quarta-feira, 17 de junho de 2020

Vendo o mundo pelas janelas...

Nesses dias e noites de confinamento que, por sinal, nem sempre são fáceis de driblar, ligo a TV cerca de 19 horas, coisa que não fazia ha mais de 10 anos para, dizendo assim, ocupar o tempo.


Saibam que detesto Tv, abomino jornal nacional, da Band ou de qualquer outra.

Existe uma propaganda em uma delas cujo nome não lembro agora que diz, mais ou menos, assim:

Nesta época difícil passamos a ver o mundo pelas janelas ou pelas telinhas das tevês.

O restante do texto não recordo, mas versa sobre as dificuldades que enfrentamos com o isolamento social, a falta de ver as pessoas, de abraçar amigos e parentes, a família e até os filhos.

Abraçar é um gesto banido de nossa vida e não sei até quando.

Como sou otimista tanto que, apear da ditadura militar, de perseguições etc. continuo aí vivo e forte, e pensando e desejando firmemente um futuro melhor para todos, por outro lado, meu otimismo para nos limites onde começam as ilusões.

Não tenho ilusões, saibam vocês.

Como nunca vi nem tive notícia de pandemia tão forte nos últimos 200 anos, não creio que esta vá desaparecer logo. Se lá para junho de 2021 tivermos o confinamento abrandado tudo bem.

Se não, continuaremos a ver o mundo através de nossas janelas e das telinhas de nossos celulares, televisões e computadores.

Continuaremos reclusos tendo de reunir o máximo dos esforços para continuar sobrevivendo não sei como. Não consigo alcançar com a clareza necessária que vida desfrutaremos lá, e o que será preciso para desfrutá-la.

Como será a nossa existência nesse futuro nem tão longínquo assim.

Convoco a todos para a resistência. Para buscarmos na mente a tranquilidade necessária. A vontade revolucionária que possibilite o domínio dos nossos sentimentos.

Só vive, só avança, quem tem sonhos. Que tem na mente o desejo de construir um mundo melhor para toda a humanidade, mesmo que nessa época já não estejamos vivos.

Certo dia Marighela disse-me que ele não queria morrer sem ver o socialismo. Ao que respondi que não lutávamos para nós mas para o proletariado, Diga-se de passagem que dois anos depois ele estava morto.

Em frente pessoal, em frente companheiros, com a vontade férrea de viver!
Zé Augusto

2 comentários:

  1. Belo texto Zé. Eu também não gosto de TV, tenho assistido a TVT e às vezes o jornal da Cultura. Abraços saudosos!

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