quarta-feira, 19 de junho de 2019

Greenwald: Série de reportagens pode levar até um ano para ser publicada


Um dos fundadores do site The Intercept Brasil, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald afirmou que "ainda tem muito material para ser divulgado" sobre as conversas entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro. Segundo Greenwald, a série de reportagens pode leva até um ano para que seja totalmente publicada. "Há revelações mais graves que ainda serão publicadas", disse

19 de junho de 2019, 10:34 h Atualizado em 19 de junho de 2019, 10:42

247 - Um dos fundadores do site The Intercept Brasil, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald afirmou que "ainda tem muito material para ser divulgado" sobre as conversas entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro.

Segundo Greenwald, a série de reportagens pode leva até um ano para que seja totalmente publicada. "Há revelações mais graves que ainda serão publicadas. Pouco conteúdo foi publicado até agora", anunciou o jornalista. "Prometo mais materia não nos próximos dias ou semanas, mas nos próximos meses. O arquivo é enorme; são muitos documentos relevantes", afirmou ele à Band. 

O fundador do The Intercept Brasil não quis dar detalhes sobre a fonte que passou essas informações. A Polícia Federal apura se foi um hacke que extraiu as mensagens de celulares dos procuradores e de Sergio Moro, e se o conteúdo é verdadeiro. 

As matérias revelam uma tentativa de interferência do ex-juiz Sério Moro no trabalho de procuradores no âmbito da Operação Lava Jato. 

Em uma das matérias, Moro sugere ao procurador Carlos Fernando que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula. 

A reportagem do Site The Intercept destaca que "os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera "absolutamente normal" que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de "contato pessoal" e "conversas", como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar".

De acordo com reportagem do Intercept, o procurador duvidava da existência de provas contra Lula, acusado de ter recebido um apartamento da OAS como propina. 

"No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou: 'Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'", diz o site.

Outra matéria apontou que Moro "sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos".

No diálogo com Dalagnol pelo aplicativo Telegram ele escreve: "Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas". "Não é muito tempo sem operação?", questionou. 

Brasil 247

Agroquímicos acima de tudo, agrotóxicos acima de todos



Enquanto isso, dona Tereza Cristina, a ministra sinistra, dificulta os registros dos produtos biológicos no Ministério da Agricultura


As armas biológicas sempre existiram como forma de exterminar inimigos, paz ou guerra. São milhares os microrganismos e toxinas, desenvolvidos em laboratórios, capazes de matarem seres vivos. Felizmente, ainda são poucos os relatos confirmados de sua utilização. Os mais notórios remontam à Segunda Guerra Sino-Japonesa, entre as décadas de 1930 e 1940, utilizadas pelos nipônicos.

Criação e armazenamento foram proibidos em 1972 e ratificados em 1997 pela Convenção sobre Armas Biológicas, assinada por 150 países, inclusive o Brasil. Seu uso ainda é temido em ações de bioterrorismo.

O mesmo temor se repete com as armas químicas, quando em conflitos. É de fácil memória o Iraque de Saddam Hussein (1937-2006) e seu arsenal, até hoje procurado e não encontrado pelos norte-americanos. As secretas armas de destruição em massa que motivaram a destruição de um país.

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Com as químicas o busílis é outro. Predomina a utilização de gases tóxicos. Já na Primeira Guerra Mundial aparecem usadas pelos alemães, em fosgênio, cianureto e gás mostarda. Os mesmos germânicos as repetem no Holocausto, em câmaras de gás usando Zyklon B, um pesticida à base de ácido cianídrico, cloro e nitrogênio.

Seguem-se ataques químicos em 1988, no Curdistão iraquiano; em 2002, pelos chechenos, em Dubrovka, Moscou; ano 2013, no ataque do governo sírio, arredores de Ghouta, próxima a Damasco, que matou mais de 1.500 pessoas.

Mais cinicamente, nos vinte anos de Guerra do Vietnã (1955-1975), em bombardeios de napalm contra populações civis vietnamitas. Se quiserem, peço os testemunhos do escritor Joseph Conrad (“Coração das Trevas”) ou do cineasta Francis Ford Coppola (“Apocalypse Now).

Pois é, caridosos leitores e leitoras (“obrigado por lerem até aqui”), tematizamos conflitos, guerras, morticínios, futuros tecnológicos com potencial para destruir enormes parcelas da vida no planeta.

Mas só?

Na agricultura, os agroquímicos e agrotóxicos dominaram a produção e o consumo de insumos. Necessários? Em países tropicais e semitropicais, em parte, sim, mas não na intensidade em que são usados, se é que, realmente, em diversas culturas, sejam imprescindíveis.

Creio que não, pelos testes e experimentos que acompanho em campo com produtos naturais e orgânicos que resultam em produtividades semelhantes aos plantios convencionais, sem comprometerem o meio ambiente e a microbiota dos solos.




É fácil deduzir: se os produtos biológicos, quando para o mal, são capazes de exterminar vidas humanas e a fauna terrestre, por que não teriam o mesmo efeito se estudados e adaptados a matar pragas e doenças das plantas sem o uso de agroquímicos e agrotóxicos?

Vocês poderão conhecê-los, caseiros ou não, e verificar sua efetividade. Um problema: Dona Tereza Cristina, a ministra sinistra, dificulta seus registros no Ministério da Agricultura, o que não faz com os químicos e tóxicos.

Vejam a insanidade e, talvez, a podridão. Na edição de outubro de 2018 da revista Globo Rural, matéria de Vinícius Galera, pinço o seguinte trecho: “segundo o ministério da Agricultura (MAPA), o mercado de biológicos é composto de biofertilizantes sem registro (…) registrados como fertilizantes ou caseiros”.

Verdade. E por quê? Porque o MAPA faz desses registros uma insanidade burocrática e financeira. Mentira. E por quê? Várias multinacionais, ricas em recursos e massa de divulgação, partem para dominar esse irreversível futuro, enquanto startups e pequenas empresas nacionais, inovadoras, têm funeral anunciado.

Aos que lutam, boa sorte.

Carta Capital

Por que Lula foi preso?


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