sexta-feira, 7 de agosto de 2020

100.000 mortos


Diário, eu tive um sonho.

Diário do Bolso, 4 de agosto de 2020

Acho que foi porque estamos chegando em cem mil mortes oficiais pela covid.

Nesse sonho, tinha uma mulher deitada numa cama de hospital e a Morte estava ao lado dela.

Então eu entrei no quarto batendo um bumbo em ritmo de marchinha de carnaval e a Morte começou a cantar para a mulher.

A melodia era mesma daquela música de carnaval chamada Máscara Negra, que começa assim: "Quanto riso, oh, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, Arlequim está chorando pelo amor da Colombina, no meio da multidão".

Só que a letra era diferente. Bem diferente. Era assim:
"Quanto espirro, ah, pneumonia... 
Milhares de defuntos no caixão, 
Bolsonaro está gritando 
'Viva nossa cloroquina' 
no meio da multidão. 
"Quanto espirro, ah, pneumonia... 
Milhares de defuntos no caixão, 
Bolsonaro está gritando 
'Viva nossa cloroquina'
no meio da multidão. 
"É órfão e viuvez, 
todo mundo chorando, 
nenhuma família escapou. 
Não tem ministro doutor, 
ninguém topou, cê se ferrou, meu amor. 
"Nem mesmo a peste negra 
me deu tanto gosto 
eu posso matar à vontade. 
Vou levar-te agora,  
não me leve a mal, 
é seu funeral. 
"Vou levar-te agora, 
não me leve a mal, 
é seu funeral."
Lindo, nè, Diário? Estes cem mil mortos me deixam inspirado. E pensar que o Osmar Terra disse que não chegaríamos a duas mil e cem mortes. Eu devia ter chamado ele para ministro da Saúde. Se bem que não ter nenhum também é bom.

Cem mil, aí vamos nós!

E depois, quem sabe?

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