segunda-feira, 28 de março de 2016

A Odebrecht como fator de pressão na saída pelo 'acordão'



Por Romulo S


Faltou apenas acrescentar mais um aparente fator de pressão para a saída pelo "entendimento político", ou "acordão", dependendo do gosto do freguês: a participação ativa da Odebrecht e qual jogo jogará. A planilha liberada e depois posta em sigilo subirá para o STF pelos diversos nomes com foro privilegiado. Assim, eventual negociação dar-se-á com a PGR e não mais com a "força tarefa" em Curitiba. Bem sabemos que ao MPF-PR só interessa delação que se encaixe no roteiro por ele já traçado. Já sobre a PGR ainda temos dúvida. Ainda mais após a carta de Janot desta semana.

Aspecto interessante: um amigo notou que as planilhas da Odebrecht e notas e offs subsequentes tem saído em veículos de fora da Globo. Como, p.e., Mônica Bergamo mencionando ontem que a planilha de Moro era só um cheirinho e que pode vir por aí material arrolando MP, Judiciário, diplomacia, governos desde os anos 80... que dirá até imprensa. Os veículos da Globo parecem fazer de tudo para tirar o destaque dessas bombas em potencial. Ora, essas bombas são o maior fator de resolução rápida para o problema via "entendimento".

O DCM publicara há mais ou menos uma semana que Emílio Odebrecht teria conversado com João Roberto Marinho sobre maneiras deste socorrer o filho. Este ter-se-ia prontificado a ajudar, desde que os Odebrecht entregassem Lula. Ou seja, delatassem uma narrativa sob medida para a narrativa pre-fabricada do MPF/Curitiba. As movimentações seguintes dos Odebrecht parecem indicar que não aceitaram essa proposta e estão dispostos a dobrar a aposta, colocando à mesa uma bomba H com potencial de derrubar todo o sistema.

Fator Globo após a crise: a Globo entrou nesta briga declarando guerra total. Abandonou todas as cautelas e encampou o tudo ou nada para trocar o governo e eliminar Lula. Não é atitude comum à emissora, que sempre se contentara em manipulações menos pesadas nos últimos anos. Nunca haviam dinamitado as pontes com o governo. Agora não só dinamitaram como salgaram a terra onde essas se erguiam. Sem o desfecho que apoiou abertamente - impeachment de Dilma e eliminação de Lula - seu cacife sai enormemente diminuído como ator político. Dadas as dificuldades econômicas do grupo, ainda ficará ansiosa temendo que desta vez haja retaliações pra valer na publicidade do governo. Para mim, no enteanto, a Globo pode respirar um pouco aliviada. Não será rifada em nenhum dos desfechos. Mesmo ficando o governo pode contar com a eterna desconfiança PT vs. PMDB, que sempre impediu que a coalizão do governo avançasse sobre a Globo.

Fonte : Jornal GGN


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