Quando até o ex-ministro da Economia do período da ditadura empresarial-civil-militar, Antonio Delfim Neto, dias atrás, saiu em enérgica defesa do SUS, em meio à catástrofe humana, sanitária e econômica cujo ápice está batendo na porta de todas as classes, no Brasil, é porque chegou mesmo o momento de repensar, com urgência, as fracassadas políticas neoliberais - e enterrá-las.
Por Léa Maria Aarão Reis 13/05/2020 15:48
A trilogia de filmes sobre o Estado do Bem-Estar Social britânico do diretor britânico Ken Loach mostra com toda clareza essa trajetória rumo ao abismo no mundo ocidental.
O espírito de 1945, do cineasta socialista talvez possa inspirar as mudanças que não podem mais esperar.
Segundo o ex - ministro Delfim Neto
''é infinito o valor do investimento dos governos na saúde pública. "Sempre achei que, para você ter soberania nacional, precisa de autonomia alimentar (e nós temos), de autonomia energética (e nós temos) e de uma força dissuasiva para podermos viver em paz. Hoje, eu vejo que há uma quarta condição, que os economistas não enxergam porque ela só tem valor, só tem taxa de retorno, quando você vive um cenário de pandemia: a saúde. Nós podíamos ter construído um nível de proteção do SUS capaz de enfrentar qualquer pandemia, devíamos ter investido muito mais. Mas os economistas pensam no curto prazo: por que colocar recurso na saúde se tenho essas outras áreas A, B e C muito mais efetivas? No curto prazo podemos ter taxas de retorno maiores, mas agora estamos vendo que investir cuidadosamente na saúde, de forma a manter a estrutura capaz de enfrentar crises como esta, tem um valor infinito".
Kenneth Loach, de 84 anos, é filho de operários de Nuneaton, no Reino Unido, pequena cidade próxima de Coventry, uma das mais arrasadas pela blitzkrieg de Hitler na Segunda Guerra Mundial, e a sua origem é uma chave para entender não apenas a profunda humanidade que permeia a filmografia desse cineasta socialista, um dos grandes mestres do cinema em atividade. A geração de Loach viveu na carne o período do pós Guerra Mundial, participou da experiência bem sucedida da classe operária inglesa nas suas lutas pela instituição de direitos sociais, presenciou os difíceis anos do pós-guerra e assistiu o advento do liberalismo de Margaret Thatcher com os primeiros sinais de desconstrução do Estado de Bem-Estar Social conquistado pelos britânicos.
“Venho de um meio operário,” costuma dizer Loach. “É o mundo que conheço e que me interessa retratar.”
O longa-metragem, O Espírito de 45, de 2013, é o documentário que abre sua trilogia sobre o tema. Ela prossegue com Eu, Daniel Blake (2015) e com Você não estava aqui.
O filme sobre o pós-guerra marcou o retorno do mestre inglês ao doc do qual se afastara há décadas e no qual é inigualável. Apresenta emocionantes imagens de época, pérolas históricas, que ele e sua equipe garimparam em diversos depósitos esquecidos, no Reino Unido. Documentos tratados com apuro técnico que se assemelham a imagens produzidas hoje. Um deles mostra Churchill discursando na praça, em campanha para Primeiro Ministro pelo partido dos conservadores (acabou derrotado pelos trabalhistas) e, surpreso e constrangido, sendo vaiado pelos que ouviam o herói de guerra falando. Imagem rara.
“Com a vitória socialista começa uma época triunfante”, diz uma mulher entrevistada no filme. “Na educação, por exemplo, as escolas formavam cidadãos porque as crianças aprendiam a pensar por elas próprias.” Naquele tempo, depõe um homem, “tínhamos o controle sobre nossas vidas.”
A miséria extrema da população nos meses subsequentes ao armistício, o estado falido e exaurido pelo esforço de guerra, o desemprego, a fome, crianças andrajosas brincando nas ruas, e tocantes entrevistas com trabalhadores, homens e mulheres hoje idosos, mineiros, estivadores, ferroviários, enfermeiras, médicos e professores - todos lembram da época de agonia.
A montagem de cenas e sequências capta com vivacidade (uma das marcas do cinema de Loach) e intenso realismo a atmosfera do pós-guerra quando centenas de milhares de pessoas viviam em favelas. “Às vezes”, comenta um velho, “eu e mais oito crianças, meninos e meninas, dormíamos na mesma cama convivendo com pulgas, percevejos e ratos. A comida ainda era racionada e comia-se pão e geléia dias a fio.”
A narrativa do filme começa com uma imagem ícone da época, a jovem radiante nas festas populares da vitória, em Piccaddily. Em seguida, a energia e o entusiasmo dos anos durante os quais foi construído o Estado de Bem-Estar Social britânico e a consciência de união e solidariedade que tomaram conta do Reino Unido.
Com esse espírito de 1945 uma nova Londres renasceu depois dos bombardeios, com moradias dignas para trabalhadores: casas com banheiros também no andar térreo (antes, só no andar superior) e um pequeno quintal, o caro backyard dos ingleses. Até hoje essas habitações projetadas e construídas, estão lá, como um dos cartões postais da cidade.
A partir de então seguiram-se as nacionalizações e John Keynes participa do governo como conselheiro informal - vê-se no filme. Keynes faleceu em 1946, quando o histórico Ministro da Saúde Anerin Bevan criou um Serviço Nacional de Saúde, o célebre NHS (National Health Service), partindo do princípio ser inadmissível o elemento comercial interferir na relação entre médico e paciente.
“Meu avô“, diz uma mulher, “só começou a usar óculos aos 70 anos, quando o NHS foi criado. Antes, sem dinheiro, ele lia usando um pedaço de vidro de fundo de garrafa à maneira de lupa.” Outro trabalhador aposentado comenta com orgulho: “Eu ficaria envergonhado ser cidadão de um país tão rico como os Estados Unidos mas sem um sistema de saúde semelhante ao nosso.”
O filme segue passo a passo os anos seguintes. Em 1947, nacionalização das minas. Os mineiros passam a trabalhar em condições seguras. Nacionalização dos portos - até 1947 os estivadores não contavam com salário fixo. Um ano depois chega a vez das ferrovias, outro acontecimento emblemático. Em 1949 o gás é nacionalizado e, em 1951, o ápice do Estado de Bem-Estar Social é celebrado com o Festival da Inglaterra.
No terço final do filme, Loach comenta o desastre tatcheriano dos anos 70. Uma única imagem marca a aparição da Primeira Ministra no filme, em um dos seus primeiros discursos em praça pública no qual invoca São Francisco de Assis (!). É vaiada.
É o início do desmonte do Estado de Bem-Estar Social e suas estruturas. Redução dos salários, demissões em massa, o enfraquecimento dos sindicatos e repressão policial. Em 1984 a água é privatizada, em 86 o gás, em 87 a aviação comercial e em 88 as grandes manifestações de rua são reprimidas violentamente pela polícia de ferro.
Em 1989 é a vez das docas e a volta do trabalho informal dos estivadores. No mesmo ano a eletricidade é privatizada, e em 94, os portos. Um milhão de jovens ingleses engrossava as fileiras dos desempregados. Em 2011 foi a vez dos correios. As imagens são desalentadoras.
Vemos empresas terceirizadas contratadas (ano de 2013, quando o filme foi produzido) para atuar no serviço público, em especial nos hospitais. ”Não há mais um país para os pobres”, diz uma idosa para a câmera de Loach. “E estaremos acabados se o governo conseguir destruir e acabar com o Serviço Nacional de Saúde - a última fronteira.”
Por que Kenneth Loach fez este filme? indagaram os jornalistas que cobriram o Festival de Cannes daquele ano – onde ele foi premiado seis vezes; duas com a Palma de Ouro. O diretor respondeu em extensa entrevista ao jornal La Repubblica, de Roma: “Porque a sociedade hoje não funciona; é um caos. E para que as pessoas pensem no que pode ser feito, outra vez, na promoção do bem-estar social. Meu filme é para lembrar o que foi conseguido no passado.”
E aproveitou para lamentar: “Não há mais esquerda na Europa. Ela se desmanchou na social-democracia e foi devastada pelas divisões internas.”
O Espírito de 45 é um filme esférico. Depois das sequências otimistas com imagens das festas do Labour Party, nas ruas, tratadas em tecnicolor, ele volta à mesma imagem do início. A moça de Piccadilly no meio de uma multidão exultante e a trilha musical insinuando o que pode ser transformado, outra vez, hoje. É uma música das bandas dançantes de época pinçadas por George Fenton, compositor e colaborador de Loach em onze filmes. Mas uma ponta de tristeza vem do trompete de Harry James.
Essa ponta de tristeza anunciou o desmonte que viria narrado no segundo filme da trilogia, lançado dois anos depois. Eu, Daniel Blake, de 2015, é uma das melhores produções cinematográficas do período. A história: um trabalhador honrado, marceneiro experiente, artesão de grande competência, na casa dos 70 anos, viúvo e sem família, sofre um ataque cardíaco que o condena a um repouso temporário.
Sem renda pessoal, Daniel Blake procura a assistência do Estado enquanto não pode retornar ao trabalho. Mas vai sendo, aos poucos, sufocado e triturado pela máquina de uma espiral burocrática.Trajetória dramática bem conhecida dos dependentes das políticas de saúde pública no Brasil, um SUS que foi cada vez mais relegado e esvaziado pelo governo golpista de Michel Temer.
Este é o ponto central do roteiro do escritor e advogado Paul Laverty, 64 anos, amigo e colaborador de Loach em oito filmes. Antes, na fase dos contras, ele trabalhou para organizações de direitos humanos na Nicarágua.
Laverty usa método semelhante ao do jornalismo investigativo. Durante meses conversa com dezenas de pessoas antes de construir seus personagens. No caso, percorreu bancos de alimentos, centros de empregos e outros cenários desalentadores do Reino Unido atual, onde conheceu muitos daniels.
A dignidade de Blake vai sendo solapada, mostra o filme, a cada consulta feita pelo telefone para tratar da sua situação. É torturado com esperas absurdas. Ouve gravações de zumbis repetindo “... Continue na linha...” Fala com atendentes robôs terceirizados e desqualificados. O diretor assume a defesa dos mais vulneráveis (neste caso, os idosos) no embate inglório com o sistema falido do bem-estar social deletado pelo nefasto neoliberalismo da Dama de Ferro. Aqui, tudo é informatizado,” lembram, friamente, os funcionários-robôs.
No Departamento do Trabalho, o velho se submete a entrevistas humilhantes. Sua dificuldade é maior porque é analfabeto digital assim como são outros milhões de idosos por toda parte - eles não tiveram tempo para se adaptar ao novo mundo digital ou porque, tensos, não têm paciência nem habilidade necessárias para apreender a nova linguagem.
O diretor assume a defesa dos mais vulneráveis (os idosos) no embate inglório com o sistema falido do bem-estar social, deletado pelo nefasto neoliberalismo da Dama de Ferro.
Nessa espiral intimidante, ele conhece Katie, desempregada e mãe solteira de dois filhos, obrigada a se mudar para Newcastle porque o sistema diz que não há lugar para alojá-los, temporariamente, em Londres. Nota: a cidade possui 10.000 moradias pertencentes ao estado que se encontravam vazias em 2015.
As políticas sociais neoliberais retiram de Londres esses necessitados, como a moça e seus filhos, e os enviam para pequenas cidades do interior onde o custo para mantê-los, temporariamente, é menor. Mas onde o indivíduo, como Katie, enfrenta um mundo com códigos da vida cotidiana que não conhece e num universo onde será ainda mais improvável conseguir trabalho num deserto de empregos.
(Dados da OIT, a Organização Internacional do Trabalho, anunciou, em 2017, que um entre cada três novos desempregados, no mundo, será cidadão brasileiro.)
’’Sabem quantas vagas foram abertas, recentemente, por uma empresa que estava contratando? Oito vagas. Sabem quantos candidatos se apresentaram? Mil e trezentos!’’ É o que o professor do cursinho onde Blake se matricula para aprender a montar o seu currículo ensina. Em bom português: ensina que, na verdade, não há mais empregos no mercado.
No centro de distribuição de alimentos gratuitos passa-se uma das mais fortes sequências do filme: Katie, disfarçadamente, retira da prateleira do almoxarifado e abre uma lata de conserva. Começa a comer com sofreguidão o conteúdo até parar e começar a chorar, num canto, entre as prateleiras. Quando chegam para socorrê-la, ela diz, soluçando, envergonhada: ‘’ Desculpem; eu estava com tanta fome...’’ Katie comia uma maçã por dia há semanas para poder alimentar os filhos.
A indignação vai tomando conta de Blake. “Do outro lado estão os rentistas, os velhos broxas educados em Eton preocupados em conseguir as melhores taxas em seus investimentos,” ele comenta.
Decide, no desespero, pichar o muro do prédio do Departamento do Trabalho. “Eu, Daniel Blake. Não sou um cachorro. Exijo meus direitos.” O episódio se torna caso de polícia, é claro, e o velho vai parar na delegacia.
Kenneth Loach é um dos Grandes Velhos do nosso tempo. Homens de ação; não apenas teóricos. Com pensamento, idéias e posições de esquerda coerentes, e solidários como foram, até a morte recente, Zygmunt Bauman e o cineasta português Manoel de Oliveira. Como é Noam Chomsky, nos Estados Unidos e o senador americano Bernie Sanders.
Em recente entrevista ao jornal El País, Loach fez estas observações, abaixo.
Como chegamos à situação que seu filme descreve? perguntou o El País. “É a forma como o capitalismo se desenvolveu,” ele responde. “As grandes corporações dominam a economia e isso cria uma grande leva de pessoas pobres. O Estado deve apoiá-las, mas não quer ou não tem recursos. Então, cria a ilusão de que, se você é pobre, a culpa é sua. Porque você não preencheu seu currículo direito ou chegou tarde a uma entrevista. Montam um sistema burocrático que pune quem é pobre. A humilhação é um elemento-chave na pobreza. Rouba a sua dignidade e a sua autoestima.”
Abandonar os mais desfavorecidos é uma escolha política? Indaga o repórter. Resposta: ‘’Sim. É nascida das demandas do capital. Se os pobres não aceitassem que a pobreza é sua culpa... as histórias para culpar os pobres ou os imigrantes... É uma forma de demonizar a pobreza, esse movimento para desafiar o sistema econômico. Os meios de comunicação falam de gente folgada, de viciados, de pessoas que têm muitos filhos, que compram televisores grandes… ''
Para ele, é óbvio que o sistema se tornou pior porque o processo capitalista avançou. Pergunta: As histórias humanas são seu veículo para articular mensagens políticas? ‘’Todas as histórias humanas são políticas,’’ ele sublinha. ‘’Têm consequências políticas. Nem Katie nem Dan são animais políticos. Não fazem discursos, não participam de reuniões. Mas a situação em que se encontram é determinada pela política. ’’
Você é otimista, Loach? Sou otimista sim. Sanders, Podemos, Syriza... Existe uma sensação de que outro mundo é possível.''
E como você gostaria de ser lembrado? ‘’Como alguém que não se rendeu. Não se render é importante porque a luta continua. E as pessoas tendem a se render quando ficam velhas.’’
O terceiro filme que fecha a Trilogia Estado de Bem-Estar Social de Loach é Você não estava aqui, (Sorry we missed you). Segue a narrativa anterior sobre o idoso doente e aposentado, Blake, que sofre com o descaso da assistência social pública britânica, um serviço antes exemplar e em processo de desmonte pelas políticas neoliberais atuais.
É o oitavo roteiro de Paul Laverty e foi objeto de grande comoção em Cannes, quando foi exibido.
Trata-se da débâcle do mundo do trabalho como conhecemos antes. Nele, agora, os indivíduos trabalham cada vez mais, recebem menos e não têm emprego.
É uma suíte de Eu, Daniel Blake.
Em ambos, Daniel e Ricky (o motorista de aplicativo) acabam surtando com a pressão desumana e cotidiana sobre a sua existência sob a qual vivem indivíduos das classes desfavorecidas. Os idosos, que insistem em não morrer e não são mais de utilidade ao sistema. E os trabalhadores que viram desaparecer o chão das fábricas e perderam empregos e direitos trabalhistas.
Sorry, we missed you amplia e atualiza a narrativa dos filmes anteriores relatando o desastre e o drama, não apenas da família, mas de toda a sociedade/zumbi que perambula perdida num mundo de crachás, celulares, dispositivos e aplicativos, lutando exaustivamente pelo dinheiro de uma mísera sobrevivência.
“A classe média fala sobre equilíbrio entre vida profissional e pessoal. A classe trabalhadora está presa é à necessidade," lamenta Loach.
Para pesquisar o assunto que alveja o trabalho massacrante de entregadores de encomendas por aplicativos - a uberização do trabalho como é conhecido no Brasil - Laverty perambulou pelos estacionamentos de Newcastle, a cidade onde o filme foi girado, conversando com motoristas de entregas a domicílio e fazendo viagens em companhia de Loach.
O ator Kris Hitchen, numa interpretação tocante, é o trabalhador desempregado iniciando-se na vida de uberizado. Ele próprio trabalhou nos últimos vinte anos como encanador autônomo e muitos dos demais atores são motoristas de entrega na vida real. Fazem jornadas de 14 horas por dia quase sem folgas. Não têm tempo de parar para dormir o suficiente nem para ir ao banheiro. São monitorados com rigor e caso adoeçam e não compareçam ao trabalho, pagam multa.
Na sua entrevista inicial, Ricky ouve a cínica observação do gerente do depósito onde as encomendas são guardadas, um mantra da economia uberizada. ''Você não vai trabalhar para nós. Você vai trabalhar conosco. Aqui, você não ganhará salário. Você terá honorários.''
A atriz Debbie Honeywood faz a mulher de Ricky, dedicada cuidadora de idosos, outra performance comovente. Ricky comenta com sua doce mulher, em momento de desânimo: ''Parece que está tudo fora de ordem e quanto mais trabalhamos mais nos afundamos num buraco''. Fez relembrarmos da intervenção de uma personagem mãe de dois filhos entrevistada no documentário de curta metragem Vidas entregues, de Renato Prata Biar e seus colegas da Escola de Cinema Darcy Ribeiro sobre os ciclistas entregadores de comida. Ela resume o motivo de ter ingressado no time de ciclistas contestando: ''Empreendedora não; eu me considero uma desesperada.''
A última imagem do admirável filme de Ken Loach, um remanescente de uma das gerações - talvez da última - que ainda viveram a era do que significa a essência humana, é a do desespero do uberizado Ricky, sem saída. Seu horror repete a da tela de Munch, O Grito.
*Este texto é uma versão atualizada do texto ''O espírito de 45 hoje'', publicado em 2 de outubro de 2013
Carta Maior
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