É óbvio que ninguém torce para que a atividade econômica afunde.
por Edilmo Lima
No entanto, o índice maior ou menor do PIB (Produto Interno Bruto) não quer dizer muita coisa, para a grande maioria da população.
Ele só é efetivo quando é traduzido para políticas públicas inclusivas.
Esse número, que é sempre aguardado com muita ansiedade pelos políticos e pelo mercado, teve sua origem na década de 30 pelo economista Simon Kuznets, que recebeu prêmio Nobel de economia em 1971.
Kuznets criou uma forma de medir a economia contabilizando a produção total de um país.
Antes disso havia muitos dados estatísticos que mostravam a produção de um produto agrícola, de ferro, quantos quilômetros tinham de trilhos etc.., mas não eram aglutinados num único número.
Então, a grosso modo, o PIB veio para juntar tudo e, com isso, medir a atividade econômica como um todo.
Com eclosão da 2ª Guerra Mundial, por influência do economista britânico John Maynard Keynes e para o financiamento da guerra, passou a focar mais no quanto a economia podia produzir e o mínimo essencial que as pessoas precisavam consumir, abandonando a ideia de medir o bem-estar social, que era incluído na ideia original de Kuznets.
O cálculo do PIB não separa, por exemplo, a produção de uma vacina e a ampliação de rede de esgoto (que salvam vidas) da produção de armas e munições.
Ou seja, o PIB não separa a atividade econômica boa da ruim.
Na comunidade europeia, por exemplo, muitos países incluem o tráfico de drogas e o contrabando no cálculo do PIB.
O PIB (Produto Interno Bruto) e o FIB (Felicidade Interna Bruta)
De uns tempos pra cá, vem ganhado corpo a ideia de que o PIB é um indicador restrito e que precisa, no mínimo, ser complementado.
Nesse sentido, a ONU recriou o FIB e, com apoio de reconhecidos intelectuais, elaborou um questionário que examina o bem-estar psicológico, acesso à cultura, proteção do meio ambiente, governança, saúde, educação e vitalidade da comunidade.
O FIB tem origem em 1971 no Butão, quando o rei butanês queria levar em consideração outros aspectos que medisse o crescimento, que fosse além do econômico, mas que levasse em consideração a questão cultural, psicológica, ambiental e espiritual, para indicar o crescimento.
Além desses aspectos, o FIB da ONU, também analisa políticas de saúde, questões de mobilidade, lazer, trânsito e segurança.
Investiga itens como participação na educação informal e formal, valores educacionais, educação no que se refere ao meio ambiente e competências.
Também são levantadas questões culturais, a maneira da relação entre população e a mídia, poder judiciário e sistema de eleições etc.
Portanto o FIB é um índice muito mais completo e que, principalmente no pós pandemia, precisa se sobrepor ao “velho” PIB
Edilmo de Oliveira Lima
liderança sindical Química do ABC

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