"Com ajuda de seus filhos e altos executivos, ele inflou falsamente patrimônio líquido em bilhões de dólares para enriquecer injustamente e enganar sistema", diz procuradora-geral
21 de setembro de 2022, 14:38 h Atualizado em 21 de setembro de 2022, 14:41
NOVA YORK (Reuters) - Um processo contra Donald Trump e seus filhos adultos por "vários atos de fraude e declaração falsa" foi aberto nesta quarta-feira pela procuradora-geral do Estado de Nova York em uma investigação civil sobre as práticas comerciais do ex-presidente dos Estados Unidos, mostraram registros do tribunal.
O processo, aberto em um tribunal estadual de Nova York em Manhattan, acusa a Organização Trump de irregularidades na preparação das declarações anuais da situação financeira de Trump de 2011 a 2021. Também indicou a Organização Trump, o filho do ex-presidente Donald Trump Jr. e sua filha Ivanka Trump como réus.
A procuradora-geral Letitia James disse que Trump e a Organização Trump distorceram os valores de suas propriedades imobiliárias para obter empréstimos favoráveis e benefícios fiscais. Ela disse que estava remetendo as alegações de irregularidades criminais aos promotores federais em Manhattan e à Receita Federal.
"Com a ajuda de seus filhos e altos executivos da Organização Trump, Donald Trump inflou falsamente seu patrimônio líquido em bilhões de dólares para enriquecer injustamente e enganar o sistema", disse James em um comunicado.
O processo marca um dos maiores golpes legais contra Trump desde que ele deixou a Presidência dos EUA em janeiro de 2021. Trump está considerando disputar novamente a Presidência em 2024.
James disse a repórteres que está tentando fazer com que os réus abram mão de todos os benefícios que obtiveram com a fraude, estimados em 250 milhões de dólares. O processo também visa impedir Trump e seus filhos de administrar empresas em Nova York e impedir a Organização Trump de se envolver em transações imobiliárias.
James conduz uma investigação civil sobre as práticas comerciais de Trump há mais de três anos.
"O gabinete da procuradora-geral excedeu sua autoridade estatutária ao investigar transações onde absolutamente nenhuma irregularidade ocorreu", disse Alina Habba, advogada de Trump, em comunicado, chamando as acusações de "sem mérito".
O ex-presidente republicano nega qualquer irregularidade e descreve a investigação de James como uma caça às bruxas politicamente motivada. James é uma democrata. A Organização Trump chamou as alegações de James de "infundadas".
O processo de quarta-feira seguiu uma investigação contenciosa na qual James acusou Trump, sua empresa e alguns membros da família de usar táticas protelatórias para ignorar intimações e evitar depoimentos.
Trump em 10 de agosto se recusou a responder a perguntas em um longo depoimento a portas fechadas no gabinete da procuradora-geral, invocando seu direito constitucional contra a autoincriminação mais de 400 vezes.
Donald Trump Jr. e Ivanka Trump concordaram em prestar depoimentos somente após decisões judiciais exigirem isso. Outro filho de Trump, Eric Trump, invocou o direito contra a autoincriminação mais de 500 vezes em um depoimento em 2020.
A investigação civil de James é separada de uma investigação criminal de fraude fiscal contra a Organização Trump pelo promotor público de Manhattan Alvin Bragg.
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