sábado, 3 de setembro de 2016

Bancários decidem entrar em greve geral a partir do dia 6

Da RBA

Os bancários de diversos estados recusaram em assembleia na noite de quinta (1º) a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidiram entrar em greve nacional a partir do dia 6 de setembro. A informação foi divulgada nos sites da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e da Conderação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) e nas páginas dos sindicatos de bancários pelo país, como o de São Paulo, Osasco e região.

Segundo a Contraf, bancários de algumas cidades e estados farão assembleias ainda nesta sexta (2) para decidir se aderem, ou não, à paralisação nacional.

“Eles sabem que a proposta é ruim, reduz salários, reduz os vales (alimentação e refeição), reduz auxílios, não garante empregos, não traz nenhum avanço nas condições de trabalho, não contempla igualdade de oportunidades nem avança para resolver a assimetria salarial entre homens e mulheres bancárias. Dizem que temos que ser ‘criativos’ e fazer uma contraproposta”, afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.

A proposta da Fenaban foi apresentada no dia 29 e prevê reajuste de 6,5% no salário e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil, além de participação nos lucros e resultados (PLR). Segundo a Contraf, a proposta da entidade patronal não cobre a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano – a data-base da categoria é 1º de agosto –, e representa perdas de 2,8% para a categoria.

Os bancários reivindicam, entre outros, reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual nos locais de trabalho, simetria salarial entre homens e mulheres e fim da terceirização.

Em seu site, a Fenaban (entidade que representa os interesses do setor patronal) disse que a proposta enviada aos bancários “mostra o empenho dos bancos por uma negociação rápida e equilibrada, capaz de garantir a satisfação e o bem-estar dos empregados do setor em um momento de dificuldades e incertezas na economia brasileira.”

A afirmação é rebatida pela presidenta dos bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. “Os trabalhadores não são bobos. Querem reajuste digno para os salários, proteção aos empregos, acabar com o assédio moral, as metas abusivas, a sobrecarga de trabalho. Mas para isso os bancos não apresentaram nada. E recusaram pontos importantes para a categoria como a renovação do vale-cultura, o fim da desigualdade salarial entre homens e mulheres, o vale-refeição na licença-maternidade”, disse Juvandia.

Entre as cidades e os estados que tiveram assembleias em que os bancários confirmaram a greve estão Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Espirito Santo, Tocantis, Maranhão, Espírito Santo, Pernambuco, Pará, Sergipe, Cuiabá, Curitiba, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, e cidades dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, como as duas capitais, Campinas (SP), Bauru (RJ), Angra dos Reis (RJ) e Campos dos Goytacazes (RJ).

O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões, mas houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano.

Abaixo, a tabela mostra como ficariam os salários da categoria bancária com a aplicação dos reajuste salarial reivindicado pelos trabalhadores comparado com o que foi proposto pela Fenaban.
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Rede Brasil Atual

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