terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Três tarefas

Nesta enervante conjuntura, o movimento sindical sofre, além das consequências dela, a paralisia frente às tarefas que lhe são impostas sem que as eventuais bravatas signifiquem algo mais do que “som e fúria”.

As Centrais Sindicais, desorientadas, assistem em silêncio obsequioso a desconstrução do Ministério do Trabalho e a tragicômica situação de sua mandatária putativa. Para registro de justiça: uns poucos, muito poucos, dirigentes sindicais fizeram pronunciamentos fortes e precisos sobre a situação escandalosa.

Para os trabalhadores e os dirigentes, três tarefas emergem com força das sombras da conjuntura:

- Impedir a votação, em fevereiro, da deforma previdenciária ou, se o governo ousar colocá-la em votação, agir para derrotá-la. Cada deputado e senador deve ser visitado em suas bases e em Brasília, dividindo-os em três categorias – os que nos são favoráveis e devem ser confortados, os que vacilam e devem ser esclarecidos e os que nos são contrários e devem ser isolados. Organizar esta operação exige pressa e conhecimento de causa.

- Resistir nas empresas e na Justiça do Trabalho à aplicação da lei celerada, objeto de desejo do patronato e do mercado. Em Santos, por exemplo, o Sindicato dos comerciários tem resistido às tentativas de grupos empresariais de implantarem a intermitência dos contratos de maneira abusiva e escorchante, resistência que deve ser apoiada por todo o movimento sindical da Baixada Santista.

- Organizar fortes campanhas de sindicalização e de ressindicalização (com metas) como um dos antídotos à carência de recursos e à crise financeira dos Sindicatos. Para isso é imperioso que o movimento sindical aproxime-se do movimento dos trabalhadores, defendendo-os e dirigindo-os com firmeza permanente.




João Guilherme Vargas Neto é consultor sindical
e membro do Diap (Departamento Intersindical
de Assessoria Parlamentar).






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