Estive a assistir as declarações do ministro ao Senado. E ele entende os vazamentos serem um ataque às instituições.
É quando se postula o lado ideológico da história.
E se considera a natureza do Estado, enquanto as instituições da burguesia.
O lado formal de tal apreciação não pode deixar de lembrar a aspiração ao fenecimento do Estado burguês.
Não é propósito anarquista, já que envolve admitir as regras do jogo. Mas há muita diferença entre as reformas conjunturais e anódinas, despir um santo para vestir outro, e a reestruturação da democracia até ela mesma!
As estátuas equestres ameaçadas de ruírem em sua idealização de anacronismos e equívocos históricos - dão o golpe. E ele é consensual aos interesses do capital nacional-transnacional a virar o mundo.
O nosso ponto final argentino, desanda a gota de sangue e tinta sobre a pauta. E o tempo estanca o processo histórico, nega-se ao futuro, os ponteiros do relógio são bloqueados.
Ah, é claro, não é só isso, onde aliás o mais importante, o mais determinante do cenário da nossa economia-política?
Eu vejo a globalização do capital, perversa e armada, a se refletir sobre a nossa esperança de soberania e justiça social.
A "crise estrutural, una, geral, global, acíclica e irreversível. Rastejante."
Então, compreende-se o papel dos filo- americanos do norte em fazer retroagir o país e o continente latino.
Nos estão a emparedar, para não serem solidários verdadeiramente. Caso quisessem, poderiam nos beneficiar com mais capital e não haveria imigrantes ilegais!
Caso quisessem admitiriam a alternativa – então, global – da necessidade da socialização global, não apenas americana.
O formal, não é apenas o "hakeamento" local de um conteúdo em merecida discussão jurídica.
A própria figura do jornalista inspira a perplexidade por sua origem, em heróica contradição com a meta de sua atividade.
Mas uma feliz perplexidade, já existirem tais dissidências do capital em nome da justiça social!
Nos EUA inicia-se a luta das eleições presidenciais. Mas lá não votamos. Aliás quem elege é o colégio eleitoral.
Por que lá não votamos? A pergunta é improcedente? O texto é fraco? O estamento americano é o que é, e sempre será, duro como a rocha?
Não consigo ver as coisas com tamanhas limitações. Anda mais com todos os cochichos mal pressentidos com o Estado da Virgínia, onde se localiza o paladino do duplo-passaporte. Profeta da doutrina Monroe e da sua contradição geopolítica, parece ironizar a nossa sina. É um semideus olímpico, intocável pelo direito internacional...
Daí a questão estrutural, ideológica. O capital tudo pode; o social, não.
Coloquem-se alí na sala, a ouvir o ministro. Levem para lá um globo terrestre pelo menos, para que todos os olhos possam passar os olhos por ele de vez em quando, até pararem por um momento perdidos no infinito das grandes alienações.
Ataque criminoso de "hakers" às instituições? O crime do crime? Surge aquela questão lógica, do princípio da identidade, "o que é, é; o que não é, não é!"
O crime, que combate o crime, será ainda o crime?
E o que dizer das instituições injustas socialmente como o Estado burguês? Nem se pode pensar em um Estado soberano, quando sob a escandalosa tutela do capital e do seu braço armado aparelhando o governo!
Não seria assim ?
Fernando Neto
Ilvaneri Penteado: jornalista, Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário