quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Em Vitória da Conquista, povo nas ruas quer Lula e Jerônimo!

*Edwaldo Alves Silva

O resultado do primeiro turno das eleições majoritárias, em Vitória da Conquista, revelou alguns dados interessantes.

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Lula triunfou largamente sobre seus adversários e o candidato neto de ACM obteve mais votos do que o candidato do PT, o preferido de Lula. Apesar de perder em Conquista, em todo o estado da Bahia Jerônimo alcançou quase 50% dos votos, pouco faltando para vencer no primeiro turno.

Mais uma vez, ficou demonstrado que as eleições não obedecem regras fixas e logicas rígidas. A escolha da maioria é formada pelo voto individual, pessoal e secreto de cada um. O eleitor(a) exprime a sua vontade no momento de depositá-la (ou exprimi-la) na urna. Esse momento democrático traduz o seu desejo formado em um processo de incontáveis variáveis, no qual a campanha, os projetos apresentados e o entendimento que adquire da realidade política e eleitoral é concretizado na sua opinião expressada por meio do voto. No entanto, essa vontade não é alheia às condições que a forma, muito menos é eterna e imutável. A campanha eleitoral, a divulgação das propostas política/administrativas, a relação que o eleitor tem entre o candidato e as suas necessidades pessoais e ideológicas, o conhecimento superficial ou não da personalidade, da biografia e da vida do candidato/a, e, infelizmente, até o bombardeio que sofre de calúnias e fake-news podem influir na formação da vontade eleitoral. As rápidas especulações que trazemos aqui, entretanto, não justificam e nem admitem a compra de votos, a pressão indevida e o assédio eleitoral ilegal de todos os tipos, principalmente de patrões que pressionam e ameaçam seus empregados, julgando que ao comprar a sua força de trabalho passam a ser donos da sua vontade e do seu voto.

A enorme popularidade e prestígio de Lula fizeram-no conquistar quase 70% da votação na Bahia enquanto o seu candidato a governador – Jerônimo Rodrigues – alcançou quase 50%. Sem dúvida, duas grandes vitórias. Como acertadamente as regras eleitorais não tornam obrigatória a vinculação dos votos, o candidato herdeiro da direita conservadora carlista ACM Neto, procurou esconder o seu vínculo com o candidato a presidente j. Bolsonaro proclamando que para ele “tanto faz” este continuar presidente ou Lula assumir a presidência pelo voto dos brasileiros e brasileiras. Extraiu da sua biografia as ameaças de agressão física que fez a Lula a pouco tempo atrás. Citou a sua experiência de exercer o mandato de prefeito em Salvador durante a gestão de três presidentes de partidos diferentes e, segundo sua visão distorcida, administrou com sucesso. Ora, o neto de ACM escamoteia ou ignora as relações institucionais entre as diferentes esferas de governo, esquecendo-se propositadamente que foi o governo estadual petista que mais investiu em obras e serviços na capital do estado – Salvador – durante a gestão da direita. As relações institucionais de governo a governo necessitam obrigatoriamente serem respeitosas e distantes de disputas partidárias o que, em última instância, podem acabar prejudicando a população. Totalmente diferentes são as propostas para governar e em favor de qual segmento social. As concepções do papel do Estado, das políticas públicas e sociais, o fortalecimento da democracia, a participação popular e a defesa dos direitos de cidadania e das diretrizes gerais de governo, se constituem em projetos diferentes e divergentes que devem ser o centro da disputa eleitoral, e não admitem tergiversações e muito menos “tanto faz”.

É evidente que a política de “esconde-esconde” de ACM Neto não tem nada a haver com liberdade eleitoral, exercício do voto livre, o direito de escolha que apregoa a propaganda desse candidato. Trata-se, na verdade, de fugir do grande prestigio de Lula e esconder a evidência da existência de dois projetos antagônicos: o popular-democrático de Lula e Jerônimo e o oposto representado por Bolsonaro e ACM Neto.

Infelizmente, aqui, em Conquista, no primeiro turno, a estratégia de camuflagem de ACM Neto alcançou certo sucesso porque Lula alcançou 111.892 (55.4%) votos; Bolsonaro 73.828 (36.55%); ACM Neto 91.460 (46.89%) e Jeronimo 74.023 (38.95 %.). A diferença entre a votação de Lula e a do seu candidato Jeronimo foi de 37.869 votos, total de eleitores que votaram em Lula mas que por algum motivo qualquer não votaram em Jeronimo. A diferença entre esses números mostrou a necessidade de maior discussão e informação ao eleitorado conquistense. Aquelas pessoas que apoiam e votam nas ideias e propostas comuns de Lula e Jeronimo, no dia 22 de outubro, saíram às ruas, em grandiosa caminhada, para gritar que Lula é Jerônimo e Jerônimo é Lula. Fora disso é subterfúgio e enganação.
Milhares e milhares de conquistenses atenderam o chamado democrático, lideranças estaduais, regionais, municipais e populares acompanharam a multidão que alegrou as ruas da nossa cidade. Uma profusão de cores, com alta predominância do vermelho. Bandeiras verde-amarelas indicavam que a bandeira brasileira e os símbolos nacionais são de todos principalmente dos verdadeiros patriotas. Homens, mulheres, jovens, idosos, LGBTs, todas as cores e raças humanas irmanaram-se na busca da reconquista da democracia e de uma vida melhor para todos e todas. As ruas de Conquista foram inundadas pela alegria e esperança de milhares que cantavam e dançavam em uma verdadeira festa popular. Nas calçadas, nas portas das lojas, os transeuntes paravam e pediam o adesivo com a estrela do 13.

A Bahia responderá nas urnas as ofensas e calúnias assacadas contra o povo baiano. Sabemos e temos consciência da sabedoria e da justeza do nosso voto.

E, em Vitória da Conquista, não será diferente, saberemos acompanhar o nosso povo e eleger Lula para presidente e Jerônimo nosso governador, ambos representantes legítimos do mesmo projeto democrático e popular.

Edwaldo Alves Silva é filiado ao PT.

Asteca Contabilidade e Assessoria

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