quinta-feira, 17 de março de 2016

Reflexões sobre o momento econômico-político

Inicialmente, renovo as minhas melhores intenções em escrever para o bem de todos. Mas de todos! Não só da burguesia, mas também do proletariado.

Como devo ser lido mais pelos inimigos da democracia, sei que vão dizer que o inferno está cheio de boas intenções. Mesmo assim, insisto nelas, quando é óbvio que o inferno na Terra é determinado pelo capital e o capitalismo.

Também me penitencio de alguma redação menos clara. É que ao referir-me ao discurso do senador Lindberg Farias, em um último texto, e ao pronunciamento que se lhe seguiu, de Gleisi Hoffmann, anteontem creio, posso ter sido demasiado conciso.

É que abordam a criminalização do PT e fazem uma crítica à Lava-Jato, aos poucos voltada para o impedimento da presidente e a “condução coercitiva” do ex-presidente, temendo a queda do governo ser seguida pela descontinuidade das investigações que visariam os outros partidos.

Outra coisa é a “Ponte para o Futuro” do PMDB, enquanto o projeto que promove o clássico recuo neo-liberal das conquistas trabalhistas, uma a uma. Como já disse alguém, repito-o: “ The party is over !”

Hoje, nos jornais se fala, com razão, em uma “criminalização da política”, quando, havendo corrupção sistêmica, ela tem que ser combatida pela justiça, mas, e principalmente, pelas reformas sociais.

Aqui vai a crítica de sempre ao golpe midiático em curso, como já ocorreu em vários outros países da América Latina, com ou sem êxito, da Argentina ao Equador.

É confortável acusar a todo o mundo para todo o mundo e permanecer acima da lei. O 4º poder, hoje, é o único que se mantém imaculado. Está muito próximo das lentes para ser visto.

Mas vou pensar um pouco no que significará a “criminalização da política”.

Política que não se pode dissociar de economia, afinal. Política que envolve a etapa histórica do Estado-nação, que não se pode queimar. Política que significa a vigência da nossa Carta-Magna.

A globalização financeira – não a globalização econômica – manifesta-se pela expansão da acumulação do capital nacional-transnacional.

E lá vai ela, destrutiva e militarizada, pelas últimas áreas não-capitalistas.

Que áreas são essas ? Não são mais comunistas! Não são mais socialistas! São, talvez, dos capitalismos russo e chinês - de natureza estatal.

Mas, aí também, o neo-liberalismo da auto-regulação de mercado, não aprecia o Estado, quer... “criminalizar a política”.

Mesmo um Estado ditatorial em um país emergente, pode estar a facultar a anarquia de mercado neo-liberal por debaixo do pano e sem operações Lava-Jato.

Provavelmente sensíveis às apostas em torno das eleições norte-americanas, já nas prévias, há tal sismo entre nós ? Então vai só até Novembro.

O golpe midiático nos inclina a dois Estados, que são um só, e – mínimo ! E ele, com suas relações com o capital e o trabalho, iria prestigiar, de uma forma ou de outra, o livre-mercado.

O que acaba por predominar no mundo inteiro seria a anarquia essencial que é a anarquia de mercado. E com ela a barbárie, não sei se tão localizada como sempre aos limites do “nosso cantinho do mundo”, como diziam os dois.


Seria assim ?


Fernando Neto


Fonte : Ilvaneri Penteado - Jornalista - Rio de Janeiro

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