20/08/2016
Quando não seja pela combatividade de nossos quadros trabalhistas, intenta-se ceder à direita interina, fisiológica e sócio-democrata, o voto no Senado. E se vê na sugestão da presidente por um “plebiscito” a resignação dos derrotados.
Mas não é o que ocorre, porque ela não cometeu crime de responsabilidade. Isso vai constar em nossos documentos históricos, com a sessão do Senado e os votos que ele dará !
Consciente de sua inocência, a presidente mais parece estar a ser impedida pelas suas virtudes, do que pelos seus erros ! E, em sua sugestão de pleito, assemelha-se aquela mãe que, julgada por Salomão, prefere negar a sua maternidade para evitar que ele dividisse o corpo do filho, procurando fazer justiça à outra mulher que se dizia ser a verdadeira mãe da criança e aceitara vê-la cortada ao meio.
Originária das lutas sociais, Dilma Rousseff não se inclina à demagogia, nem se percebe ambiciosa. Já demonstrou, várias vezes, o seu desprendimento e a grande coragem. Observo é a nossa primeira presidente mulher e acho que, consciente ou inconscientemente, exibe-se um forte e determinante preconceito contra o gênero.
Dizê-la incompetente é negar o momento histórico do seu governo e as dificuldades que o mundo atravessa e se refletem sobre nós. Como disse acima, é julgada pela natureza do seu governo voltado para todo o povo, não só a burguesia, mas os proletariados da cidade e do campo, interno e externo.
Na continuidade do esforço de inclusão social, ela decepciona os mais interessados nos lucros máximos e imediatos vorazmente aguardados pelos capitalistas. A sua mente e o seu coração estão com os mais pobres e ninguém duvida disso !
Se a impedirem cometerão uma injustiça histórica que manchará a imagem do Senado para sempre. É como se o rei do povo de Israel descesse do seu trono e, ouvindo a falsa mãe, dividisse o corpo da criança indefesa, dando a cada uma das mulheres uma parte da carne ensangüentada do filho.
A justiça histórica é ainda mais exigente que a das pendências pessoais e as suas marcas permanecem indeléveis. O tempo passará, mas sempre se lembrará de um Senado que julgou a nossa primeira presidente mulher de um crime de responsabilidade que ela não cometeu. Do qual é inocente !
A única compreensão possível do erro judiciário, mas que se não exime de culpa, é a hegemonia do nosso momento histórico a pender para o lado adverso da justiça social. Ocorre-me o nosso Tiradentes, condenado pela Inconfidência Mineira. Enforcado, esquartejado, salgado o terreno onde morava, a família perseguida durante o Império, hoje é vulto nacional brasileiro dos mais honrados.
É um dos pais fundadores da nossa pátria !
Diz o velho ditado e eu o creio adequado à ocasião : “ A verdade é como o azeite, sempre vem à tona”.
Volta querida !
Fernando Neto
PT RJ nº1741303
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