Um dos fundadores do site The Intercept Brasil, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald afirmou que "ainda tem muito material para ser divulgado" sobre as conversas entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro. Segundo Greenwald, a série de reportagens pode leva até um ano para que seja totalmente publicada. "Há revelações mais graves que ainda serão publicadas", disse
19 de junho de 2019, 10:34 h Atualizado em 19 de junho de 2019, 10:42
247 - Um dos fundadores do site The Intercept Brasil, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald afirmou que "ainda tem muito material para ser divulgado" sobre as conversas entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro.
Segundo Greenwald, a série de reportagens pode leva até um ano para que seja totalmente publicada. "Há revelações mais graves que ainda serão publicadas. Pouco conteúdo foi publicado até agora", anunciou o jornalista. "Prometo mais materia não nos próximos dias ou semanas, mas nos próximos meses. O arquivo é enorme; são muitos documentos relevantes", afirmou ele à Band.
O fundador do The Intercept Brasil não quis dar detalhes sobre a fonte que passou essas informações. A Polícia Federal apura se foi um hacke que extraiu as mensagens de celulares dos procuradores e de Sergio Moro, e se o conteúdo é verdadeiro.
As matérias revelam uma tentativa de interferência do ex-juiz Sério Moro no trabalho de procuradores no âmbito da Operação Lava Jato.
Em uma das matérias, Moro sugere ao procurador Carlos Fernando que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de 'showzinho' da defesa do ex-presidente Lula.
A reportagem do Site The Intercept destaca que "os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera "absolutamente normal" que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de "contato pessoal" e "conversas", como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar".
De acordo com reportagem do Intercept, o procurador duvidava da existência de provas contra Lula, acusado de ter recebido um apartamento da OAS como propina.
"No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou: 'Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'", diz o site.
Outra matéria apontou que Moro "sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos".
No diálogo com Dalagnol pelo aplicativo Telegram ele escreve: "Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas". "Não é muito tempo sem operação?", questionou.
Brasil 247