10/07/2018
As tensões em torno da fugaz libertação de Lula, evocaram manifesto ódio na burguesia e na mídia do capital.
Atendo-se à legalidade a qualquer custo, puseram-se a clamar, exigindo respeito à hierarquia de judiciário.
Eis como a alienação se descola da realidade republicana e faz a lei pela lei, como os artistas do esteticismo buscavam o belo pelo belo...
A conceituação de justiça, porém, está inscrita em letras de fogo na pedra da nossa Constituição, que é, aliás, o documento que norteia as decisões da última instância hierárquica de carácter jurídico.
Lá está: " Todo o poder emana do povo..." ressalvando a natureza representativa do mesmo, embora aludindo às formas de iniciativa popular, o plebiscito e o referendo.
Então? Se todo o poder emana do povo e ele quer – escandalosamente– votar em Lula, há que convir que cabe libertá-lo, registrá-lo como candidato e acompanhar o resultado das urnas.
Não admitirei a afirmação de que "todo o poder emana das togas". Ou que "todo o poder emana da burguesia " e, muito menos, que "todo ele emana da mídia do capital!"
Mais ! Suponho que me cabe interpretar o texto sagrado como: " Todo o poder emana de todo o povo !". Que "todo o poder emana de todas as classes sociais!"
Se o choque, entre as ordens da burguesia e do proletariado e campesinato, determina alguma sensação de insegurança é porque se perdeu a hegemonia burguesa e ainda não se chegou à hegemonia dos excluídos...
Eles, quanto à hierarquia do judiciário, parecem estar mesmo muito abaixo, não é? A tecnalidade dos temas, as vestes e a linguagem dos juízes levaram-os a dissociar o seu papel de servidores do povo.
Mas os juízes não servem o povo?
E a política é, se bem me lembro, a arte de gerir o Estado. Logo, ela estará em todo o canto. Não se pode gerir o Estado sem política. Julgar, sem se fazer política? Mas julgar não é gerir o Estado?
Eu temo, e estou em boa companhia, que Lula não merece o que está passando! E que o povo, do qual deve "emanar todo o poder de todo o povo", quer votar nele.
Não haveria tanto "insegurança jurídica", como o desafio da história em um momento de amadurecimento demo -crático.
O que não se pode abandonar são os fundamentos hierárquicos do conceito de justiça que estão lá em nossa Carta Magna !!!
O Executivo, o Legislativo e o Judiciário são órgãos do Estado a servir o povo!
E sempre há a possibilidade de fazer reformas que mais demo-cratizem o país. Não se pode é ficar enredado completamente em hierarquias menores, pontuais, midiáticas, perversamente excludentes.
Lula livre ! Lula candidato ! "Lavagem de dinheiro e corrupção passiva ?" Tem dó! Há muita má-fé solta por aí.
Fernando Neto
PT RJ nº1741303
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