terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Sindicato exige punição dos assassinos de Unaí e condena desmonte ministerial



Auditores-Fiscais do Trabalho aproveitam a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo - iniciada neste domingo - para expor as dificuldades à atuação da categoria. As atividades programadas incluem distribuição de material sobre o assunto, realização de simpósios, painéis e manifestações.

As ações reforçam o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado domingo (28). A data foi criada em 2009, em homenagem aos auditores Erastóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira, assassinados em 28 de janeiro de 2004 em represália a vistorias a fazendas no município de Unaí, Minas Gerais.

A vice-presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosa Maria Campos Jorge, falou à Agência Sindical sobre as dificuldades para punir os mandantes da chacina. "Não é possível um processo se arrastar por tanto tempo. São 14 anos. Existem provas suficientes para a condenação. São provas incontestáveis e não entendemos as razões dessa demora em julgar e condenar os culpados", critica.

Rosa Maria Campos também denuncia as precariedades a que hoje estão submetidos os Servidores so setor. "Há tempos estamos sofrendo com a retenção de orçamentos, sucateamento de equipamentos e péssimas condições de trabalho", diz.

"Com a escassez de verbas nós não podemos, por exemplo, deslocar um fiscal ou equipe para qualquer lugar onde haja alguma irregularidade. O último concurso, realizado em 2013, abriu apenas 100 vagas em todo o Brasil. Esse número é insuficiente para cobrir a defasagem de pessoal. Hoje, há cerca de 500 fiscais que podem se aposentar. Caso isso aconteça, esse déficit será ainda maior", ressalta a dirigente.

Observatório - Apesar das dificuldades, o trabalho dos auditores é reconhecido mundialmente. De acordo com o Observatório Digital do Trabalho Escravo, iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 43.428 pessoas foram resgatadas em situações análogas à escravidão entre 2003 e 2017.

São Paulo - Amanhã (31), os auditores do Ministério realizam ato em frente à Superintendência Regional do Trabalho, a partir das 11 horas, para exigir a prisão dos quatro empresários condenados pela Chacina de Unaí. Eles recorreram da sentença e continuam em liberdade. Haverá protestos em outras regiões do País.

Saiba - Mais informações no site do Sinait.


Agência Sindical



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