domingo, 16 de agosto de 2020

Quatro dias de trabalho semanal, a resposta do maior sindicato alemão à crise

Créditos da foto: Trabalhadores afetos ao IG METALL em greve em 2015. (DIE LINKE Nordrhein-Westfalen/Flickr)

O IG Metall propôs este sábado o início de negociações para a redução do trabalho semanal de forma a que a crise económica não implique um aumento do desemprego


Esquerda.net 

16/08/2020 13:00

Joerg Hofman, dirigente do maior sindicato alemão, o IG Metall, propôs este sábado a abertura de negociações com a vista à redução dos dias trabalhados por semana para quatro. Em entrevista ao diário Sueddeutsche Zeitung, citada pela Reuters, o sindicalista declarou que “a semana de quatro dias… poderia tornar possível manter os empregos na indústria em vez de acabar com eles”.

O IG Metall representa 2,3 milhões de trabalhadores dos setores da indústria metalúrgica e eletrónica. É não apenas o maior sindicato alemão mas também um dos sindicatos mais influentes da Europa. A sua influência não se esgota nos setores que representa, as suas posições têm poder negocial forte face ao governo alemão e influenciam vários outros sindicatos.

A proposta da semana dos quatro dias de trabalho chega numa altura em que este sindicato estima que, só nos setores que abrange, há à volta de 300 mil empregos em risco. A crise gerada da pandemia soma-se à aposta nos carros elétricos que se prevê que acabe com dezenas de milhares de empregos.

Para Hofman, este corte no tempo trabalhado “não deve necessariamente” levar a cortes salariais simétricos. Os trabalhadores não os conseguiriam suportar e as empresas terão mais interesse em cortar em dias de trabalho do que em mandar trabalhadores para lay-off ou despedi-los Assim, assegurariam a manutenção de uma força de trabalho qualificado e cortariam até custos redundantes.

Hofman apelou ainda à extensão do atual sistema de apoio ao trabalho a tempo reduzido de 21 meses para 24 meses. Neste sistema, o Estado alemão apoia as empresas que podem assim reduzir temporariamente o horário de trabalho. 5,6 milhões de pessoas estão correntemente a trabalhar neste sistema criado como forma de lidar com a pandemia da covid-19.

*Publicado originalmente em 'Esquerda.net'

Carta Maior

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