-teto, sem-terra, sindical e às instituições estão aí para demonstrar. Além disso há o desprezo às minorias, à ciência, às artes, as universidades etc.
A cada dia o governo vai testando qual é limite de resistência democrática da sociedade e das instituições. São atitudes absurdas, irracionais que já teriam levado à queda qualquer governo civil.
No entanto o governo, ainda, é sustentado pela caserna que estão em peso na administração federal, por uma boa parte da elite liberal privatista (que apoia política de Guedes), dos banqueiros e rentistas, por parte do neo pentecostalismo e uma horda de fanáticos proto fascistas, que são alimentados no dia-a-dia pelo presidente.
É nessa imensa barafunda política que as forças da sociedade civil, artistas, intelectuais, juristas, políticos etc.., começam a se movimentar e nos últimos dias uma profusão de manifestos têm sido lançados.
Tem manifesto de procuradores para que o presidente da república escolha a chefia do PGR por meio de lista tríplice; de juristas pedindo respeito à Constituição por parte das Forças Armadas; de presidentes de TJs (Tribunais de Justiça) em apoio ao STF (Supremo Tribunal Federal); tem o “Basta” organizado por juristas e advogados.
E o tem “Estamos juntos”, encabeçado pelo escritor Antonio Prata, que já conta com mais de 150 mil assinaturas.
Esse manifesto reúne políticos como Fernando Haddad, Fernando Henrique; cantores, como Lobão, Chico César, Caetano Veloso; atores como Fernanda Montenegro, Antônio Fagundes e intelectuais como Luiz Felipe Alencastro e Maria Vitória Benevides.
O ex-presidente Lula, que não assinou nenhum deles, em reunião do Diretório nacional do Partido dos Trabalhadores declarou “não ter condições de assinar determinadas coisas com determinadas pessoas”.
A partir dessa declaração e com o peso político que, merecidamente, é conferido a Lula, a polêmica foi instalada.
Assinar ou não assinar
É normal que manifestos elaborados por frentes muito amplas, não serem profundos em função da diversidade das adesões.
O “Estamos Juntos” é genérico. Declara a defesa da vida, da democracia e a independência entre os poderes. Clama para que as autoridades unam a pátria e resgatem a identidade de nação. Pede que os líderes deixem projetos individuais de lado e assumam seu papel diante da crise sanitária e política que o país atravessa e afirma: “somos muitos, estamos juntos, e formamos uma frente ampla e diversa, suprapartidária que valoriza a política e trabalha para que a sociedade responda de maneira mais madura, consciente e eficaz aos desmandos e crimes de qualquer governo” Ou seja, a frente não toca em questões de fundo, como a política econômica, o direitos sociais e nem toca no impeachment de Bolsonaro.
É um problema isso? Sim e não.
Sim, se a esquerda apostar todas suas fichas num movimento tão heterogêneo e limitado como esse.
E não se a esquerda tiver a capacidade de mobilizar a sociedade para novas frentes que atenda a maioria do povo brasileiro.
Nosso ex-candidato a presidente da república Fernando Haddad, que assinou esse manifesto, declarou pelas redes sociais que devemos trabalhar em duas frentes uma progressista e uma democrática, mantendo a identidade de esquerda.
A primeira de defesa dos direito dos sociais, que pode agregar personalidades que vão defender o SUS, o investimento em educação, proteção dos mais pobres e outra ANTIFACISTA, mais ampla.
“Quando superarmos a ameaça fascista e garantirmos a preservação do Estado de Direito, se dará a verdadeira disputa democrática, entre diferentes times e sonhos” - diz Fernando Haddad.
Concluo com uma frase postada nas redes sociais pelo ex dirigente sindical e um dos fundadores do PT, Paulo Skromov. “Venham mais manifestos contra o fascismo de Bolsonaro/Mourão. Assino! Mais manifestações de rua. Apoio! Contra Guedes (e sua política econômica), entro no grupo.
Edilmo de Oliveira Lima
liderança sindical quimica do ABC e dirigente do Sindicato dos Químicos

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