sábado, 15 de abril de 2017

Coluna do Fernando Neto : JESUS OU BARRABÁS ?


13/04/2017

Não é porque estamos na semana santa, mas cabe a conhecida expressão.

Lula, não era senão o Presidente da República, ao invés do que proclamam as línguas de má-fé, Lula no centro do esquema de corrupção. 

Ficou provada a corrupção sistêmica e a impossibilidade de governar sem corrompidos e corruptores. 

De modo que o capital nacional-transnacional e as suas personificações globais, em grande parte do petróleo, são os corruptores. Já os nossos empresários, de forma simples, os corrompidos. 

Se a corrupção é definida como as “mais – valias” interna e externa, até as aventuras do capital financeiro especulativo, o governo do PT não coincide programaticamente com ela. Pelo contrário, o seu projeto de governo é avesso à corrupção. 

E digo projeto de governo, não de poder. Ao não se chegar ao poder, que não se chegou, revela-se o perfil da conspiração que manteve o círculo vicioso latino-americano. 

E a corrupção surge conjuntural, a politizar acusações contra a sua solução, aliás nunca absoluta - ela só pode ser minimizada – obstando as reformas estruturais, porque visando a desigualdade social. 

Atém-se à “legalidade a qualquer custo”. 

O alvo da retórica passa a ser, paradoxalmente, o maior inimigo do corrupto. E ele é Jesus... 

Por outro lado, ao se expor escandalosamente a nu o corpo dos malfeitos, isola-se em sua ilegitimidade o outro lado da questão. 

A chapa única que o elegeu está a cobrar-lhe a renúncia. Mas não quer “paralisar o Brasil”, já imóvel em sua perplexidade. 

Aqui, postula-se, age em nome da governabilidade, mas ela não existe sem a democracia e a representação em crise institucional urge pelas eleições diretas, pois a quem iremos ainda, pelo caminho indireto? 

Sinto-o como o sustentáculo que mantém de pé, o último gancho onde se pendura, o covil onde se oculta - o governo completamente desmoralizado. 

Mas, não no verbo corromper, no verbo representar o povo. E todo o povo. Seria ilógico entender exista representação corrompida, já que bem definimos o que seja corromper. 

Nem representação corrompida, nem governabilidade não-democrática, afinal, por melhor digamos : “ todo o poder emana de todo o povo”. 

Se não chegou ao poder, como pode o PT ser acusado de “projeto criminoso de poder” ? 

Por outro lado, se o capital persiste no poder, como não admitir que ele, enquanto vitorioso, é que detém o atributo ! 

E se um é Jesus, o outro é Barrabás ! 

Não seria assim ?

Fernando Neto


Ilvaneri Penteado - Jornalista - Rio de Janeiro

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