quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Coluna do Fernando Neto : A POLÍTICA E O CLIMA

28/09/2016

É uma pretensão absurda dos habitantes do sul do país conferir ao clima o valor moral do trabalho.

O que nos dá a natureza, gratuitamente, – o “e valor” – como aquele friozinho bom da serra catarinense – não depende do “tempo de trabalho social necessário”. 

A história do Brasil envolve uma grande diversidade de climas e de raças, tudo muito natural e “e valor”. 

Nós brasileiros, e quem discordar siga outro caminho, agora nós o dizemos, somos um país continental, mas somos um país, não dois ou três.

Que o sul sempre se mostrou politizado, eu o admito. Mas de lá, nem sempre vem o melhor ! 

Agora, recrudescem certas perversões sociais em torno do “Estado permanente do capital”, quando o “Estado de exceção do PT” é atacado de forma injusta e bem no estilo daquilo que “não foi mas é, e continua” em benjaminiana ironia. 

Até as personificações do golpe são as mesmas, ou sucedâneos parentais das mesmas, causando profundo horror. 

Que garantia se pode ter em relação a certas escolhas do poder atual quando repete a farsa e ameaça com a tragédia ? 

Chocam-se, desde logo, o Constitucional de 88, constitucional e cidadão, com o anacrônico das anti-leis de outrora em seus mais agudos paroxismos institucionais. 

Do sul, não nos vem apenas Getúlio ou Brizola ou Prestes, este tão incompreendido em seu patriotismo, mas o mal. Vêm-nos o mal ! 

Jorra desde 64 um fluído misterioso que abrangeu aliás todo o “cone -sul” com a peste pretenciosa de tomar como trabalho moral o “e valor” do clima e da raça. 

Eu vim de lá. Eu percebo, ainda hoje, muita gente boa vir de lá. Mas o que predomina ? O bem ou o mal ? 

São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul parece têm todos um “duplo passaporte” ! 

Sentem-se europeus, como os argentinos de ontem. Não tem mais ideais brasileiros, porque também não tem mais solidariedade social. Principalmente, parecem ser uma terra ao sul da Itália ou da Alemanha. 

De fato, a nossa cultura é europeia em sua origem, mas a raça não é mais ! Nem a nacionalidade ! 

Como não deveria ser a ideologia humanista que é muito mais abrangente e definitivamente finalista. 

O presidente escolhe para o governo o vestígio mal resolvido do arbítrio a ensejar o retrocesso ao “e valor” sulista. Oligarquias, cuja autocrítica se estava a fazer, agora voltam à sua natural alienação e repetem antigos chavões. Há mesmos pretensões à monarquia parlamentar, quando sabemos que os reis e rainhas apenas mandam, não trabalham, nascem um “e valor”. 

O sul, ao ser beneficiado pelo clima, deve admitir que é mais responsável pelo destino do país. 

Através do autêntico patriotismo, que encontra no brasileiro – um homem. 

O clima nos favorece ao sul, o clima que determina as mutações de raças humanas – humanas. Não o trabalho, o “e valor”, que não é grande mérito, mas uma sorte estupenda.*

Que o sul do país possa ser digno do Homem. E não se por a esnobar o resto do país com as suas superioridades gratuitas. 

Inclusive porque a primeira coisa que faz é, justamente, tentar destruir a imagem dos seus mais valorosos filhos e filhas !

Esse Sul, ninguém merece.

Fernando Neto
PT RJ nº 1741303



*Já no hemisfério- norte é o contrário ! O bem e... o mal vêm do norte. Basta olhar os refugiados afogando-se no Mediterrâneo. 

O clima, que determinou as raças, não tem o valor moral do trabalho.

Ilvaneri Penteado - Jornalista - Rio de Janeiro

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